Os 10 000 Russos apareceram em 2012 e têm vindo a criar seguidores por onde quer que passem. Apenas 3 e portugueses, os 10 000 Russos são o João Pimenta na bateria e voz, o Pedro Pestana na guitarra e o André Couto no baixo. Lançaram em Maio do ano passado o primeiro trabalho da banda, álbum homónimo com 6 faixas cobertas de densidade e intensidade. O Música em DX aproveitou o âmbito da vinda destes rapazes ao Lisbon Psych Fest e falou com João Pimenta sobre a banda.
Música em DX (MDX) – Como apareceram os 10 000 Russos?
João – Surgiram como todas as bandas. Pessoas que se conhecem, tocam juntas, gravam, tocam ao vivo. Foi tudo muito simples e natural.
MDX – Como surgiu o nome?
João – Surgiu como todos os nomes de bandas. Nomes atirados para o ar e um deles pega.
MDX – Associam o vosso nome à vossa música?
João – Por norma as pessoas associam e conseguem lembrar-se facilmente. O nome é bastante visual.
MDX – Porque optaram pela edição do álbum em K7?
João – Bem, isso já foi há uns tempos. Entretanto saiu um disco em vinil (com 2 edições regular e deluxe) pela Fuzz Club Records, editora britânica que apreciamos. A primeira edição esgotou e vamos começar agora uma tour europeia para promover a segunda edição: 24 datas em 30 dias.
MDX – O que te parece o reconhecimento e boom à vossa volta?
João – Foi algo que nos ultrapassaria há coisa de um ano. Tínhamos um disco a sair em edição de autor e depois de um concerto no Reverence Valada. Assinamos pela Fuzz Club Records que se tornou uma montra para chegarmos a muito mais gente. O lá fora e o cá dentro acabam por ser a nossa prisão e a nossa precária. Se isto só saísse cá dentro, não teria a repercussão que teve porque não há grande mercado em Portugal e as nossas precárias são estas tours europeias de um mês que são onde realmente crescemos como banda.
MDX – Sentem que criam boas sensações nas pessoas com a vossa música?
João – Esperamos que sim. É para isso que serve a música.
MDX – Há algum sítio para onde nos queiram transportar com a vossa música?
João – É uma pergunta meio complicada essa. O sítio para onde nós levamos depende da música e do mood que ela pede. Por norma, agrada-me uma certa sensação de perigo na música, nada me aborrece mais que uma banda inofensiva.
MDX – Qual é a vossa ideia do Lisbon Psych Fest?
João – Não sabemos. Conhecemos os dois organizadores em concertos nossos aos quais eles foram assistir, são fãs de música, maluquinhos como nós. Por isso penso que organizado por eles será uma excelente experiência para fãs de música. E o Teatro do Bairro é uma sala que o André (baixista) já conhece, pois tocou lá o ano passado com Dreamweapon e falou-nos da maravilha que aquilo era.
MDX – O que estão a preparar para o vosso concerto lá?
João – Uma experiência sonora onde não há intervalos entre músicas.
MDX – O que querem, ou esperam, os 10 000 Russos do futuro?
João – Que a cidade seguinte onde vamos tocar não sofra um atentado como aconteceu a 13 de Novembro, tocámos em Londres e no dia seguinte o concerto de Paris foi cancelado. Se isso não acontecer vai correr tudo bem.
Os 10 000 Russos tocam no primeiro dia do Lisbon Psych Fest, dia 15 de Abril e prometem experiências sonoras envoltas em boas sensações.
Entrevista – Eliana Berto
Fotografia – Valentina Ernö (Silvana Delgado)