Sábado, dia 14 de Maio, chegamos à porta do Sabotage Club em Lisboa. Somos prontamente recebidos com um sorriso pela Carolina, a responsável pela comunicação desta já bem reconhecida sala de concertos, e por ali ficamos à conversa. O sorriso não seria em vão, era noite de festa do 3ºaniversário do Sabotage, e também o inicio da terceira noite de festas que acontecia desde 5ªfeira. Um misto de cansaço e felicidade, resultado de que tudo corre bem. A este grupo à entrada junta-se também o Carlos, um dos responsáveis pelo espaço, e por ali ficamos. Partilhamos alguns momentos que mais marcaram o Sabotage nestes primeiros de muitos anos de vida, e chegamos à conclusão que temos vindo a crescer realmente juntos. Sabotage Club e Música em DX. Foi também por ali que começámos este projeto, uma perfeita loucura para que tem um trabalho 9h-18h como também acontece com a Ana, outra das caras simpáticas que sempre nos recebe tão bem. Concertos emblemáticos como o de Pop Dell’Arte, Bruto & The Cannibals, Wayne Hussey (The Mission UK), The Parkinsons ou The Legendary Tigerman são apenas alguns exemplos, poucos, de muitas e muitas noites memoráveis, de casa completamente a “rebentar” pelas costuras, e onde o Música em DX também esteve presente.
Falámos depois de outros concertos memoráveis, feitos por projetos que estariam a começar ou que andariam normalmente em circuitos menos públicos, mas que deixaram grandes marcas na memória. As noites com Bed Legs, The Blue Drones, Malcontent, We Bless This Mess, Keep Razors Sharp ou Correia, são alguns, também poucos, de muitos e muitos exemplos que marcam as grandes noites de rock no Sabotage.
Os projetos são feitos de pessoas, e sem a sua dedicação não há projeto que sobreviva. As mãos do Carlos, do David, da Ana, da Carolina, e outros mais, são as as que fazem desta sala uma das mais carismáticas salas de música ao vivo em Lisboa, e aqui não há lugar à preferência pelos “amigos” em vez de pela boa música. Num raciocínio inverso, dá-se prioridade à boa música, ao rock, punk, metal, hardcore, gótico, ou até cantautor, e outros N géneros e subgéneros, que os amigos sempre aparecem. Foi assim que lá fomos ter.
Nesta terceira noite não nos importa muito falar da performance das bandas, nem do alinhamento, quando na verdade tudo se conjugava para uma noite de festa. À entrada anunciava-se festa de aniversário com direito a uma cerveja, e a bolo também. A começar, os The Japanese Girl, banda do porto de som marcadamente psicadélico, começar da melhor maneira. Alguns temas do último trabalho como “Take Your Ghosts”, “Nuclear Backyard” ou “You Should Have Switches” encheram a sala e hipnotizaram o público que no final aclamava por “mais uma música, mais uma música”.
Seguiam-se os Mecher Chups, com um calor resultante de uma mescla russa e chilena adequada ao surf rock que apresentam em palco. Neste conjunto tudo se encaixa para uma noite dançante com temas como “Rock It”, “Dead Billy Is Dead” ou versões de temas de James Bond, Twin Peaks ou ainda do tema “PopCorn”, ideal para fechar o ciclo de concertos 3ºaniversário Sabotage.
A noite não ficaria por aqui, os próximos protagonistas em palco seriam os dois bolos comemorativos desta data, com um bem disposto parabéns a você cantado a meias entre público e responsáveis da casa, e terminaria com muitas mais horas de dança ao som de A Boy Named Sue DJ Set.
Desejamos muitos mais anos de vida ao Sabotage Club, e como sempre se diz, “que nós também cá estejamos para ver”. Bem Hajam!
Texto – Carla Santos
Fotografia – Luis Sousa