“Em jeito, força ou esforço que não valha a pena, quando a náusea dos dias se instala na vida, damos por nós a falhar a paragem do autocarro propositadamente, como que tentando fintar o próprio destino.
Não falo do destino, aquele fado pré determinado para cada um, falo de me furtar ao rumo ou direcção a que vou, ou pelo menos de furtar lhe algum tempo para mim. Falo disto como se não fosse dona de mim própria. Sou, mas por vezes esqueço me disso. Mas, porque as repercussões deste comportamento (quando recorrente forma de fuga ), se tornam um peso que não gosto de trazer comigo, instalei para mim e em mim uma nova forma de fuga.
Sob a forma de guitarras sujas e distorcidas, seleciono o meu melhor sorriso para oferecer ao mundo, quer ele me sorria de volta ou não. E, assim, sou eu que escolho os gritos que quero ouvir, os ritmos que quero acompanhar, a vertigem que quero sentir.”
Texto e Mixtape – Isabel Maria