No passado sábado dia 27 de Maio a Groovie Records celebrou o seu 13 aniversário e foi celebrá-lo com toda a pompa possível ou imaginária a uma editora de rock n’roll, ao Sabotage Club. Rock’n’roll à séria de gente que carrega às costas a música para a fazer chegar onde a possam ouvir.
O local escolhido para acolher a festa foi o Sabotage Club que dista uns 500 metros em linha recta, e sem mudar de passeio da loja da Groovie Records.
As festas da Groovie Records que já nos trouxeram bandas como os brasileiros Dead Rocks, trouxeram-nos desta vez uma banda do país do sol nascente como protagonista, os Swamps.
Foi todo um cenário de rock n’roll numa festa onde tudo era possível. Poucos esperariam ver os The Dirty Coal Train como duas verdadeiras pedras rolantes numa indumentária estampada com um toque de selva. E sim, estavam em estado selvagem. Quer na indumentária quer no som que debitaram sem qualquer dificuldade.
Os The Dirty Coal Train actuaram determinados a incendiar o público. Incendiaram também os membros dos Swamps, que vagueavam pelo público num registo de êxtase & jet lag agressivo, movendo-se ao som de um ritmo elevado que impuseram durante todo o concerto.
É fantástico ver a garra com que os The Dirty Coal Train agarram o público e de uma forma frenética, vertiginosa, avançam para o meio do público, rebolam no chão, encarnam em si todo o rock n roll possível dando tudo de si. Oferecem mais uma vez um concerto irrepreensível e sempre cheio de surpresas que torna impossível não se gostar deste trio maravilhoso.
Depois da fabulosa actuação dos The Dirty Coal Train o público estava mais ou menos preparado para o que se seguia, no entanto alguns problemas técnicos dos Swamps quebraram o ritmo vertiginoso que havia sido imposto pela locomotiva bem oleada dos The Dirty Coal Train.
Os Swamps apareceram pela mão de Kim and Miss Koko e desde o início têm procurado trazer à audiência um autêntico espectáculo de rock n’roll com um ênfase muito especial no garage punk.
A indolência com que se movem em palco mostra isso. São exibicionistas mas no bom sentido da palavra, exibicionistas por que estão ali para se exibir e é isso que fazem!
Começaram realmente de forma um pouco tímida, mas ao cabo de quatro músicas já estava marcada a posição.
Marcam pela distorção, a guitarra suja, quase sangra de tão crua que se faz sentir a ausência de efeitos. Tudo neles é cru, directo, rude, ríspido. Mas o público vibra com o ritmo de Miss Koko e do baixista que sustêm na parte rítmica toda a distorção da guitarra e a diluem!
É um daqueles fenómenos que só faz mesmo sentido depois de ver ao vivo. A visão fora do vulgar que estes japoneses têm do rock n roll.
Kim rebola no palco, e toca guitarra em todas as posições que consegue, canta, grita, urra!!
E o público grita e dança com os Swamps! As festas de Rock’n roll são mesmo assim! Os The Dirty Coal Train e os Swamps apresentaram e representaram de forma exímia o que os move e homenagearam da melhor forma a editora a que pertencem.
Texto – Isabel Maria
Fotografia – Luis Sousa