E eis que está aberta oficialmente a maratona festiva do 14º IndieLisboa. Dia 21 de Abril (6ª feira) os Pop Dell’Arte maravilharam-nos com um concerto revivalista no magnífico espaço das catacumbas do Liceu Camões.
Com um alinhamento que deixou a malta muito satisfeita, quer em quantidade como em qualidade, João Peste, Zé Pedro Moura, Paulo Monteiro e Ricardo Martins mostraram que depois dos 30 o glamour apura. Um gandambiente desde a abertura de portas, com as Catacumbas cada vez mais confortáveis. Uma foto com a Allianz a servir de cenário, depois um café Dolcegusto e um jogo de matraquilhos antes de vermos os trailers de todos os filmes em competição. Na sala principal vários avisos com um “Não é permitido fumar”, e garanto-vos que a cerveja MUSA “pap del’arte” soube bem melhor sem a nuvem espessa de fumo.
Depois de intercalarmos as cervejas ao som dos The Strokes, revermos amigos e consultarmos o programa, ficámos com João Peste e os restantes músicos durante o tempo suficiente para sentirmos aquele fio de suor a descer pelas costas. Adequada preparação para o DJ Gandambiente, que iniciou a sua playlist em homenagem ao rei da pop, Prince, que desapareceu precisamente há um ano. E lançou o rastilho da noite com o tema “Let´s Go Crazy”, do álbum Purple Rain.
Na ressaca dos festejos do Dia da Liberdade e do Dia do Trabalhador, começamos hoje na verdadeira contagem decrescente para quase quinze dias de curtas e longas-metragens, documentários, talks, festas-concertos e o pequeno grande festival Indiejúnior. Mais salas na cidade contarão com a exibição de filmes em competição e, para nós que já fizemos a nossa escolha do Indiemusic, iremos estrear o terraço do Capitólio.
De amanhã (3) a 14 de Maio a cidade irá fervilhar de muito e bom cinema, e a Musica em DX estará já no dia 5 (6ª feira) às 21h30m no Capitólio, para logo em seguida se juntar ao Nariz Entupido na Casa Independente, à homenagem a Tony Conrad.
Com 14 interessantes filmes na secção Indiemusic, seria sempre muito difícil fazer a escolha acertada. Por isso, decidimos fazê-la sob o critério da diversidade, de modo a sermos o mais abrangente possível.
Tony Conrad: Completely in the Present de Tyler Hubby. Tony Conrad foi um artista multifacetado, tendo sido compositor, músico, realizador, professor e escritor. Considerado um pioneiro do minimalismo e da música de ruído, Tony Conrad foi também um cineasta experimental (The Flicker, 1966). “Padrinho” dos Velvet Underground integrou uma banda antecessora a estes, chamada Primitives, com John Cale e Lou Reed. Depois da exibição do documentário, teremos o prazer de revisitar um dos álbuns minimalistas de Conrad, “Outside The Dream Sindicate” (1972), interpretado por vários músicos portugueses provenientes de diversos registos musicais. Mais informação em www.tonyconradmovie.com .
No dia 6 de Maio (sábado), “Tokyo Idols” de Kyoko Miyake (16h15m S. Jorge) onde algumas questões culturais são retratadas através dos ídolos de girls bands japonesas. A proximidade e relacionamento entre homens de 50 anos e raparigas de 15 são situações comuns e não alvo de recriminação social. Estes comportamentos sociais estão enraizados nos costumes culturais da sociedade japonesa, facto que para as sociedades ocidentais têm uma conotação negativa e socialmente recriminatória. A base é o choque cultural entre as duas sociedades. Mais informação em www.hollywoodreporter.com/review/tokyo-idols-review-965983 .
Com um curto intervalo para café, às 19h00 “Oasis – Supersonic” de Mat Whitecross. Um documentário que acompanha a banda britânica, desde a sua naive composição até ao pico da sua projecção internacional. Personalidades dos Gallager à parte, os Oasis marcaram uma sonoridade diferenciadora no rock britânico tradicional no início dos anos 1990. Contribuíram fortemente para o rejuvenescimento do rock em Inglaterra, numa altura em que o grunge nos Estados Unidos estava a dominar as tabelas de vendas mundiais. A ascensão e queda de uma das maiores bandas britânicas de sempre. Mais informação em supersonic-movie.com .
Correremos para o Capitólio e levando uma MUSA connosco, para nos acompanhar em “Bunch of Kunst” de Christine Franz. Uma viagem de 2 anos com os Sleaford Mods, a banda “mais zangada do Reino Unido”. A dupla de rap-punk, do vocalista Jason Williamson e do músico Andrew Fearn, tornou-se uma referência na subcultura britânica evidenciando os problemas sociais e económicos actuais das classes mais baixas, principalmente da classe operária de onde são originários. Uma voz rouca que faz abanar as consciências politica, e critica as teias da indústria da música. Mais info em www.bunchofkunst.com .
A destacar:
“ Liberation Day”, Morten Traavik, Ugis Olte http://www.liberationday.film/
10 QUARTA, 21H30, CINETEATRO CAPITÓLIO
“Shot! The Psycho-Spiritual Mantra of Rock” – Barnaby Clay http://www.indiewire.com/2017/04/mick-rock-shot-psycho-spiritual-mantra-of-rock-review-documentary-david-bowie-lou-reed-1201801203/
5 SEXTA, 23H30, CINEMA SÃO JORGE 3 e SÁBADO, 21H30, CINETEATRO CAPITÓLIO, CÓD. 457
Deixamos aqui novamente o programa completo, porque vale mesmo muito a pena consultarem e fazerem as vossas escolhas. Um bom IndieLisboa!
+info em http://indielisboa.com/
Texto – Carla Sancho
Fotografia –Marta Louro