Após terem esgotado o seu dia no NOS Alive do ano passado, os Muse regressaram a Portugal para dois dias de concertos na MEO Arena. Com a abertura a cargo dos De Staat, a MEO Arena começou desde cedo a receber o que seria um total de 18 mil pessoas. Os fãs portugueses demonstraram a sua lealdade para com a banda britânica, vestindo o merchandising e comparecendo em casais, grupos e até em família.
Ainda faltava meia hora para que o trio subisse ao palco, mas já ecoava pela Arena uma voz a avisar que os flashes não seriam permitidos, no entanto, qualquer captura de imagens ou vídeos por parte do público não teve qualquer restrição. Já se antecipava um verdadeiro espectáculo por parte da banda, uma autêntica delícia visual. E foi precisamente assim que o concerto propriamente dito teve início, com uma sensibilização quanto ao uso dos drones actualmente, enquanto doze desses aparelhos iluminados pairavam sobre a multidão. Houve um forte carácter político assumido pela banda, fizeram questão de demonstrar o que é um brinquedo para uns, rouba vidas para outros. Juntamente com um excerto de um discurso do Kennedy, os Muse pretendem destacar-se do mundo da pop e ter um impacto na sociedade.
Com a multidão reunida à volta do palco 360° surgiram por fim os músicos ao som de Psycho, tema ideal para despertar a euforia. E daí para a frente o espectáculo deslumbrou tanto como uma criança se sente deslumbrada no circo, tanto mais com os músicos a serem “controlados” como marionetas por um robot em vídeo, é sem dúvida arte. Matt Bellamy esteve imparável a puxar pelo público, especialmente durante o fortemente entoado Uprising ao apontar para o céu, e a tocar maravilhosos riffs. Christopher Wolstenholme manteve o tempo todo a postura de uma rock star enquanto cruzava o palco, nunca ficando por muito tempo num só sítio. E não faltaram os clássicos, Starlight com balões cheios de confetti libertados para a plateia, Madness com um forte coro e Mercy com canhões de serpentinas a rebentar, tal foi a festa!
No fim, os artistas tiveram a amabilidade de ir até junto das grades e cumprimentar os fãs, foi o melhor que fizeram depois de um concerto com uns poucos “Lisboa!’s”. Não deixou de ser um evento fenomenal, uma banda que já se tornou icónica a proporcionar um autêntico espectáculo, poucos sabem fazer tal magia.
Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Everything is New / Alexandre Antunes
Promotor – Everything is New