Foi em mais uma (a última) Reverence Underground Session que tivemos o prazer de assistir aos soundchecks das bandas que iriam trazer néons dispersos e intrigantes à noite que se avizinhava no Sabotage Rock Club.
Aconteceu no passado dia 21 de Julho e as bandas eram os Earth Drive, Sun Mammuth e Spectral Haze.
Após o teste de som dos noruegueses Spectral Haze, fomos com eles até ao backstage para conversar um pouco e tentar saber mais acerca do seu percurso e música. Eles são o Spacewülff, o Sönik Slöth, o Döômdögg e o Cëlestïal Cöbra.
MDX – Vocês tiveram outras bandas antes, certo?
Döômdögg – Eu toco numa banda de uma espécie de doom clássico, tocámos em Portugal há um ano atrás.
Sönik – Eu tenho outros projectos e bandas, coisas pequenas.
Cëlestïal – Eu toco numa banda de death metal que se chama Obliteration e tenho mais algumas coisas.
Spacewülff – Eu toco sozinho, algo acústico, estilo folk. Tenho também um projecto com um rapaz que costuma tocar connosco. Tocamos num mausoléu, há cinzas espalhadas por toda a entrada e tem uma porta muito pequena. É muito engraçado.
MDX – Como é que apareceram os Spectral Haze?
Sepctral Haze – Não sabemos bem… Começámos a fazer jam’s e a coisa aconteceu. O mundo precisa de mais rock, rock rápido e psicadélico. Também já nos conhecíamos todos de tocar noutras bandas. Nós gostamos mesmo de tocar!
MDX – O que é que vos inspira?
Sepctral Haze – O espaço, o groove, cicatrizes falsas, coisas psicadélicas e estados de levitação.
MDX – Quem vos inspira?
Spectral Haze – Hawkwind, é algo que chama logo a atenção quando se ouve a nossa música. Todo o tipo de bom rock’n’roll, rock progressivo e psicadélico dos anos 60 e 70. Bandas da infância, porque na infância é quando te apercebes que a música muda o teu mundo. Black Sabbath também.
MDX – Onde é que nos querem levar com a vossa música?
Spectral Haze – Longe, para a terra da liberdade! A um estado de loucura, um vale louco. Nós queremos construir um estado de espírito “verde”.
MDX – Qual é o vosso ritual preferido?
Spectral Haze – Nós, a fazer jam’s e a tocar. Desconectar da realidade.
MDX – Transmutaram algo nestes últimos 2 anos?
Spectral Haze – Provavelmente. Tudo se movimenta tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo.
MDX – Estão a preparar um álbum novo?
Spectral Haze – Sim. Estamos a terminar a mistura. Achamos que vai ser um bom álbum, é um pouco mais rock’n’roll que o anterior. Não temos datas de lançamento ainda, estamos à espera que alguém nos ajude a lança-lo, mas é possível que saia no próximo ano.
MDX – Se tivessem poder para alterar algo, o que gostariam de alterar?
Spectral Haze – A mente de todos, no geral. Talvez a lua, para termos a possibilidade de viver e tocar lá.
MDX – Qual é o sentimento de voltar ao Sabotage?
Spectral Haze – É um sentimento quente, está muito calor aqui. Nós gostamos deste sítio, é muito agradável. Na última vez que viemos cá divertimo-nos imenso, demos um bom concerto e houve muito boas energias.
MDX – O que vai acontecer esta noite?
Spectral Haze – Boas energias. Vai ser uma festa, esperamos nós. Vamos até ao espaço rockar.
MDX – Conhecem o Festival Reverence Valada?
Spectral Haze – Sim, ouvimos falar. O line up é muito bom, era bom que tocássemos lá. Soa muito bem. Parece ter muito boas energias.
MDX – E em relação ao Festival Woodrock?
Spectral Haze – Parece muito bem, também. Conhecemos Killimanjaro, tocámos com eles em Barcelos uma vez. Temos amigos da Noruega que já tocaram nesse festival e falaram muito bem.
MDX – Querem dizer alguma coisa aos nossos leitores?
Spectral Haze – Obrigado por virem! Sejam bons para as pessoas. Sejam excelentes uns com os outros.
A verdade é que nos levaram, literalmente, até ao espaço nesta noite (https://www.musicaemdx.pt/2016/07/28/reverence-valada-underground-session-spectral-haze-noite-transcendente-por-entre-o-cosmos/)! Os Spectral Haze tocaram no dia 23 no Festival Woodrock e esperamos que tenha sido tão bom como foi no Sabotage. Aguardamos com ansiedade o novo álbum e um regresso a Portugal.
Entrevista – Eliana Berto
Fotografia – Daniel Jesus