Domingo, 10 de Maio, noite tranquila, o Musicbox Lisboa abriu as portas aos riffs pesados e aos sons marcadamente fortes.
Os portugueses Redemptus inauguram a noite com uma apresentação musical sombria e pesada. Vieram mostrar o seu álbum de estreia, “We All Die The Same”, lançado em Fevereiro do presente ano.
Sem dar conta, o público é sugado para um ambiente negro, com pano de fundo constituído por imagens de natureza a preto e branco.
A raiva é notória, o estilo doom metal, com algumas mesclas de death, torna as faixas densas e negras. O ritmo não é apressado e os riffs da guitarra dançam em conjunto com as notas do baixo numa sincronização perfeita. O baixo transforma-se no amante da voz, sendo imprescindíveis um ao outro e dando a entoação necessária aos graves tão indispensáveis neste estilo.
A poesia que se conseguia perceber expressava-se na forma pavor, desespero e solidão. Aproximadamente meia hora de concerto foi suficiente para deixar o público de sorriso nos lábios sedento de mais malhas.
É tempo de subirem ao palco os Torche que já não pisavam um palco luso há 5 anos e vieram, igualmente, apresentar o novo álbum – “Restarter”.
A energia imperava logo nos primeiros segundos do concerto e foi de tal forma intensa que o baterista destruiu o pedal, que foi imediatamente substituído pelo dos Redemptus. Este facto foi o impulso suficiente para um concerto cheio de boa disposição, interação com o público e caretas para as máquinas.
Apesar da falta de garra da voz que se perdia por entre os instrumentos, a qualidade de construção que estes conseguiam atingir, supria esse facto. As distorções das duas guitarras ecoavam pela sala acompanhadas de uma bateria que não conhecia limites e assim deliciava os presentes. Os riffs eram marcantes e definiam um compasso melódico que dificilmente se podia ignorar.
As músicas, maioritariamente de curta duração, afirmavam com garra o conceito stoner/sludge rock que caracteriza a banda. A voz, quando se deixava ouvir, fazia lembrar por vezes o grunge e certos acordes de guitarra tocavam subtilmente o psicadelismo.
Ao fim de 1h20 de malhas recentes e antigas e após alguns minutos de insistência por parte dum público
eufórico, os Torche regressaram para um encore com uma música de aproximadamente 10 minutos que fez o coração subir à boca dos presentes, para depois descerem o palco onde eram aguardados por várias mãos cheias de CD’s e Vinis à espera dum autógrafo, encerrando assim uma noite cheia de sons corpulentos.
Texto – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa
Promotor – Goodlife HQ