Os Twin Transistors, com existência desde 2009, lançam amanhã o seu primeiro álbum – Sun of Wolves – e dão um salto na visibilidade da boa música que se faz em Portugal. São 6 e vêm de Leiria: Hélder Ferreira (guitarra e voz), João Santos (guitarra), Miguel Fonseca (baixo), Nuno Dionísio (sintetizadores e voz), Tiago Piedade (guitarra) e Tiago Veloso (bateria). Têm como característica a vontade e a sabedoria.
O álbum, composto por 8 faixas, é uma experiência apaixonante desde o princípio ao fim. De súbito entramos ferozmente a galope numa estrada interminável de cores e luzes incendiarias. O psicadelismo tem contornos carregados e é coberto por tons fortes. Pode fazer-nos perder por paragens desconhecidas que não deixam de ser boas. Afinal, o desconhecido é apetecível e sempre cativante.
Aqui, defrontamo-nos com diversas sensações que vão desde a satisfação e deleite ao expoente máximo da adrenalina. Logo na primeira faixa levamos um banho de ritmo e groove em formato ascendente. A inércia é impossível! O corpo automaticamente começa a formar espasmos e explosões. A música suga-nos e mantém-nos reféns das energias que transmite.
Estamos a falar de três guitarras a serem tocadas ao mesmo tempo! O experimentalismo aparece ao de leve e riffs de rock’n’roll também. A jornada que se faz ao longo do disco permite-nos passar por diversos Estados tanto geograficamente como psicologicamente, nunca perdendo a sensação quente e confortante de bem-estar e prazer.
A faixa que dá nome ao álbum, aparece com traços densos de psicadelismo e miragens de uma road trip pela Route 66. O céu é cor de laranja e águias riscam a paisagem. É impossível parar, Tiago não deixa! Logo de seguida, a faixa mais longa do álbum, “Shine The Best Thing”, traz realmente um brilho e uma luz ofuscantes! A viagem continua e tudo parece fazer sentido diante dos nossos olhos. Os poros da pele enchem-se de ar e magia e vamos parando em pubs e bares de madeira a cheirar a misticismo.
A voz, elemento fundamental nesta composição, com um fio que se arrasta como uma serpente (a serpente que tanto tem de perdição como de mistério), arrasta-nos com ela como que por magnetismo e mantém-nos reféns da nuvem sonora delirante e contagiante. O disco termina com a mesma intensidade galopante do início e nós… nós terminamos de o ouvir com uma alma rejuvenescida e brilhante.
Os Twin Transistors vão apresentar o álbum ao vivo amanhã, dia do seu lançamento – 20 de Maio –, no Sabotage Rock Club com Serushiô a fazer a primeira parte e, no dia 21, vão passar pelo Beat Club em Leiria.
+info no facebok dos twin transistors
Texto – Eliana Berto