Um ilusionista saído de um conto teatral de Borges; um experimentalista em estilo clássico-pop minimal; um misturador de jazz moderno com palavra hip-hop; outro vanguardista do jazz electrónico que traz ao momento o mais improvável; uma bela de voz espiritual e quente capaz de dar maior união poética às palavras de suas casas-mãe “sodade” e saudade. Em todos eles o denominador comum – álbum novo a estrear na 7ª edição do Misty.
Depois da apresentação de um song writer para a sessão de abertura, na linha das apresentações do ano passado, também nesta 7ª edição haverá espaço, para 5 nomes ricos em sabores do outro mundo do jazz, com ângulos e padrões diferenciados daqueles que habitualmente passam pelas salas e festivais do nosso País.
Argentina – Daniel Melingo: poeta e multi-instrumentista, do saxofone, guitarra e clarinete, com uma carreira no teatro, músico de rock com incursões no punk, é hoje um dos nomes maiores do tango e milonga. Os seus espectáculos são cénicos e intensos, incapazes de deixar indiferente quem assiste. Para a edição do Misty traz um novo álbum “Anda”, onde o tango renasce , sob forma de ficção neo-rock arty, como numa galeria de personagens que caracterizam Erik Satie e Serge Gainsbourg. No álbum de Rodrigo Leão “A Mãe” interpretou o tema “no sè nada”, letra de sua autoria.
Bélgica – Wim Mertens: o pianista, contratenor e guitarrista, cantor do fértil território modern classical, uma referência mundial, que já compôs para cinema, teatro e passagens de moda da prestigiada casa Dior. Um compositor que possui uma tão vasta quanto rica discografia, recheada de prémios, aplausos e distinções. Para esta edição trará Dust of Truths, o momento final, triunfal da trilogia, Cran aux Oeufs, apresentados na edição do Misty do ano passado. Uma boa razão para voltar.
América – José James: uma das mais celebradas vozes da nova geração, um intérprete de expressão musical com alma de Nova Iorque, que combina jazz, soul, drum’n’bass com a palavra falada. Desta fusão resulta a marca própria da sua vocalização jazzística. Nesta edição apresenta um novo álbum, também com selo da prestigiada editora Blue Note, projecto sucessor da aclamada homenagem a Billie Holiday. Um álbum retrato destes agitados tempos, que encerra a pergunta: “qual o valor do amor?”.
Itália – Enrico Rava: um dos gigantes do jazz italiano, consagrado trompetista de longa carreira com arranque nos anos 60, época em que trabalhou com o mundialmente famoso Gato Barbieri. Trabalhou ainda com Pat Metheny, Michel Petrucciani, John Abercrombie, Joe Henderson, Richard Galliano, Miroslav Vitous, Andrea Centazzo, Joe Lovano, Gil Evans e Cecil Taylor. Nesta edição, apresentará – Tribe – um projecto de originais com a participação solista Gianluca Petrella. Incomparável.
África (Cabo-verde) – Carmen Souza: nasceu em Lisboa e cresceu em ambiente de linguagem mista – português e crioulo. Será na reta final da Tour Epistola, que se apresentará no Misty, com line-up especial e temas do novo álbum. Numa experiência conduzida por paisagens da lusofonia, do crioulo e do jazz orgânico. Este espectáculo será mais um momento de renovação e re-invenção musical que não deve perder.
Celebrar esta experiência multi-mundial é o melhor passaporte para descobrir a programação do Misty 2016, que continuaremos a desvendar nos próximos dias.
O ser Misty é acreditar que há espaço para fazer a diferença com dimensão e relevância. Fique atento pois mais uma vez as grandes experiências Misty estarão mais perto de si.
+info em http://www.misty-fest.com/