Entram camiões no recinto com equipamento de som (o top dos tops), com arcas frigoríficas, fogões, telas, balcões, etc, etc. Entrámos nós também, mas num veículo ligeiramente mais pequeno e ecológico, num carrinho de golfe conduzidos pela incansável Rita Barradas (Media & Promotion Everything is New). Entre o pó e a azáfama da montagem de um dos maiores festivais da europa, tomámos o pequeno-almoço do chef Domingos (responsável do catering do Nós Alive 2015), na companhia da restante imprensa, da Rita Barradas e de Álvaro Covões (Managing Director Everything is New). Com os croissants e as frutas a aconchegarem o estômago, começámos uma maratona de quase 2 horas nos bastidores do NOS Alive 2015.
Começámos pelo Backstage do palco NOS (o principal), que já tem os núcleos de camarins montados para receber as vedetas, e onde está o “coração” central de todo o festival (coordenação do palco e a alimentação para todos os palcos). A excentricidade nas exigências dos músicos são, segundo Álvaro Covões,”um bocadinho um mito urbano” e quando pedem 100 toalhas “é mesmo para os banhinhos que tomam ao longo dos dias”! No fundo não há pedidos excêntricos, apenas é pedido o conforto dos artistas e das equipas que andam na estrada meses a fio. E parece que este ano anda muita gente na estrada, pela quantidade de camiões e autocarros que estão para entrar no recinto. Preferem muitas vezes o autocarro ao avião (e hotel), pois facilita a logística.
A Everything is New (EIN) continua com a mesma política de não recrutar voluntários, e todos e todas que aqui trabalham são remunerados pelo serviço que prestam (seja trabalho sazonal, seja 2º emprego). Durante a montagem do festival estão diariamente a trabalhar no recinto um total de 2000 pessoas, e durante os dias do festival chegam a ser 5000.
Neste momento, a edição de 2015 já conta com festivaleiros de 56 países, entre eles, o Cazaquistão, Israel e a Arábia Saudita. Sendo o Reino Unido e Espanha os países com maior representatividade, com cerca de 70%. Os canais de distribuição não são somente a internet, sendo já política da EIN ter a venda directa dos ingressos em espaços físicos nos próprios países (p. ex. nas lojas FNAC). No fundo, acaba por ser uma forma de incremento do turismo cultural, que cada vez mais tem expressão em Portugal. Neste caso concreto “é vender Portugal através dos festivais de verão” (manhã surf, almoço em Lisboa cidade e depois do festival uma ida ao Lux ou ao Cais Sodré!).
Para que as pessoas fiquem no recinto o mais tempo possível, Álvaro Covões diz que é importante ter vários espaços diferenciados e cativantes. Exemplo disso é o “Jardim Caixa” com espaço para comédia e que foi um sucesso a edição anterior (este ano irá abrir com Herman José); o coreto com actuações mais alternativas; o espaço dedicado à ciência onde os festivaleiros podem ter uma conversa com cientistas; um mural onde writers convidados vão estar a intervencionar durante o festival; e claro, os matraquilhos, há bom português!
No âmbito da responsabilidade social, o NOS ALIVE atribui 2 bolsas à investigação, este ano às áreas da biodiversidade genética e da oncologia (através da Fundação Calouste Gulbenkian- num total de 25.000€ ano) e apoio no arranque de 3 negócios sociais (cooperativas e/ou associações) através da CASES (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social – num total de 15.000€).
Para além das “barraquinhas” dos comes e bebes já conhecidos por todos nós, este ano o NOS ALIVE quis ir mais longe e em local mais reservado (na zona do coreto) irá estar a funcionar uma “barraquinha” com alimentos sem glúten e sem açúcar!
O cartaz é “o melhor sempre”, segundo o slogan, e a juntar a todo este cenário diversificado teremos certamente 3 dias de excelente música e muita animação!
Texto – Carla Sancho
Fotografia – Luis Sousa