No âmbito da 1ª Edição dos Creative Music Hubs, organizado pela Associação de Músicos e Editoras Independentes – AMAEI – que teve lugar no Centro de Inovação da Mouraria (CIM) na passada 6ª feira, assistimos ao show-case de músicos espanhóis no Popular Alvalade no âmbito do Independente Music Hubs.
Três bandas e/ou músicos de géneros musicais muito distintos e, por essa diversidade encheu a noite de ritmos dançantes.
Vindos de Las Palmas de Gran Canária, os Bel Bee Bee uma dupla de músicos com guitarra e teclas. A voz de Bélen Alvarez Dorest, deliciosamente diferente com uns graves limpos a darem um toque de Elizabeth Fraser (Cocteau twins). Como a própria classifica, os Bel Bee Bee são “uma música expansiva”, em que podemos tracejar a natureza a lápis de carvão. Com vários ritmos nas teclas, inclusive um instrumento de sopro (melódica) que entra muito bem no registo das cordas minimalistas, tocaram o suficiente para os imaginarmos num ambiente mais intimista.
De Madrid uma banda de pop-rock a roçar o punk-rock, muito divertida e com mensagens simples do quotidiano desta imensa cidade e desta gente “viva”! Um baixo na voz (Javi), uma bateria tímida (Paco) e uma guitarra a “partir” (Luismi), os Tigres Leones lançaram um CD em Maio deste ano “La catastrofia” e, pelo andar irão fazer estrada.
Alterando a ordem da subida ao palco, foi consensualmente decidido que Joe Crepúsculo seria o último artista a actuar. Um canta-autor na música electrónica espanhola, que desde 2008 tem estado em alta na “movida” de Barcelona e um pouco por toda a península espanhola. Joe Crepúsculo esteve para o público português como a coca-cola para Fernando Pessoa, “primeiro estranha-se depois entranha-se”! Apesar de dividida, a Espanha revê-se nalguns ícones culturais que lhe conferem identidade, desde os catalanes aos canarios passando pelos madrilleños todos fizeram a fiesta com o insólito Joe, que repetidamente gritava “arriba, arriba Lisboa”! E nós portugueses e lisboetas rendemo-nos, também, ao seu Crepúsculo.
Texto – Carla Sancho
Fotografia – Luis Sousa