Já com a chuva a acompanhar mais uma noite de sábado, a sala do Musicbox Lisboa encheu-se ao terceiro dia do Festival Jameson Urban Routes.
Para este dia, havia uma mistura de música eletrónica com explosões auditivas de baterias siamesas. O palco seria partilhado por Inga Copeland, PAUS, Andy Stott e Gustavo.
De paraquedas, vinda de um espaço desconhecido, cai Inga Copeland no palco do Musicbox para fazer a abertura da noite. A russa Alina Astrova trouxe-nos a sua música claustrofóbica e inquietante coberta de loops intensos e introspectivos. Pelo meio ia dando ares da sua voz e tocava triângulo ou uma sineta para acompanhar os discos que metia a rodar. Após meia hora de set introduz beats dançáveis que ficam até ao fim da atuação. Até lá, o público estava estático a tentar conjugar todos os sons surreais e experimentais que iam entrando na mente. Certamente que com mais umas horas, estaríamos todos num universo paralelo.
Era hora do ponto alto da noite: a subida de PAUS ao palco. Estes 4 meninos tinham como objetivo comum criar um desassossego entre nós.
Com o seu estilo que não se encaixa em nada de concreto, a não ser na sua própria música, os PAUS criam um furacão em cima do palco. A conjugação da bateria siamesa voluptuosa com o baixo, guitarra e teclas resulta numa explosão auditiva que deixa o coração inquieto. A força rítmica é demasiado penetrante e é impossível ficar indiferente à complexidade de construção musical existente.
Com PAUS, a inovação prima e a energia que fica a pairar no ar é demasiado envolvente. Aposta-se no experimentalismo e o resultado é puro suor repleto de talento.
Em jeito de apresentação do álbum que sai em Fevereiro do próximo ano, gravaram imagens para o vídeo-clip de um single, mas não nos presentearam com faixas novas. Do concerto constaram: “Lingua Franca”, “Muito Mais Gente”, “Primeira”, o clássico “Deixa-me Ser” e “Pelo Pulso”, entre muitas outras.
Após a desordem mental em que ficámos com PAUS era a vez de Andy Stott, na vertente clubbing, suavizar os estados de euforia com o seu techno sensual e sereno. Trazendo o seu último trabalho na bagagem – Faith In Strangers – conduziu a noite para caminhos mais recônditos e escuros. Acompanhava o trajeto com vídeos e criava, assim, a atmosfera perfeita de descontração e levitação corporal.
Para encerrar o primeiro ciclo do festival, Gustavo sobe à cabine para fazer arte na mistura de house, techno e electro e guiar as pessoas até casa com um sorriso nos lábios.
Finaliza-se assim o primeiro ciclo do festival, arriscando dizer que o balanço foi positivo e estamos prontos para mais.
O Jameson Urban Routes regressa nos dias 30 e 31 de Outubro.
Reportagens dos restantes dias do festival:
Dia 22 – JAMESON URBAN ROUTES’15 DIA 22, O QUE É NACIONAL É BOM
Dia 23 – JAMESON URBAN ROUTES’15 DIA 23, BEATS QUE ENCHEM A ALMA
Dia 30 – JAMESON URBAN ROUTES’15 DIA 30, E AO QUARTO DIA RESSUSCITOU!
Dia 31 – JAMESON URBAN ROUTES’15 DIA 31, CÁPSULA ORBITAL
Texto – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa
Promotor – Musicbox Lisboa