Opinião Reviews

Cicuta ou a arte de baralhar e jogar ao ar

Sabes aquele momento em que pensas: isto é tão bom, porque raio não dei uma segunda oportunidade quando ouvi este álbum e não me transmitiu grande coisa? Pois, já aconteceu a toda a gente. E se querem que vos poupe algum trabalho, uma dessas bandas chama-se CICUTA.

O álbum homónimo da banda olha nos olhos do establishment e desafia-o: pretende criar novas sonoridades, novos ritmos, novos encadeamentos sonoros. Percebe-se uma vontade de mudar a ordem natural das coisas, de baralhar as cartas do Rock e da Eletrónica e distribui-las novamente. Ou então não fazer nada disso e joga-las ao ar. Não nos surpreende apenas a taquicardíaca ligação entre a bateria, o sintetizador, o baixo e a voz, como nos deixa desprevenidos a introdução de elementos que achávamos fora deste tipo de musicalidade, mas que trazem amplitude e mundo às nove faixas desta cicuta.

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Se percebemos que muito do experiencialismo de Magma resvalou nesta banda, encontramos também os sintetizadores de Battles e muito Thrash Metal nas entranhas deste álbum, que, depois da sua edição digital, verá a sua versão física ser lançada este mês e apresentada ao público no próximo dia 29 no Sabotage Rock Club, em Lisboa.

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Texto – Tiago Pinho