A maratona da 10ª Edição do NOS Alive entrava em contagem decrescente. O corpo a revelar algum cansaço e o vento a empurrar-nos para sul, uma despedida dominada por registos mais tranquilos e vozes femininas. Os (as) canadianos (as) mostraram que a sensibilidade não se dissipa na dimensão do país – de Montreal os sempre surpreendentes Arcade Fire e de Vancouver a doce voz de Grimes.
Mais uma vez o arranque do Palco Heineken foi com novos talentos portugueses, desta vez com a actuação dos Them Flying Monkeys. A banda de Luis Judícibus foi a vencedora da 3ª Edição do EDP Live Bands, e antes de subirem ao Palco Heineken em Algés tocaram no Palco Pepsi no Festival BBK em Bilbao (a partilhar o backstage com New Order!). Os Them Flying Monkeys estão a terminar a gravação do seu primeiro álbum de originais, e tocaram temas do seu único EP editado, “Space Monkey”. Com algum nervosismo aparente, trouxeram o mesmo chapéu grená do vídeo de apresentação e da final do EDP Live Bands, um “amuleto” portanto! Estiveram muito bem, sem descuidos básicos de juniores, e até a qualidade do som esteve a seu favor. Apesar da tenda estar ainda com pouco público, o que esteve gostou do concerto e identificou-se com o registo rock-psicadélico dos “cinco”! Teria sido mais completo, pelo menos visualmente, se a organização tivesse colocado os vídeos desde o início, vídeos estes que só apareceram no último tema. Fica para a próxima!
+fotos na galeria NOS Alive 2016 Dia 9 Them Flying Monkeys
Continuando na música nacional, os Savanna actuaram no Palco Raw Coreto e deu para tomar o gosto e querer mais daquele som pop-exerimentalista.
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No Palco Clubbing, neste dia também com sonoridades muito diferentes dos dias anteriores, actuava a norte-americana (Los Angeles) Hana. Sozinha em palco, apenas acompanhada com os sintetizadores e com uma voz celestial, tocou temas do seu EP (homónimo) e aconchegou o público.
Exactamente ao mesmo tempo, Agir abria o Palco NOS com uma cenografia engraçada, sendo o único músico português a pisar o Palco NOS Alive nesta edição. A legião de fãs que o acompanha é sempre bastante expressiva, e Agir sabe bem como agradar o seu público. Estava cumprido um dos sonhos do músico português, tocar no palco principal do Festival NOS Alive!
Com o sol a perder intensidade e o vento a aumentar, a tenda do Palco Heineken estava cheia para receber os Calexico. Win Butler (Arcade Fire) juntou-se aos músicos e tocou guitarra as primeiras músicas, o que deixou o público ao rubro. Do Arizona os eclécticos Calexico agradaram o público com os ritmos quentes do país vizinho, México. Hablando muchísimo con nosotros! “Edge of the sun” (último álbum, 2015) foi o som ideal para o final de tarde de último dia de festival. Buenísimo!
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Mais uma voz feminina em palco, desta feita portuguesa e considerada uma das apostas de 2015, Isaura. Um pop electrónico em composições escritas que expressam alguns assuntos prementes da realidade social (portuguesa) actual. Foi com “Serendipity” (EP) que Isaura encantou o público que se rendeu à sua simplicidade e suavidade vocal.
Do outro lado, no Palco NOS os Vetusta Morla congregavam as largas centenas de espanhóis que estavam no recinto. Apesar de em Portugal terem passado de despercebidos (pelo menos a mim), a banda indie rock de Madrid enche estádios de futebol, e desde 2008 que tem vindo a marcar pontos na cena musical espanhola.
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Os PAUS são aquele colectivo de músicos que todos queremos sempre ver, pela energia electrizante que provocam nas batidas das baquetas. Os concertos já são conhecidos por serem “muito bons”! E mais uma vez o público encheu a tenda do Palco Heineken, e o colectivo de Hélio Morais (baterista dos Linda Martini) esteve em comunhão perfeita. O próprio largou a bateria e atirou-se para o meio do público, logo no início do concerto. Com o 2º álbum de originais ainda fresco (Abril 2016), foi um verdadeiro “Clarão” que tivemos naquela actuação! Os PAUS continuam uma banda (colectivo) de palco, definitivamente.
