Um dia antes do início do festival o Lisbon Psych Fest serviu, em jeito de aperitivo, um cocktail de experimentalismo transcendente na Galeria Zé dos Bois. Aconteceu no passado dia 14 de Abril e os convidados foram Jacco Gardner e Helena Espvall.
Para uma sala cheia, o holandês e a sueca quiseram mostrar o verdadeiro significado de experimentalismo abstracto. Ele nos sintetizadores e ela no violoncelo construíram 2 sets carregados de improviso, distorções e mundos paralelos.
Atrás deles, imagens hipnotizantes de planetas e florestas acompanhavam o som insano que saia pelas colunas. Distorções e sintetizadores rugiam de forma abafada e entravam pelo canal auditivo como se quisessem causar alguma inquietação. A linha ténue e constante das ondas sonoras pedia cadeiras para nos sentarmos e, quiçá, entrarmos em transe profundo. Por detrás do experimentalismo cru, a introspecção e vontade de fazer daquela cerca de hora e meia o retrato de medos e ansias interiores.
Sem uma única palavra, ao longo dos dois sets fomos empurrados para diversas paisagens que se dividiam entre o perturbador e o ilusório.
O amanhã estava perto e o Lisbon Psych Fest quis testar a nossa capacidade de aceitar o desconhecido.
Texto – Eliana Berto
Fotografia – Nuno Cruz
Evento – Lisbon Psych Fest
Promotor – Killer Mathilda