O CCB, que já está tão habituado a receber bandas no seu auditório, viu-se desta vez a ser o anfitrião para os Virgem Suta. Uma banda que com a história que tem, certamente não haverá viva alma, que não tenha ouvido um tema ou outro da sua autoria. E esta, digamos, popularidade foi demonstrada pelo número de assentos vazios, que foram poucos. Os funcionários do CCB bem que subiam e desciam as escadas do auditório, havia sempre mais uma pessoa a quem indicar o lugar.
Foi com um “Boa noite família” que se introduziram no palco, caras conhecidas no público não deviam faltar, e o resto rostos amigáveis sem dúvida. Após as introduções estarem feitas, foi com Viva o Povo que se iniciou o longo reportório com que íamos ser mimados. De casa cheia, com os quatro artistas alinhados à frente do palco, e um espectáculo de luzes a acontecer por trás, que haja alguma apreciação pelo humor de Jorge Benvinda com o seu trocadilho, perguntar “Então e essa vidinha como vai?” só para servir de introdução para o tema Vidinha.
Muito bem disposto, Jorge bem que puxava por nós para que cantássemos, creio que ele começou o espectáculo mais festivo, e mais à vontade que nós. No entanto foi só uma questão de tempo para se chegar ao mesmo nível de boa disposição e felicidade, tais comportamentos são contagiosos e não tardou a estarmos num ponto em que, bastava bater uma baqueta contra a outra enquanto nos olhava fixamente, e aplausos imediatamente acompanhavam o ritmo.
Ao longo de hora e meia o reportório desenrolava-se para nós, Dança de Balcão e Linhas Cruzadas eram músicas mais que garantidas de serem tocadas, e cantadas por todos também, mas também se tocou Regra Geral para partilhar que a banda vai voltar ao Brasil para um concerto, e ainda O Galdério, só para provocar Nuno Figueiredo com a letra. E para tudo melhorar, foi durante Dança de Balcão que uma garrafa de vinho fez a sua aparição em palco, para um brinde a todos nós e já sem voz. Com a música Playback de Carlos Paião, quase que se deu por encerrada a noite e em festa, felizmente o encore trouxe mais cinco músicas ao palco.
Continuaram com Amiga da Minha Mulher, que muitos já ouviram mas pela boca de Seu Jorge, mas que pouco sucesso foi comparada com Cantar Até Cair. Por todos os assentos, desde antes do início do concerto, estavam espalhados panfletos com a letra desta música, e assim como se fosse um voz única, vez após vez se cantou o tema, como uma família. E para acabar de vez, ainda houve Mula da Agonia, Vovó Joaquina e Tomo Conta Desta Tua Casa, este último já contando com elementos do público espalhados pelo palco, a convite de Jorge Benvinda. Não há nada que possa ter sido assinalado de mau, nada em específico que se possa dizer que podia ter sido melhor , o público contente saiu da sala e os artistas não tardaram em se juntar a eles.
Texto – Samuel Pereira
Fotografia – Ana Pereira