Backstage

Eleanor Friedberger: “Quis expressar optimismo quando se enfrenta grandes mudanças”

Eleanor já deixa de ser um nome desconhecido para as lides portuguesas. Já passou pela Casa da Música no Porto, já esteve no Mexefest e agora está de volta a Portugal para apresentar o New View, lançado no passado ano. No sábado atua no Musicbox, e por isso mesmo, o Música em DX esteve à conversa com a cantautora norte-americana para a conhecer um pouco melhor e sobre este trabalho que a traz a solos lusitanos.

Música em DX (MDX) – Não é a primeira vez que visita Portugal. O que é que mudou em ti desde que estiveste cá?

Eleanor Friedberger – Eu chego na sexta, aí digo-te o que mudou!

MDX – O que é que te lembras do tal último concerto?

Eleanor Friedberger – Lembro-me que foi no fim dos Fiery Furnaces e tinha uma constipação terrível. Estava com imensa expectativa para visitar a cidade e acabei por ficar na cama até à hora do concerto, que, apesar da minha voz horrível, foi incrível. Eu não me lembro do lugar, mas tivemos uma audiência incrível, que incluiu um político local. Era alguém importante mesmo, mas não me lembro que foi. Depois lembro-me de beber chá quente de limão e mel no backstage.

MDX – Que tipo de nova visão quiseste transmitir com o último álbum, New View?

Eleanor Friedberger – Quis expressar optimismo quando se enfrenta grandes mudanças. Mudar de perspectiva em relação a alguma coisa pode ser assustador, por isso criei um álbum que soasse muito estável mas também robusto.

MDX – Disseste numa entrevista que também é um álbum muito adulto. É sobre mudança e crescimento. Como é que se consegue mostrar isso numa música?

Eleanor Friedberger – Sim, quis expressar confiança numa grande mudança na nossa vida. Para mim é sobre estar bem comigo mesma. A primeira música, “He didn’t Mention His Mother” é sobre abrir-se para alguém e aceitar e entender porque é que as coisas se tornam mais complicadas quando se envelhece. Eu gosto disso porque é sobre um momento específico, mas também sobre um tema muito maior, arriscar uma oportunidade.

MDX – Na altura que lançaste o “Last Summer” disseste que não estavas totalmente satisfeita com o resultado. Gostaste do resultado deste último?

Eleanor Friedberger – Eu já não me lembro de ter dito isso, mas estou satisfeita da forma como resultou. Talvez quisesse referir ao facto de ter baixas expectativas sobre mim mesma e no que eu era capaz de fazer. E sim, estou satisfeita com a forma como o New View soou no fim. Parece que são cinco pessoas na sala tocando música juntos. Eu queria captar o som de uma banda ao vivo.

MDX – Como é viajar pelo mundo cantando? Quais são os grandes desafios? Dá inspiração para músicas futuras?

Eleanor Friedberger – Estou muito grata por viajar e tocar a minha música para uma audiência; é a melhor coisa que podia fazer. Se calhar não é apropriado para toda a gente, mas eu estou ok comigo própria e adoro explorar. O maior desafio é tentar manter-se saudável e tentar dormir qualquer coisa! Eu definitivamente encontro inspiração ao conhecer novas pessoas. Eu acabei de passar um mês em Atenas e tenho a certeza que as novas músicas será influencias pelo meu tempo lá.

MDX – Tu e o teu irmão estiveram juntos no Fiery Furnaces. Quais são as coisas boas e más de ter uma banda com o teu irmão?

Eleanor Friedberger – É ótimo estar com alguém com quem confias completamente, mas não é o melhor sentimento do mundo estar presa partilhando um quarto de hotel com o teu irmão mais velho todas as noites. Como nós crescemos juntos, nós nos conhecemos perfeitamente e até partilhamos as mesmas referências musicais. Gosto de dizer que ele lavou o meu cérebro da melhor forma possível.

MDX – O que esperas com o concerto no Musicbox, próximo sábado?

Eleanor Friedberger – É um novo lugar para mim, por isso tenho imensa expectativa! Será algo agridoce porque depois do concerto regresso a Nova Iorque depois de cinco semanas na Europa. E honestamente, não queria regressar a casa!

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Entrevista por – Carlos Sousa Vieira