Uma vez mais a noite de sexta-feira, a entrada para o fim de semana, apresentou-se tanto chuvosa como fria e por isso o mais recomendável seria uma saída para algum espaço fechado. Na sequência desta lógica, que se tenha em conta que o Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém recebia nessa mesma noite a terceira banda do CCBEAT, refiro-me a Minta & The Brook Trout a apresentarem pela primeira vez o seu novo trabalho, “Slow”. Que melhores planos se poderia ter do que apreciar a boa música nacional num auditório que afugenta o frio?
Dentro de portas e após a hora dada para o início do espectáculo, era visível como a banda lisboeta conseguiu encher as numerosas cadeiras, era um público constituído sobretudo por jovens e as bancadas apresentavam poucos lugares vagos, o prelúdio para uma boa noite. Após o aviso quanto aos dispositivos electrónicos, não tardou que os elementos da banda ocupassem os seus lugares em palco e ansiosamente começassem a tocar temas do seu terceiro disco, tal como Sand e Light Blue Blues. Com uma melodia agradável, com a voz de Francisca Cortesão acompanhada com a voz dos outros elementos da banda e também com letras dotadas de uma certa profundidade, percorram-se novas músicas, lembrando a uns e ensinando a outros como a sonoridade desta banda é relaxante.
Mas o reportório da noite não foi apenas exibir o que há de novo. Do disco Olympia houve Falcon, Blood and Bones, Future Me e The Right Boulevards que serviu de pausa antes de se voltar aos temas restantes do último disco, tocar apenas as músicas do álbum Slow não seria o suficiente para um concerto inteiro. Pela altura da última música, A Semester Abroad, já só via a vocalista como uma rapariga alegre, de queixo erguido, com a vida por decidir e esperançosa de amores, essa era a energia transmitida e todos os presentes devem ter sentido algo semelhante pois os aplausos e bater de pés foram efusivos. Felizmente o apelo a que a banda voltasse foi bem sucedido e tivemos direito a mais dois temas, Bangles e A Song To Celebrate Our Love. Chegando o fim definitivo do espectáculo não nos restou mais nada além de aplaudir de pé em vez de sentados, demonstrar claramente que foi um óptimo concerto.
Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Ana Pereira