Ahhh, o nosso querido mês de Agosto. Para muitos a sua chegada representa o escapismo de embalar a trouxa e levar a família para o Algarve, para outros tantos é a oportunidade de regressar ao país que os viu nasceu. Para uma selecta minoria, contudo, Agosto é sinónimo de metalada e este ano não será diferente, o VOA Fest certificar-se-á disso.
Antes de mais, sim, o festival tem agora outro nome, fez um facelift na sua imagem e mudou-se para terras mais a Sul, da Quinta do Ega em Vagos para a Quinta da Marialva em Corroios, decisões altamente polarizantes cuja discussão não terá lugar neste artigo. Falemos antes de música e essa o VOA terá bastante para oferendar.
O certame de sexta contará com uma série de conhecidos do público português. Os Katatonia, arautos da melancolia sob forma de música pesada, voltam a Portugal passados cinco anos para partilhar o novíssimo The Fall of Hearts e, quiçá, apanhar um pouco de vitamina D que lhes falta na sua Suécia. O clima emocional continuará pelas mãos (e vozes) dos britânicos Anathema, casa do “nosso” Daniel Cardoso, que não trazem novo disco (Distant Satellites foi por cá promovido há dois anos) mas seguramente assinarão mais um concerto de requintado ecletismo. Já dos Opeth esperamos novidades. Os cabeças de cartaz acabaram de lançar o single Sorceress e tudo indica que o seu novo álbum manterá a namoro com o rock progressivo dos 70’s que já dura desde Heritage. Esperemos que Mikael Åkerfeldt e companhia nos revelem um pouco mais do que para aí vem. Neste dia, destaque ainda para os Mantar, duo sedento por vomitar o seu Sludge pelos prados verdejantes da Quinta da Marialva.
Se acham que o primeiro dia não chega para ficarem com o pescoço dorido, então esperem pelo segundo. Depois de um infeliz divórcio com os Immortal, Abbath, essa superlativa entidade do Black Metal, visita-nos com intenções de arrefecer as elevadas temperaturas esperadas para o fim-de-semana com a sua sonoridade gélida e frostbitten. Todavia, o norueguês não estará sozinho nessa tarefa, pois será partilhada com os enigmáticos Schammasch, suíços portadores de um som na senda dos Deathspell Omega e outros quejandos mais avantgarde. As más vibrações continuarão com os Paradise Lost, especialmente agora que Nick Holmes fez as pazes com o seu passado gutural no mais recente The Plague Within. Podemos, portanto, esperar que os britânicos tragam o seu Death/Doom de recorte gótico com um incremento de peso. Por fim, e para dar a estocada final, a ceifeira-debulhadora conhecida por Kreator tratará de mandar abaixo quem ainda se mantiver de pé. Os germânicos não são conhecidos por dar tréguas, esperemos que no sábado seja esse mesmo o caso.
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Texto – António Moura dos Santos
Evento – VOA Fest 2016
Promotor – Prime Artists