Se há característica que marca Tomar e arredores em pleno Agosto, essa é sem qualquer dúvida o calor. Por motivos profissionais apenas nos pudemos juntar aos festivaleiros do Bons Sons no sábado, num caminho tórrido que nos levaria de Lisboa a Cem Soldos em pouco menos de duas horas, com uma passagem pela residencial onde iríamos pernoitar para o dia seguinte. Se bem que a temperatura apresentada pelo termómetro do carro não é de fiar a cem por cento, acreditamos que por volta das 15h30 estaria um “calor acolhedor” bem próximo dos 37º.
Chegados a Cem Soldos, e muito bem recebidos pela organização que sempre nos trata com muito mimo – mal habituados, diríamos nós – cumprimos o protocolo para rapidamente começarmos a vaguear (de forma mais ou menos planeada) por entre as ruas estreitas da aldeia. “Que saudade!”, dizíamos entre nós. É aquela saudade que só acontece num festival como Cem Soldos. Quase como que “ir à terra” para visitar os tios ou os avós que todos temos algures por esse Portugal fora. Estávamos efetivamente na aldeia.
Rapidamente nos tornamos o alvo da atenção por ser tão rara aparição de tanta gente por aquelas bandas. Trocamos palavras com uma já respeitável senhora na terceira idade, pedimos desculpa pelo incómodo que também ajudamos a criar, e rapidamente levamos com aquela resposta sem troco “Oh menino, incómodo??? adoramos ter a aldeia em festa, quem nos dera que isto acontecesse todas as semanas!” . E bom, melhor recepção não poderíamos ter. Esta seria a nossa casa durante dois dias inteiros.
Começamos pelo Palco Giacometti. Grutera de seu nome artistico, Guilherme Efe na vida real. Um concerto bonito por um guitarrista de eleição, e com uma despedida “Até sempre” de elevada carga emocional, para o artista, e para todos também. Para tamanho talento não concordamos com a despedida, e esperamos que seja um “Até já”.
+fotos na galeria Bons Sons’16 Dia 13 Grutera
O festival Bons Sons tem algo de surpreendente e que naturalmente não é comum nos ditos chamados festivais de música em Portugal. Para além de tudo o que o envolve, toda a máquina e dinâmica que permite fazer acontecer este evento e que falaremos mais um pouco num dos próximos artigos, permite-nos sair de um concerto de música e ir direto para a performance de Vera Mantero que nos apresentava o espetáculo documental “Os Serranhos” no Auditório.
+fotos na galeria Bons Sons’16 Dia 13 Vera Mantero
Por entre ruas encontramos gente conhecida, que nos acaba por “desviar” do que seria o nosso próximo destino, o concerto de Few Fingers no palco Tarde ao Sol. Aproveitamos para nos refrescar e pôr a conversa, e alguma saudade também, em dia, e regressamos para o Palco Giacometti para o concerto de Lavoisier, também eles músicos e performers com ligações muito próximas às artes teatrais. É sempre especial assistir aos concertos do Roberto e da Patrícia, seja em que local fôr. Aqui não foi diferente, e prova foi a manifestação calorosa do público.
+fotos na galeria Bons Sons’16 Dia 13 Lavoisier
Antes de avançarmos para os concertos mais “populares” do dia, passámos ainda pelo Palco Tarde ao Sol, bem em frente à igreja da aldeia, para assistir à performance de Tiago Pereira, um entertainer e percussionista de excelência.
+fotos na galeria Bons Sons’16 Dia 13 Tiago Pereira
Conhecemos os LODO no ano passado, também em Cem Soldos, a terra natal desta banda, por altura do Bons Sons 2015. Rapidamente percebemos que estes jovens mereciam maior destaque. Convidámos-los a uma breve conversa nessa altura, e foi com enorme satisfação que os vimos crescer do palco Garagem em 2015 para o Palco Eira no sábado passado. O grupo ganhou mais “corpo”, o som está mais consistente, e… esperamos por novidades próximas que sabemos estarem por acontecer.
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No Palco Lopes Graça, situado no largo da aldeia, o Bons Sons propunha-nos de novo a variar o tom. Do Rock passávamos em minutos para uma das mais lusitanas artes musicais, o Fado, na variante apresentada por Cristina Branco, que dispensa qualquer apresentação.
+fotos na galeria Bons Sons’16 Dia 13 Cristina Branco
A nossa noite não terminaria sem Da Chick no Palco Eira, que agitou definitivamente o público que já resistia a algum cansaço de um dia tremendo de calor,
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e à energia (e até alguma saudável provocação) de Ana Bacalhau a comandar o destino dos Deolinda no Palco Lopes Graça. A empatia com o público é evidente, e este foi o ingrediente principal para o último concerto do segundo dia de festival.
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Todas as fotografias estão disponíveis em:
DIA 13
+ Bons Sons’16 Dia 13 Ambiente
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DIA 14
+ Bons Sons’16 Dia 14 Ambiente
+ Bons Sons’16 Dia 14 Madalena Palmeirim
+ Bons Sons’16 Dia 14 André Barros
+ Bons Sons’16 Dia 14 Dear Telephone
+ Bons Sons’16 Dia 14 Tim Tim Por Tim Tum
+ Bons Sons’16 Dia 14 Isaura
+ Bons Sons’16 Dia 14 Keep Razors Sharp
+ Bons Sons’16 Dia 14 White Haus
Texto – Carla Santos
Fotografia – Luis Sousa
Evento – Bons Sons 2016
Promotor – SCOCS