Numa mera noite de quarta-feira, o marco do meio da semana, ainda não tinha o Sabotage Club aberto as suas portas mas, já um grande grupo aguardava por esse momento. Os La Chanson Noire tiveram espectáculo marcado nessa noite, o primeiro concerto de apresentação do novo disco, Evergloom, uma noite festiva.
Com um cenário cuidadosamente preparado, com incenso a arder bem como velas em caveiras, o público colocou-se à vontade. Não foi necessário sequer esperar um longo período de tempo, em menos de nada estava Charles Sangnoir e Diogo Beleza a colocarem-se confortáveis em palco. Para animação da noite, estava o estado de espírito do vocalista temperado com vinho, foi do início ao fim a pessoa mais simpática possível.
O primeiro grande momento da noite foi quando o célebre Phil Mendrix subiu ao palco para tocar Família de Chantilly, apenas uma música mas foi o suficiente para brilhar, para ter o seu solo, para exibir o seu dom. Foi o primeiro de muitos convidados, pouco depois subiu ao palco Patrícia Andrade dos Sinistro, que somou um certo brilho à actuação, via-se na sua expressão que realmente mais nada importava. O concerto quis dar a conhecer os novos temas evidentemente, mas não havia como deixar de lado o passado. O convidado M-PEX serenou a noite com a sua guitarra portuguesa, durante o novo tema Marinheiro de Aguardente, e Manu De La Roche apimentou o tema mais antigo Fuck Me, com a arte do burlesco. Seria de pensar que por esta altura a lista de convidados já teria chegado ao fim, mas o público foi mimado nessa noite. Diogo Beleza que passou a noite inteira a maravilhar frente à bateria, um incrível músico para que conste, teve direito a uma pausa, sendo substituído por Ramon Galarza durante O Uivo. Foi este mais um dos novos temas, mais um que não falhou em agradar a audiência. O último tema da noite foi Bordel de Lúcifer, ecoado pelos cantos e recantos do Sabotage.
Sinceramente, e nas palavras do vocalista, a noite foi “um prazer indescritível”. Espero que os próximos concertos da banda tenham a mesma recepção, que com nove anos de história continuem a cativar público.
Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Ana Pereira