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Vodafone Paredes de Coura’16, que as boas energias comecem

Em contagem decrescente, aproxima-se a 24ª edição de um dos melhores festivais de verão de Portugal.

Uma vez mais, as margens da praia fluvial do Taboão recebem o Festival Vodafone Paredes de Coura. Numa semana, a pequena e calorosa vila do norte vai abrir as portas à boa música e aos festivaleiros que optam por ter umas férias musicais em pleno Agosto.

O festival decorre do dia 17 ao dia 20, são quatro dias de plena contemplação e harmonia musical, do conhecido ao desconhecido, fazem-se tardes de puro ócio e noites de aconchego auditivo.

Quem desejar, pode ir mais cedo! Para além de ser necessário encontrar um bom sítio para montar as tendas, há muita música antes do início do festival. A festa inicia-se logo no Sábado, dia 13, com O Festival sobe à Vila e, entre os ladrilhos do centro da vila, há aperitivos musicais para se ir degustando.

A 13 de Agosto temos os concertos dos The Bellrays, das Pega Monstro e o set do DJ Lynce. No dia 14Galgo, Paraguaii e o set do DJ Joaquim Quadros. Dia 15 é dia de Duquesa, Time For T e do set dos DJ Bitch Boys. Por último, já com uma boa dose de rock em cima, a Vila recebe Quelle Dead Gazelle, Imploding Stars e o set do DJ A Boy Named Sue.

Ao quinto dia de estadia, primeiro para alguns, o recinto abre as portas para que a intensidade aumente de grau e o festival comece.

No dia 17, funciona apenas um palco, o Vodafone, e a dar as boas vindas aos festivaleiros estão We Trust Ft. Coura All Stars. Pela primeira vez vamos assistir ao projecto de pop sensual e alegre We Trust acompanhado pelo coro do curso básico de música do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura e da Academia de Música de Viana do Castelo, algo que promete ser uma grande surpresa.

Ainda em Português, a dupla Best Youth, mantém a sensualidade anterior e ruma do Porto até paredes de Coura para mostrar o seu disco de estreia – Highway Moon – e envolver-nos numa aura de indie pop tranquilizador que, certamente, irá fazer a simbiose perfeita com o pôr-do-sol.

E se juntarmos elementos de Editors, Slowdive e Mogway numa banda o que poderá acontecer? Vamos descobrir neste dia com a actuação de Minor Victories. Certo é, que a melancolia vai estar presente e a delicadeza vocal também. Certamente que nos apetecerá fechar os olhos e partir num sonho bonito.

Para encerrar o primeiro dia de festival os já habituais em terras lusas nos últimos anos, Unknown Mortal Orchestra. Com uma mistura de vários estilos musicais que vão desde a pop experimental ao synth pop com algumas raízes de soul e psicadelismo bastante leve, os concertos que nos têm trazido são de grande condensação e toques de alegria. Certamente que não será diferente nesta noite.

O segundo dia de festival tornou-se o mais aguardado pela presença dos grandes LCD Soundsystem, que encerram o palco principal. Até lá temos muito para andar e ouvir nos dois palcos existentes. O palco Vodafone FM recebe uma das bandas revelação do ano, os Bed Legs. É garantido que quem assistir ao concerto destes rapazes vai ficar viciado! Não só na música mas em toda a envolvência da banda. Apaixonem-se por eles e deixem o rock’n’roll no seu estado mais puro inundar-vos a mente e submergir o corpo.

De Chicago chegam os Whitney e as suas canções de amores de desamores. Histórias contadas sob um pano de indie rock suave e uma voz que se entranha de tão estranha que é. Com Light Upon de Lake acabadinho de sair, o concerto servirá para apresentar a banda e o álbum de estreia.

A encerrar o palco secundário, Joana Serrat e o seu folk aveludado e cristalino. Na mala, o seu mais recente trabalho, Cross The Verge, e algum encantamento.

Centrando-nos no palco principal, o arranque dar-se-á com o compositor americano Ryley Walker. O guitarrista e excelente compositor decide agarrar-se aos infortúnios da vida para ganhar inspiração e criar obras de excelência, como o álbum Primorose Green, lançado no ano passado. Façamos uma fogueira imaginária e sentemo-nos a degustar com suavidade a harmonia das suas cordas e o aconchego da sua voz.

Os Thee Oh Sees são os próximos a pisar o palco. Lançaram no passado dia 1 de Julho o último álbum – A Weird Exits – e já sofreram algumas alterações de estilos musicais ao longo de quase 20 anos de carreira. Poderemos encontrar uma mistura de rock de garagem, com um toque de noise e psicadelismo, algumas ondas de ilusão e um excelente concerto, por certo.

https://www.youtube.com/watch?v=W-Ac65av5t4

De seguida, da Inglaterra vêm os Sleaford Mods com um sistema de loops. Ritmos acelerados do post-punk e uma voz de revolta e ironia. Assim poderemos nós contar com eles em palco. Apresentarão Key Markets, lançado no ano passado, e criarão uma espécie de frenesim eléctrico no nosso corpo.

Espera-nos um concerto cheio de alma e boa disposição. Sharon Jones & The Dap-Kings vão trazer-nos os ritmos mais alucinantes da soul e o trabalhado vocal mais poderoso da noite. A esta hora poderemos dançar e preparar os corpos para o que vem a seguir.

O que vem a seguir não é nada mais, nada menos que o concerto mais aguardado da noite e do festival. Falo dos LCD Soundsystem e do seu regresso aos palcos! Conseguem imaginar um turbilhão de sentimentos que misturam a nostalgia com a euforia e a criação de explosões mentais que dai derivam? Nesta noite, perante James Murphy e o seu talento vamos sentir isso e muito mais, basta fechar os olhos e sorrir.

