Os Plastic People alcançaram um lugar ao sol, isto é, um lugar num dos palcos do NOS Alive, ao vencer a edição deste ano do EDP Live Bands. A juntar a isto, também a atuação no MAD Cool Festival, em Madrid e ainda a gravação de um disco com o selo de qualidade da Sony Music.
O dia (e a noite) no LX Factory foi movimentado. Até movimentado em excesso, visto que se realizava o Open Day deste espaço de Alcântara. Ainda assim, havia sempre espaço para quem quisesse ouvir as bandas que saíram das suas garagens para o palco do Armazém L.
Perante uma plateia e um júri composto por várias individualidades como o Álvaro Covões, da Everything is New, Paulo Campos Costa da EDP, Paula Homem da Sony Music ou o Nuno Calado da Antena 3, 9 bandas decidiram mostrar o que valem, isto num tempo reduzido, já que cada banda tinha só duas músicas para apresentar.
O início da noite mostrou-se auspicioso, já que Lucky Who, contagiados por uma legião de fãs, empolgou o pessoal com o seu indie rock, “rasgadinho” com destaque para o virtuoso guitarrista. Duas músicas chegam a ser pouco para poder uma avaliação para o que quer que seja, mas seja como for, era uma banda que se conseguiria ver com agrado no NOS Alive.
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A ponte 25 de abril está ao lado do LX Factory e é por lá que vieram dos Cursed Cliff, da Costa da Caparica. A banda, também com o apoio da casa, vulgo, amigos, tentaram mostrar as suas cartas, ainda assim, notou-se que ainda estão a dar os primeiros passos no meio. Ainda assim, com muito mérito e coragem ao subir para o palco e mostrar o seu talento.
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Com uma das melhores presenças em palco de todo o evento, os Zarco subiram ao LX Factory cheios de atitude e estilo, sendo que, pela aparência fizemos uma viagem ao tempo. Não à altura do João Gonçalves Zarco, o descobridor, mas sim aos anos 70 e 80, altura em que Portugal descobria também como entrar na CEE. Podem não ter ganho, mas pelo que vimos é daquelas bandas que se vai ouvir falar nos próximos tempos. Valeram também por ser uma das duas bandas que cantaram em português.
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Seguindo a ordem do alinhamento da festa, os vencedores Plastic People subiram ao palco. Possuidores de um indie rock muito influenciado por David Bowie ou Joy Division, vieram munidos de um rock simples, mas capaz de conquistar o público. A banda juntou um pouco dos dois mundos de duas bandas que já tinham atuado. O virtuosismo dos Lucky Who e a atitude dos Zarco. I’m not ok e Woman in Black foram os dois ases que jogaram, claramente se deram bem. Agora aguardamos expectantes o que poderão oferecer no festival em Oeiras.
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Uma surpresa muito agradável que surgiu na noite de sexta foi Lazyman. Vindo de Leiria, Lazyman proporcionou em duas músicas um ambiente intimista e envolvente. Até com detalhe no vídeo que se decorria nas costas do artista e da banda que o acompanha, a acústica emergente despertou-nos sentidos que sentimos em artistas como Benjamim e até Noiserv, com a sua devida diferença. Poderá dizer-se que não tem o perfil das outras bandas que estão presentes no cartaz deste ano do NOS Alive, ainda assim, é inegável que será outro artista que ouviremos falar nos próximos tempos.
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A noite já ia longa, e as dores de cabeça já eram muitas para o juri. Ainda assim, os NO Relation queriam provar que podiam ser os escolhidos para atuar tanto no NOS Alive e no MAD Cool Festival. Vindos do Algarve, mostraram todo o seu valor com Birds e I Don’t Wanna Stay, ainda assim, insuficientes para que o seu pop-rock fosse vencedor.
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Pouco depois veio uma das poucas bandas que cantou em português, os Bom Marido. Durante a noite ainda se pensou que podia ser uma banda que cante na língua portuguesa a vencedora do concurso, até porque o país ainda está “sobralizado” pelos eventos recentes, e a música portuguesa cantada em português começou a ser vista com outros olhos, e ainda bem. Detentores de um rock desprovido de complicações, Miguel Raposo, João Galelo, Tomás Borralho e Luísa Lisboa procuraram dar conhecer os seus temas que fizeram já marcar presença no Musicbox ou no Sabotage e alguns dos grandes festivais nacionais, como o Avante ou o Reverence.
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Mesmo fado tiveram os 1016 (lê-se Ten Sixteen). Os dois irmãos Tiago e Telmo Barbosa subiram ao palco, mas não convenceram nem o juri nem o público. Embora num espírito rock muito presente através dos visuais e luzes, notou-se a falta de uma inovação sonora, ou seja, não se destacaram do resto dos concorrentes.
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Para o final da competição, os Dalla Marta, vindos de Coimbra, deram um registo diferente e terminaram a noite com a fasquia alta. No vídeo de apresentação, anunciavam que cantavam em português e que estavam ali para entreter o público. Ainda assim, a primeira música foi Tambores, um instrumental. Cativante mas incoerente com o que tinham proposto. Com o EP “Esboço” recentemente lançado, “E se ficarmos” foi a despedida, aí sim, já com letra na língua de Camões, e a lançarem as dúvidas sobre que possível vencedor sairia daquela noite.
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Enquanto os jurados faziam contas à vida e ao vencedor, os Them Flying Monkeys, vencedores da última edição, mostraram que ainda estão vivos e que a competição do ano passado foi um abre portas para o mundo da música, já que tiveram oportunidade de também gravar um disco bem como atuar em alguns dos maiores palcos em Portugal.
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Contas feitas à vida, foram os Plastic People que subiram ao primeiro lugar do pódio. Ainda assim, a noite de sexta foi derradeira para saber que há imensas bandas com muito valor e que continuaremos a ouvir ao longo dos próximos tempos.
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Texto – Carlos Sousa Vieira
Fotografia – Luis Sousa
Promotor – Everything Is New