Há quem goste de passar as férias numa praia ou num sítio distante onde possa fugir à rotina. Há, também, quem prefira passar as suas férias junto de um rio, no meio da natureza e rodeado de boa música. Apesar de algum desgaste físico que o corpo possa vir a sentir, o descanso e conforto da alma superam-no e fazem com que esta semana de Agosto delicie os amantes de música.
Depois de quatro dias intensos de música vividos pelas ruas da Vila de Paredes de Coura, chega o dia mais aguardado pelos festivaleiros, aquele em que as portas do recinto do Vodafone Paredes de Coura se abrem e o anfiteatro natural os abraça e partilha com eles dias repletos de calor auditivo, ainda que a temperatura exterior não esteja muito apelativa.
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Na 24ª edição do festival a inauguração do Palco Vodafone ficou a cargo dos portugueses We Trust. Este não foi apenas mais um concerto de We Trust: para além de ter um brilho especial concedido pela orquestra e coro Coura All Stars foi o último concerto da banda antes de uma pausa, revelação feita por André Tentugal já perto do final do concerto. A intro deste concerto trazia a imagem de Charlie Chaplin na sua versão de ditador e toda a magia que as crianças a tocar majestosamente instrumentos de orquestra podem proporcionar. As crianças embelezaram as músicas que íamos ouvindo como “Waiting”, “Once At A Time”, “Silent Song”, “The Future” e “We Are The Ones” e a despedida fez-se em tom emotivo.
+fotos na galeria Vodafone Paredes de Coura’16 Dia 17 We Trust Feat. Coura All Stars
De seguida, continuando a navegar pela qualidade musical portuguesa, era a vez de Best Youth nos agraciar com a sua sonoridade sensual, sexy e envolvente. Com ritmos contrapostos de dança e suavidade, a dupla soube guiar o público e proporcionar uma onda de leveza e boas energias. Em cima do palco, músicas cantadas em sussurros cúmplices de caras encostadas; distorções de guitarra que parecem não combinar com nada mas que, no fundo, constroem uma ligação perfeita de ritmo e cordas e muita harmonia. Ouvimos faixas como “Black Eyes”, “Mirror Ball” e “Wait For Me” tendo a “In The Shade” sido dedicada a um amigo especial que se encontrava na plateia: Luís Clara Gomes (Moullinex).
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Sensualidade na atmosfera, expectativas ao alto e uma incógnita acompanhavam aquele que foi, sem a menor dúvida, o concerto da noite. Não se podia esperar menos de um supergrupo que junta Editors, Slowdive e Mogway. Minor Victories, resultavam de uma fusão de estilos onde se demarcava Mogway. No entanto, a diferença primava pelo registo mais alegre, que nos fez levantar a cabeça e saborear com eles a vitória, não pequena, dum concerto de luxo. Um estilo shoegaze, embelezado por um art rock e até algum post rock, via diante de si o toque sublime duma voz densa na sua suavidade que caminhava por entre um baixo que seguia sempre na linha da frente e era acariciada por sintetizadores hipnotizantes. Em palco criavam-se camadas de atmosferas onde dava gozo entrar de olhos fechados e seguir à deriva. Por entre o alinhamento, “The Thief”, “Cogs”, “Higher Hopes” e “Out to Sea” para proporcionar um final perturbador e algo intenso, enquanto todos saíam do palco. Uma boa surpresa e o desejo de um regresso próximo.
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Os Unknown Mortal Orchestra começam a ser visita assídua em terras lusas. Por vezes com boas prestações, outras nem tanto. Infelizmente nesta primeira noite de festival a prestação pontuou pela negativa. Apesar da qualidade musical existente naqueles quatro rapazes, principalmente nas mãos de Ruban Nielson que carrega a sua guitarra ao ombro como se do bem mais precioso se tratasse, os dotes manuais não acompanharam o som que saia pelas colunas. A voz de Ruban sem força, garra e ligeiramente em tom abaixo do normal, transformou um concerto que tinha tudo para ser bom em algo insípido e com pouco brilho. O alinhamento, composto em modo best of, do qual faziam parte “From The Sun”, “The World Is Crowded”, “So Good At Being In Trouble”, “Multi-Love” e “Can’t Keep Checking My Phone”, entre outras, juntamente com algumas divagações sonoras e solos inesperados não ajudaram à fraca prestação da banda. Por momentos parecia que o tempo tinha abrandado e todos nós tínhamos sido sugados para um ritmo em modo slow onde uma falta de energia e sabor pairavam ao longo dos minutos. As batidas por minuto desciam a olhos vistos e os UMO desciam com elas. A diferença entre a versão em estúdio e a versão tocada ao vivo residia precisamente aí e isso foi um erro que trouxe dissabor.
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O palco fechava-se em português com Orelha Negra e o primeiro dia de festival passara num ápice.
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A equipa Música em DX ficou confortavelmente instalada no espaço glamping Sleep’em’All, a solução ideal para descansar após muitas horas de música. Galeria de fotos disponível em Vodafone Paredes de Coura’16 Sleep’em’All.
Texto – Eliana Berto
Fotografia – Luis Sousa
Evento – Vodafone Paredes de Coura 2016
Promotor – Ritmos, Lda.