Já lá vai o tempo em que os First Breath After Coma eram apenas uma banda de Leiria com um nome engraçado, e se apresentavam em palcos com o nervo próprio de tudo o que se faz pela primeira vez. Com apenas dois anos de existência, em 2014, por coisas do destino, cruzámos-nos por duas vezes com estes jovens, primeiro numa pequena “nave” em Santa Cruz pelo Summer Jammin em que o seu público era ainda diminuto e tímido, e depois já por ocasião dos concertos na vila em modo warm-up para o Festival Paredes de Coura’14, com uma plateia própria de um grande festival.
Nesse ano de 2014 foram baptizados de banda revelação ou novo talento pela FNAC, e apresentavam já no curriculum alguns dos melhores prémios para jovens bandas como o primeiro prémio do casting para o Vodafone Mexefest, finalistas vencidos do Festival Termómetro, e mais importante que tudo o resto, a consolidação de um primeiro álbum, “The Misadventures of Anthony Knivet” editado em 2013, que seria considerado um dos melhores álbuns do ano, facto surpreendente para uma banda recém formada.
De 2014 a 2016 foi o tempo necessário para amadurecerem, afirmarem-se como uma das bandas mais importantes do post rock nacional – ou não fossem os norte americanos Explosions In The Sky uma das suas maiores referências – e criarem “Drifter”, o mais recente trabalho apresentado no passado mês de Maio no CCB em Lisboa. Se no primeiro álbum já nos mostravam uma maturidade fora do comum, “Drifter” é uma autêntica obra prima, e que é apresentada em palco com uma excelência de realçar. É uma autêntica experiência, que nos leva a viajar por lugares incomuns e bem distantes do chão, que tocado ao vivo não perde nem um pingo da sua qualidade. Assim foi no CCB, e de novo ontem também no Musicbox Lisboa.
Naquele que foi o último ensaio que antecede a presença da banda no Palco Vodafone FM de Paredes de Coura no próximo dia 19, ao contrário do que se poderia esperar em pleno mês de Agosto numa noite de torrar, o Musicbox Lisboa apresentou-se completamente esgotado para ver e ouvir estes jovens de Leiria. Não foi bom, foi ótimo, e com direito a encore.
Parabéns também à Omnichord Records por apoiar estes jovens a atingirem outros patamares, nomeadamente a internacionalização, com a presença da banda em Setembro deste ano no Festival Reeperbahn . Podemos dizer que temos First Breath After Coma e “Drifter” afinadíssimos para grandes concertos na Praia do Taboão e Reeperbahn.
Texto – Carla Santos
Fotografia – Luis Sousa