Existem músicos que, independentemente do estilo que tocam, nos “agarram” sempre que sobem a um palco. Slam Allen é um desses casos. Eu não sou um conhecedor do estilo, o Blues. Mas sensibilidade não me falta para perceber quando estou na presença de alguém que é especial.
A primeira vez que me cruzei com Slam Allen foi em reportagem por ocasião do BB Blues Fest em 2015, por sinal, um festival do qual fiquei imediatamente fã por tudo o que o caracteriza. Organização de excepção, proximidade e convívio de todos com os artistas, respeito e um prazer imenso do público em assistir a cada concerto. E logo neste primeiro momento percebemos, todos os que assistiam a esse concerto, que este Slam Allen é muito mais português que qualquer outro músico norte-americano. Com ele, o palco mistura-se com a plateia, e a festa passa a ser de todos. O contacto com o público é a sua imagem de marca, e a paixão (e mestria) com que toca a sua guitarra é algo de tão enternecedor como único.
Com uma carreira de 20 anos, e nomeado em 2015 e 2016 pela Blues Music Awards para melhor artista e melhor álbum soul blues, Slam Allen entrega-se de corpo e muita alma em cada momento, e com a humildade e coração quente, quase latino, bem próprio de quem é “português”.
Na 6ªfeira passada dia 11 de Novembro voltei ao Fórum Cultural José Manuel Figueiredo na Baixa da Banheira para rever Slam, e o resultado não poderia ser outro de quando se é genuíno. A reportagem fotográfica é mais extensa do que é normal, mas justifica-se, Slam é família, espetáculo e festa num só, seja dentro ou fora do palco.
Texto e fotografia – Luis Sousa