No passado dia 7, um dos grandes palcos do rock em Lisboa, o RCA Club, teve o prazer de providenciar uma estreia em solo português. Mas antes do grande momento da noite, antes dos californianos The Shrine, também o talento português teve espaço para brilhar. A noite começou com Asimov e Low Torque.
As portas abriram-se à hora marcada, e os minutos estenderam-se na espera por público. Não houve nenhuma enchente, apenas algumas dezenas de pessoas, e o espectáculo não podia continuar a ser atrasado, por isso a dupla Asimov subiu ao palco. Quem já os conhece, não terá ficado admirado, mas quem ainda está por descobri-los, certamente irá aplaudir a entrega dos artistas à sua música. O ponto alto da sua curta actuação foi o tema Don’t Leave Me Demon, do seu terceiro álbum Truth.
Em poucos minutos deu-se a transição, o palco que momentos antes apenas exibia dois músicos, ficou com faltade espaços vazios ao ter cinco artistas prontos a actuar. Os Low Torque estavam prontos, com o vocalista David Pais a gritar boa noite e a pedir aplausos para os Asimov, ou seja a exibir uma energia que transbordava para um reportório de dez temas. Do álbum Low Torque de 2012 tocaram Karmageddon e do álbum Croatoan temas como Storm Hag, Jersey Devil e Stingy Jack. Esforçaram-se, isso é claro. O guitarrista passeou por duas vezes com a sua guitarra pelo recinto, e as baquetas de Arlindo Cardoso acabaram em lascas. Só faltava uma banda.
De Venice Beach para Lisboa, chegou o momento de Josh Landau, Courtland Murphy e Jeff Murray, a apresentação do novo disco, Rare Breed. Com luzes reduzidas e máquinas de fumo a trabalhar, a entrada de The Shrine foi de imediato aplaudida. Space Steppin foi o tema escolhido para o início, mas também deram atenção ao álbum Bless Off, com Destroyers e Worship. Agradeceram a todos os presentes, que não obstante o número reduzido, não se deixavam estar quietos, que esperaram e festejaram! Quando a banda se retirou para o backstage, uns quantos gritos individuais fizeram-se ouvir. Ainda faltava meia hora para a meia-noite, ainda era cedo e ainda havia vontade para mais, e por isso houve realmente um encore. Josh Landau regressou visivelmente impressionado, e prolongou a noite um pouco mais com On The Grind e Primitive Blast. Quem marcou a sua presença, não se arrependeu, tomara que mais tivessem feito tal decisão.
Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Daniel Jesus
Promotor – Prime Artists