Após dois dias de festa a um ritmo estonteante, o NOS Primavera Sound aproximava-se a passos largos do seu término. De 2017, levavam-se as memórias da maior afluência do festival em toda a sua existência e a promessa do retorno nos dias 7, 8 e 9 para o ano de 2018. Todavia, ainda não era o tempo para despedidas ou começar a ter saudades: o terceiro dia do evento do Parque da Cidade tinha tudo para fechar mais edição em chave de ouro, contando com artistas tão variados como Aphex Twin, Death Grips, Metronomy e Japandroids.
Por coincidências do destino, o terceiro dia do festival coincidiu com o feriado nacional do 10 de Junho, Dia de Portugal, com as celebrações do mesmo a levarem a alguns cortes de trânsito que dificultava a chegada de muitos festivaleiros ao recinto. Aguardando para que a coisa abrandasse um pouco, muitos foram aqueles que optaram por percorrer a belíssima cidade do Porto de forma a tirar o maior partido das férias que estavam prestes a terminar, notando-se uma ligeira descida em termos de afluência quando em comparação com os restantes dois dias.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Ambiente
De forma a celebrar a data estiveram, pela primeira vez nesta edição do NOS Primavera Sound, uma banda portuguesa a fazer as honras do palco NOS, os Evols.
O quinteto portuense trouxe consigo o seu rock psicadélico fortemente influenciado no movimento do shoegazing dos anos 90 para arejar os ares do Parque da Cidade, trazendo o estilo musical que tão bem se enquadra no festival que já contou com a presença de alguns colossos do mesmo género como My Bloody Valentine, Ride ou Slowdive. Com novo disco a ser lançado no final do ano, houve tempo para um cheirinho do que aí vem através de temas como “Father Death”, o mais recente single da banda, mas foi através dos temas mais emblemáticos do segundo disco de originais, II, que grande parte do concerto rolou sobre, com especial destaque para a delícia incontornável que “Want More Time”, a fechar, é para os nossos ouvidos. Em Dia de Portugal, pode não se ter ouvido a língua de camões no seu esplendor, mas a música portuguese esteve, sem dúvida alguma, bem representada.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Evols
Se nos dissessem que em plena luz do dia, o recinto do NOS Primavera Sound iria dançar desalmadamente como se não houvesse amanhã, muito dificilmente iríamos acreditar. Para os que tinham as suas dúvidas, os Songhoy Blues fizeram uma autêntica festa à sombra do palco Ponto.
Oriundos de Mali, o quarteto constituído por Nathanael Dembele e pelos irmãos Aliou, Oumar e Garba Toure, criou um autêntico festim através dos seus ritmos africanos para levar uma plateia em crescendo à loucura. Muito interativos e bem-dispostos, os Songhoy Blues sabem como organizar uma festa e demonstraram que não é necessário falar-se o mesmo dialeto para alguém se conhecer, visto que o mote era exclusivamente um: aproveitar um sol típico de Verão ao som de boa música. Com mil e uma pessoas a dançar, seja de pés descalços, imperial na mão ou até num ‘comboio’ meio improvisado, temas como “Soubour”, “Sekou Oumarou” ou “Al Hassidi Terei” causaram um autêntico turbilhão de felicidade, levando para casa o troféu de “melhor concerto inesperado” e a certeza que ficaram na boca de muitos dos festivaleiros que passaram por ali.
Descendo uns quantos metros pelo palco Ponto abaixo, Elza Soares já se encontrava sentada na sua poltrona de rainha, com a Mulher do Fim do Mundo a levar à maior enchente do palco Super Bock de todo o festival.
Começando com “A Mulher do Fim do Mundo”, a carioca deixou logo bem esclarecido que aquilo que mais queria era cantar, mas houve muito mais do que cantorias no concerto de Elza Soares: no auge dos seus 86 anos, a brasileira mostra uma fibra e resiliência inexistente nos muitos dos jovens que por ali andavam, conduzindo todo o concerto num trono feito à medida para esta diva. Elza Soares não tem uma voz bonita, doce ou angelical; está gasta, rouca e cansada. Todavia, a fusão destes e muitos mais elementos é a razão que a faz ter um vozeirão único e capaz de impressionar qualquer um, tal é a entrega, convicção e a identificação presente em todas as palavras que prega; porra, quem dera a muitos estar perto da meta dos noventa anos e ter a força que Elza demonstra em músicas como “Pra Fuder”.