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E finalmente a banda que esgotou o último dia da 10ª Edição do NOS Alive, os canadianos Arcade Fire. Com apenas três concertos na Europa, curiosamente todos na Península Ibérica (Barcelona, Bilbao e Lisboa), os pais do indie rock (para mim) voltam a Portugal para mais um palco à sua medida, ou seja, gigante!
Já conhecíamos a cenografia que trouxeram com RefleKtor, em 2014 no Rock In Rio, e como não lançaram mais nenhum álbum posteriormente, não esperávamos grandes surpresas. Mas os Arcade Fire conseguem sempre surpreender, mesmo se não for na indumentária (prateada e dourada), é noutra coisa qualquer. “Ready to start” a levantar o pano, seguido de “The Suburbs” a encorpar o ritmo dos ombros. Não conseguimos perceber as falhas técnicas do som, que apesar de ter melhorado ligeiramente ao longo do concerto, deixou muito a desejar e os próprios músicos sentiram isso. Como excelentes profissionais que são, prosseguiram o show com o sorriso contagiante de Régine Chassagne! O tema RefleKtor marcou uma viragem no concerto, aumentando adrenalina no público e no palco. Precisamente a meio do concerto, e antes do tema “Intervention”, Win Butler entre dentes parafraseou Sex Pistols, “God Save the Queen… there is no future for you”… e arrancaram os sinos! Sem paragens, tocam todos os sucessos (quais não são?), o público acompanha a bons pulmões e deixa os braços suspensos no ar numa ovação à magia da música. E para terminar, o hino dos Arcade Fire tocado e cantando com David Bowie ao vivo – “Wake Up”. E o reflexo dos confetis ficaram no brilho da noite, a substituir o encore que não tivemos. Os Arcade Fire conseguem sempre deixar-nos a levitar na felicidade.
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A destacar ainda:
No Palco Heineken José González, a fabulosa Grimes e a terminar o festival os nova-iorquinos Ratatat na explosão electrónica da noite.
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Palco NOS, Band of Hourses
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e, seguidos dos cabeça de cartaz (Arcade Fire), os M83 tiveram a qualidade de som a seu favor.
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Outras curiosidades a destacar nesta edição, a Rua EDP com o 7º Palco (EDP Fado Café) onde passaram muitos fadistas (e também Dead Combo e Tiago Bettencourt) e se dançaram slows românticos. A visita virtual ao futuro Museu da Arte Arquitectura e Tecnologia, mesmo ao lado da Central Tejo. O Palco Jardim Caixa estava quase sempre composto, e as marcas atraiam o público para a panóplia de brindes que ofereciam. Três dias de muito boa música, com o chão verde a evitar o pó, e um ambiente cosmopolita incrível (88 nacionalidades estiveram no recinto). Em 2017 há mais música em NOS!
Todas as fotografias dos dias 7, 8 e 9 estão disponíveis em:
DIA 7
+ NOS Alive 2016 Dia 7 Ambiente
+ NOS Alive 2016 Dia 7 Ganso
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+ NOS Alive 2016 Dia 7 Biffy Clyro
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+ NOS Alive 2016 Dia 7 Wolf Alice
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+ NOS Alive 2016 Dia 7 Sean Riley And The Slowriders
DIA 8
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Ambiente
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Soulvenir
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Lotus Fever
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Jagwar Ma
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Courtney Barnett
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Foals
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Tame Impala
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Father John Misty
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Radiohead
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Two Door Cinema Club
+ NOS Alive 2016 Dia 8 Hot Chip
+ NOS Alive 2016 Dia 8 DJ A Boy Named Sue
DIA 9
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Ambiente
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Them Flying Monkeys
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Savanna
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Little Scream
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Galgo
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Calexico
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Vetusta Morla
+ NOS Alive 2016 Dia 9 José González
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Band Of Horses
+ NOS Alive 2016 Dia 9 PAUS
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Arcade Fire
+ NOS Alive 2016 Dia 9 Four Tet
+ NOS Alive 2016 Dia 9 M83
Texto – Carla Sancho
Fotografia – Luis Sousa
Evento – NOS Alive 2016
Promotor – Everything is New