A encerrar a noite e como After Hours teremos Suuns e Rastronaut.

Terceiro dia de festival e ainda tanto para sentir e ouvir. No palco Vodafone FM a tarde começa com os portugueses First Breath After Coma e o seu post-rock mágico e suave e sonhador. Com Drifter a cheirar a fresco, este concerto será uma boa desculpa para deixar os mergulhos mais cedo.

Preparem-se para abrir os corações para receber Sean Rilley & The Slowriders. O homónimo lançado em Abril contempla uma carga emocional forte e bonita. Há músicas viciantes e muito talento em palco. Perfeito para um pôr-do-sol e uma viagem saborosa ao interior de nós próprios.

De Nova York para encerrar o palco secundário, os Psychic Ills e um rock espacial e psicadélico com melodias suaves e desestabilizadoras. Inner Journey Out, o seu mais recente trabalho, foi lançado no passado mês de Junho e foi aclamado pela crítica. Esperemos poder aclamá-lo, também, ao vivo.

No palco do anfiteatro natural espera-nos Kevin Morby e a sua delicadeza de composição. Uma voz distorcida e rouca abraça um instrumental meio indie rock, meio folk rock. O resultado é um encantamento que se manifesta no rosto e na mente dos ouvintes. Traz, também, o seu último trabalho lançado em Abril passado – Singing Saw.

Da Califórnia chegam raios de sol e uma energia louca. Com bastantes influências do pop rock dos anos 80, os Crocodiles trazem alegria e uma sensação de festa. Os sintetizadores são realçados e o corpo irá acompanhá-los.

Os australianos King Guizzard & The Lizzard Wizard regressam pelo terceiro ano consecutivo a Portugal para nos inundarem com a essência do psicadelismo e do acid rock. Em 4 anos lançaram 8 álbuns, tendo o mais recente – Nonagon Infinity – saído em Abril deste ano. Uma boa dose de música complexa e trabalhada nos espera, acompanhada de muita satisfação.

Os The Vaccines também regressam a Portugal e com eles a energia que transpiram. O seu indie rock é contagiante e os sintetizadores entranham-se no ouvido. Vão trazer um banho de sons electrizantes e relaxantes que nos vão preparar para o que vem a seguir.

O Palco vai fechar com os norte americanos Cage The Elephant. Há uns anos afastados de Portugal, regressam com um novo álbum – Tell Me I’m Pretty – com a sua essência entranhada. Às origens de indie rock e rock alternativo é aditivado um ritmo mais dançável e flutuante com uma mescla de harmonia sorridente.

O After Hours vai ficar a cargo de Moullinex.

O quarto e último dia de festival apresenta-se igualmente composto por uma enorme qualidade e bom gosto musical. No palco secundário começamos com Grandfather’s House, de Braga. Um som algo perturbador e inquietante mas ao mesmo tempo extremamente apetecível. Vão apresentar o seu primeiro álbum, lançado este ano.

Da Rússia chega-nos um indie pop alegre e harmonioso, com uma camada de distorção vocal que nos consegue confortar a alma. Eles são os Motorama e trazem a calmaria perfeita para o início de noite.

Para encerrar o palco Vodafone FM, os tão aclamados e aguardados Cigarrets After Sex. Com traços de Mazzy Star e uma voz rouca que se entranha, os corações vão pousar e os olhos fechar. Possivelmente seremos aquecidos por um abraço sonoro do qual não vamos querer sair.

https://www.youtube.com/watch?v=4HgmlHVxJvo

Passando para o palco principal, começamos a contagem decrescente com The Last Internationale. Os nova-iorquinos são capazes de criar explosões de loucura com as suas malhas pesadas de cariz social. Preparem-se para serem guiados para os cantos alternativos do rock e ouvir um bom hard rock com voz feminina.

Da Suécia vem a melodia harmoniosa de The Tallest Man On Earth. O cantautor vai encantar com a sua guitarra acústica e estilo indie folk e uma carismática presença em palco, que tão bem o caracteriza. Será um caminho alegre e convidativo a quem quiser confortar o coração.

Passamos a um ritmo mais dançável e mexido que mistura o synth com o indie e o rock. Os americanos Portugal. The Man vêm ao país onde foram buscar o nome para completar almas e fazer o corpo mover-se e ser contagiado por ritmos quentes e saborosos.

Para finalizar o dia e encerrar o palco principal subimos de nível e aumentamos o ritmo electrónico. Os Chvrches encarregam-se de fazer com que ninguém saia triste ou aborrecido, prometem um fim de noite de dança e prazer. Um synth pop com uma voz de boneca vai, certamente, fazer esquecer as dores de costas e pernas que se possam sentir.

Para os resistentes, no After Hours ainda há Lust For Youth e Matias Aguayo.

Termina assim uma semana de música ou quatro dias de plena contemplação auditiva no coração da natureza.

Os passes gerais para a 24ª edição do Vodafone Paredes de Coura podem ser adquiridos no site oficial do festival e ainda em BOL.pt, Ticketscript, Seetickets, Masqueticket e locais habituais (FNAC, CTT, El Corte Inglés, Worten,…) pelo preço de 90,00€. Está também disponível em exclusivo na FNAC o pack Renex Vodafone Paredes de Coura 2016 que inclui o passe geral para o festival e um voucher de viagem em autocarro Renex de ida e volta a partir de Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e Algarve. Os bilhetes diários estão também disponíveis, a 45€, no site oficial do festival, BOL.pt e locais habituais.

O campismo é grátis e os transfers do recinto para a Vila também.

+info em http://www.vodafoneparedesdecoura.com

Fotografia (Capa) – Hugo Lima | Vodafone Paredes de Coura
Texto – Eliana Berto
Organização | Promoção – Ritmos, Lda. | Livecom