Visivelmente comovida com a amabilidade do povo português, Elza Soares não quis passar em branco as celebrações do 10 de Junho, pondo toda a plateia – estrangeiros inclusive – a cantar os parabéns a Portugal. Morrendo de amores pelo nosso país, foram múltiplas as intervenções da carioca em elogiar o nosso país e “as caras bonitas” que ocupavam todos os espaços vazios em frente ao palco. Com o concerto a dar as últimas, podemos mesmo dizer que a ovação que o público brindou Elza Soares e a sua excelente banda de apoio, foi um dos momentos mais bonitos de todo o festival, com a plateia a retribuir todo o carinho e generosidade demonstrados pela cantora de “Maria da Vila Matilde”.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Elza Soares
Três anos passados desde a sua última passagem por Portugal, no Vodafone Paredes de Coura, os The Growlers estavam novamente em solo português prontos para animar a tarde do NOS Primavera Sound.
Possuidores de um estilo muito característico, de nome surf rock e que causa sentimentos de reminiscência face a bandas típicas dos anos 60, o grupo norte-americano trouxe boa disposição para dar e vender, muito por culpa do irrequieto e traquina vocalista Brooks Nielsen, que se despia entre canções, saltava para o meio do público a fazer os favores dos típicos cartazes dos fãs mais acérrimos ou até a derrubar um segurança acidentalmente. Com a seu timbre algo gasto e rouco, que acentua na perfeição no registo descontraído dos The Growlers, há uma comunhão perfeita entre público e banda, entretendo até os festivaleiros que descansavam as pernas pela colina do Parque da Cidade que, por vezes, não conseguiam controlar a ânsia de se levantarem e dançarem um pouco ao som de “I’ll Be Around” ou aplaudirem a irreverência de Brooks Nielsen.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 The Growlers
Antes de os The Growlers subirem a palco, houve ainda tempo para se dar uma espreitadela pelo palco Ponto e às diabruras levadas a cabo pelos Wand.
Com dois dos seus membros a terem colaborado e andado em tournée com Ty Segall, no ano passado, enquanto este dava pelo nome de Ty Segall and the Muggers, os Wand são bons entendedores relativamente ao que o garage e noise rock diz respeito, com os ritmos frenéticos da banda de Los Angeles a contrabalançar a oferta presente de Elza Soares no Palco Super Bock. Todavia, a feroz competição da carioca juntou-se à dificuldade que a banda encontrou em soltar as suas barulheiras típicas, o que afugentou um pouco o público; quando os Wand finalmente entraram no ritmo e começaram a soltar as suas poderosas malhas, já poucos eram aqueles que restavam no palco Ponto para os ver.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Wand
Dando continuidade ao ambiente pesado que constituiria todo o alinhamento do palco Ponto naquele dia, os eternos repetentes Shellac estavam de volta ao NOS Primavera Sound.
Presença assídua em todas as edições do festival, tanto no Porto como em Barcelona, o tripleto de Chicago consegue sempre atrair multidões por cada ano que passa, notando-se logo a paixão que sentem pelo festival. Tal como os Wand que os antecederam, os Shellac começaram a descarregar as suas energias post-hardcore e a fazer o pó do esverdeado palco Ponto levantar voo. Mesmo com vestígios do sol ainda pelo céu, os tios ‘fixes’ do rock sabiam bem como fazer o Parque da Cidade entrar em euforia, independentemente da hora, com os seus temas rápidos e destruidores, provocando desde logo os primeiros mosh do dia. Em Shellac, a segurança e o sentido de responsabilidade ficam para segundo plano, pois aquilo que a malta quer é sentir e expelir a agressividade que o lado mais negro do rock acata. Passem os anos que passarem, o Porto irá sempre acolher e aproveitar um concerto dos Shellac como se de a primeira vez por ali se tratasse.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Shellac
Entrando num registo bem mais calmo e intimista, Sampha já se fazia ouvir pela colina do palco Super Bock, reunindo uma enchente considerável para aquela altura do dia (noite?).
