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Inmyths, a melancolia aconchegante

Na passada quinta-feira, dia 18 de Fevereiro o Popular Alvalade foi palco de uma partilha de sentimentos. Os responsáveis por levar o frio embora e aquecer os corações foram os Inmyths.

Com o novo EP acabado de sair (https://www.musicaemdx.pt/2016/02/14/inmyths-perseguir-sonhos-explorar-mitos/), esta foi a data escolhida para a sua apresentação ao público e a atmosfera não poderia estar mais acolhedora.

Os Inmyths, liderados por Hugo Almeida, pretendem tocar nas almas e criar emoções. Falam de tudo um pouco que está mal na sociedade, dos nossos medos escondidos e de sonhos. Há um momento para tudo e, às 23h o tempo parou e aquele momento envolveu-nos em pura magia melancólica com traços de uma tamanha beleza capaz de fazer água salgada ser expulsa do corpo.

A música deles não é para qualquer ouvido e só o coração mais aberto e vivido consegue sentir cada nota e palavra que saem pela coluna. As músicas são suaves, intensas, graves e melancólicas. Se fecharmos os olhos conseguimos ver o rasto da estrela cadente que Hugo viu um dia da varanda e seguirmos com ela até um universo replecto de astros e sentimentos. A voz penetrante e grandiosa de Hugo arrepia e serve de condutor para as nossas consciências. As distorções criadas pelos pedais da guitarra são tristes e com uma carga emotiva densa e envolvente. O baixo, instrumento de índole grave e pesado, faz o seu trabalho e abraça a mística criada.

Neste registo ténue, contínuo e com uma grande carga emocional seguimos caminhos e sonhos. Fomos chamados a atenção subtilmente para despertar mentes e, sobretudo, fomos sugados para um ambiente intimista e acolhedor.

O EP foi apresentado na íntegra e ouvimos mais 6 faixas de trabalhos antigos como “You´re Not Going to Save the World”, “Laymen”, “Live Long” e “I Want to Be na Alien” do álbum Scarcity.

Durante uma hora foi criada a ambiência perfeita para uma comunhão musical entre a banda e o público e gerou-se uma ligação emocional que ficou latente até ao despertar do dia seguinte.

A melancolia não tem de ser triste e pode ganhar contornos de beleza infindáveis. Quem não foi que se arrependa e fique atento para que não perca mais oportunidades assim.

Texto – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa