Uma das atrações do Festival BONS SONS’15 era a existência de concertos surpresa numa garagem. As bandas podiam inscrever-se no próprio dia.
No sábado, ao caminhar em direção à garagem vejo um amontoado de pessoas que tinham em sua posse um grande sorriso de satisfação. Aproximo-me e fico colada até ao final do espetáculo. Eles são bons e deram um concerto de fazer inveja a qualquer um. Era impossível não ir conversar com eles no final, o desejo de os mostrar ao mundo era gigante.
Os LODO são o Bernardo Ferreira no baixo, o Carlos Silva na bateria, o João Cotovio na guitarra e o João Rufino na guitarra, teclas e voz e esta foi a conversa que a Música em DX teve com eles.
Música em DX (MDX) – Como é que vocês apareceram e como é que tudo começou?
João Rufino (JR) – O projeto nasceu em 2013, foi uma ideia que tivemos de juntar malta que já conhecíamos de outros projetos. Tínhamos a ideia de seguir uma linha, a da música mais instrumental e experimental e foi assim que tudo começou.
MDX – São todos amigos?
LODO – Agora sim (risos). Somos todos de Cem Soldos, à exceção do João Cotovio, mas também mora perto.
MDX – Já têm algum EP ou álbum?
JR – Vamos começar agora a gravar o nosso primeiro EP que esperamos lançar lá para Outubro ou Novembro.
MDX – Porquê LODO?
João Cotovio (JC) – Estás a ver a água que é pura e cristalina? O lodo não, o lodo está ali só um bocado a chatear e acho que isso somos um pouco nós.
MDX – Já atuaram em mais algum lado para além daqui?
JR –Nós temos tido sempre concertos, o que é bom. Também procuramos por eles porque é difícil em Portugal para as bandas de garagem. Mas este ano tivemos uma boa oportunidade e experiência que foi participar no concurso de bandas do Nós Alive, fomos à final, conseguimos ficar nos 10 primeiros e tocámos no pórtico da entrada no primeiro dia.
MDX – Quais são as vossas referências e influências?
Bernardo Ferreira (BF) – Cada um de nós tem um espaço próprio, diria que o Carlitos está mais entre os projetos de metal e heavy metal, o Rufino talvez seja a onda mais eletrónica apesar de ter influências indie, que ele tem uma banda indie, os Just Under, o Cotovio tal como o Carlitos também tem umas ideias mais metal e eu talvez seja o mais misto, mas mais parecido com o Rufino nas cenas eletrónicas, metendo mais baixo. A nível de bandas: Mogway, Tool, Linda Martini, Paus, Riding Pânico, Russian Circles, Pink Floyd, BB King.
JR – Também vamos buscar o fado. Nos primeiros concertos fizemos algumas adaptações de músicas de outras bandas que também tentam encostar ao fado. Fizemos uma adaptação de Carlos Paredes, que tocámos agora. Gostamos e temos o interesse de ir buscar uma música que saia da nossa onda como é o caso da Verdes Anos de Carlos Paredes, também temos adaptações de Dead Combo e tocamos uma cover de Linda Martini. Mas principalmente temos sempre esse objetivo de pegar em músicas noutras ondas em português e de bandas portuguesas e adaptar, pelo menos temos seguido essa linha.
MDX – Onde é que se veem no futuro?
BF – Num destes palcos aqui (Cem Soldos) grandes. (Risos)
JC – Pela estrada fora.
JR – Sim, para nós o que é mais importante é tocar seja num Pub, seja num bar pequenino, seja onde for, interessa é tocar. Desde que a malta esteja lá e esteja a ouvir e a gostar isso é o mais importante. Mas o nosso objetivo é tocar e chegarmos a cada vez mais lados.
Apresentações feitas, ficamos a aguardar o EP com o desejo de rever LODO em breve.
Mais informação no facebook oficial da banda – https://www.facebook.com/projectoLODO?fref=ts
Entrevista – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa