Na sequência do artigo de ontem em que referíamos os momentos mais marcantes do ano para quem escreve no Música em DX, hoje é a vez de quem fotografa também dar o seu parecer. 2015 foi de facto um ano repleto de boa música, grandes momentos, e estes só ganham a forma completa com a reportagem fotográfica.
LUIS SOUSA +info
“Quando se está presente em algumas dezenas de concertos é de facto complicado definir com justiça os melhores momentos do ano. A minha razão foi a de escolher os concertos que, ao fim de quase um ano de trabalho, ficaram gravados na 1ªfila da memória do ponto de vista fotográfico, num exercício que dispensam sequer pensar muito no assunto.”
“De todo o festival foi provavelmente o concerto onde nunca me consegui concentrar uma única vez para disparar. Foi também provavelmente o único concerto do ano onde tal aconteceu. Foi inexplicável a energia bombardeada pelo palco principal, a tal ponto que saí do fosso arrepiado e assim continuei durante cerca de 15 minutos tal era a adrenalina do autêntico “atropelo” de energia a que fomos sujeitos.”
The White Knights, Indie Music Fest
“Sem dúvida, um dos momentos do ano. Eu não conhecia a banda, constituída por jovens de Braga, e posso-vos dizer, se fossem londrinos, ou oriundos de Boston, já estariam agendados para uma grande sala de espetáculos em Lisboa. Atitude, irreverência, loucura, proximidade com o público, imprevisibilidade, todos estes aspetos marcam a banda, vincados principalmente pelo seu frontman. Uma hora de concerto resultou em kilos de pó em cima da máquina, mas também um enorme sorriso de satisfação.”
“No final de uma autêntica maratona de dois dias de Mexefest, aparecem-me pela frente os espanhóis The Parrots para um dos melhores concertos deste ano. Tal como em The White Knights, atitude e muita energia de toda a banda com o público do Ateneu, a delícia de qualquer fotógrafo.”
“Faço também menção a outros concertos marcantes deste ano como a presença do The Legendary Tigerman no Sabotage em Abril, ou, nas quatro noites de Galeria Zé dos Bois no Natal; Moonspell com Bizarra Locomotiva em Março no Coliseu; Noite solidária com o Nepal em Junho no Musicbox com os Insch, Lotus Fever e Fast Eddie Nelson; A Jigsaw em Agosto pelo Ciclo Transforma em Santa Cruz; e porque são na minha opinião a “super banda” portuguesa do momento, os concertos de Keep Razors Sharp em Baltar pelo Indie Music Fest ou no Reverence Valada.”
Valentina Ernö (Silvana Delgado) +info
“Kikagaku Moyo; 10.000 Russos e Carcass, marcam o meu top 3 de concertos de 2015.
Obituary ficam de fora, não por terem dado um mau espectáculo, mas por não terem satisfeito a sede dos fãs (que era muita, verdade seja dita). Quanto à Restless Tour, só pelo conceito, por toda a envolvência, já é injusto ter de ficar de fora. Mais ainda se pensarmos nos concertos magníficos, com músicos fantásticos, talentosos e com muito para dar além da música. É importante ainda mencionar a Refugees Welcome e os concertos de apoio à Ajuda de Berço, como autenticas chapadas sem mão, naqueles que acham que a música pesada, é a banda sonora de gente procaz e indolente. Ricardo Dias e os For the Glory são o ponto comum em ambas as iniciativas e merecem portanto todo o meu reconhecimento.
2016 promete ser mais um ano repleto de bons concertos e nós certamente estaremos por lá para apreciar.”
Ana pereira +info
“A minha primeira escolha recai sobre o último concerto Post-Punk ao qual assisti. Escolho não por ser o último mas sim pela qualidade da música e pela dedicação dos músicos que formam os Lur Lur. Tocaram no Sabotage, numa sala com pouca audiência mas isso não prova absolutamente nada pois tocaram como se estivesse lotada, entregaram-se de corpo e alma ao longo de todo o concerto. Foi um prazer ouvir tão boa música tocada por músicos cúmplices, divertidos em palco e com grande profissionalismo, fazendo parecer que repetem o mesmo todas as noites. Como escreveu o nosso querido David Polido sobre o concerto, “sem espinhas””
“A minha segunda escolha vai para os And So I Wacth You From Afar, surpreenderam-me de forma positiva, talvez por não conhecer a banda detalhadamente, portanto não tinha grandes expectativas. A fila enorme que se estendia à porta do MusicBox mostrou-me logo que algo grandioso iria acontecer e assim a partir daquele momento tudo o que aconteceu dentro daquelas quatro paredes resume-se a verdadeira magia!”
nuno cruz +info
“O meu top 3 fica reservado pela veterania das bandas. Foram 3 nomes que fizeram as delicias dos fãs mais dedicados e ficarão guardados na minha cabeça pela energia e entrega que demonstraram. Por fim, esperemos que 2016, Portugal seja de facto a tal porta de entrada para a Europa que todos desejamos a nivel musical.”
O texto é também parte fundamental numa reportagem de concerto, clique aqui para saber a opinião dos momentos mais marcantes do ano para quem escreve.
A nós resta-nos agradecer a todos aqueles que nos ajudaram a concretizar e a estar presentes nestes momentos. 2016 está a chegar e já não temos qualquer dúvida que será um dos anos mais “efervescentes” no que diz respeito à música que irá passar por Portugal. Como sempre, onde estiver a melhor música nós esperamos lá estar.