Após anos e anos na sombra dos palcos e a produzir discos para alguns dos artistas do momento – Drake e Solange, para enumerar alguns – Sampha finalmente fez-se à estrada com o seu disco de estreia, Process, com a afluência à frente do palco a já saber grande parte dos temas do britânico. Apresentando-se com um tripleto de músicos a tomar conta da percussão, caixa de ritmos e sintetizadores, é ainda notório o desconforto do artista em ocupar as luzes da ribalta: por mais quente e sincero que seja o seu timbre, é a juntar-se à banda de apoio que Sampha solta o músico que há em si, levando a que alguns temas se alongassem no instrumental como uma muito aplaudida “Blood On Me”.
Com um pôr-do-sol em tons de rosa a fechar o dia, temas como “Timmy’s Prayer” ou “Plastic 100ºC” faziam o Parque da Cidade num local (ainda) mais bonito do que ele atualmente já é, embora o expoente máximo só fosse alcançado ao som de “(No One Knows Me) Like The Piano”, embora o burburinho de fundo típico de festival acabasse por não deixar admirar na totalidade aquele que é, provavelmente, o tema mais bonito de Sampha. Depois de ter conquistado a plateia do NOS Primavera Sound, advinha-se um regresso do britânico muito em breve a Portugal, quiçá na próxima edição do NOS Alive.
Com Sampha já fora do palco e com a fome do jantar saciada, as escolhas difíceis do dia começavam agora: Metronomy ou Death Grips? Repartindo o nosso tempo por ambos os concertos, relatamos como foi o primeiro, visto que as proporções épicas que o segundo levou, merecem um artigo individual.
Se, ao iniciar um concerto, a banda dizer que está perante “o sítio mais bonito onde já tocámos” é indício de que a noite será de festa, os Metronomy prolongaram-na durante todo o concerto. Tal como o vinho da região, o quarteto de Devon é um caso raro de banda que fica melhor com a idade: depois de concertos no NOS Alive, Super Bock Super Rock ou no Vodafone Paredes de Coura, a trupe de Joseph Mount fica melhor em atuações ao vivo conforme o passar dos anos, com o concerto do NOS Primavera Sound a ser o melhor que já deu por cá.
Apresentando-se em formato de ‘best of’, mesmo com um novo disco lançado o ano passado, o enérgico Summer 08, a noite acabou mesmo por ser de clássicos, com “Love Letters”, “The Bay” e “Everything Goes My Way”, com a baterista Anna Prior a tomar conta do microfone, a fazer o delírio do enorme aglomerado de fãs que ocupavam as primeiras filas desde que os The Growlers saíram do palco. Há qualquer coisa em Metronomy que se relaciona na perfeição com o temporal típico de Verão, emancipando felicidade e um desejo incontornável de dançar compulsivamente ao som de “Old Skool” ou “Corinne”, com este a ser um dos momentos mais aplaudidos da noite.
Com um estilo musical cada vez mais vocacionado para a eletrónica pura, os Metronomy resgataram mesmo alguns dos seus temas para atribuir-lhes esta nova essência, como uma inesperada “My Heart Rate Rapid” ou a minimalista “I’m Aquarius” que, agora sim, deixou de ficar descontextualizada no repertório dos concertos devido a toda a transformação que sofreu. Com “The Bay” e “Reservoir” a dar como terminado o concerto, o público aderiu em massa à despedida da banda, queimando os últimos cartuchos que restavam de três dias de festival, movendo as ancas e saltando constantemente como se não houvesse amanhã. Saindo de palco ao som de uma enorme ovação, os Metronomy continuam a ser os reis da festa independentemente dos anos que passem.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Metronomy
Quando se pensava que depois da festarola de Metronomy as intenções do público eram de repousar e recuperar as forças, o regresso dos Japandroids à estrada levou a que, finalmente, o palco Super Bock visse o mesmo nível de agressividade que tanto marcou o palco Ponto.
Saídos de uma pausa que rondou os quatro anos de duração, Brian King e David Prowse estão finalmente ao ativo e não enferrujaram nem um pouco, mantendo a mesma genica e energia de anos passados, quando levaram um Paredes de Coura à loucura em 2012. Com novo disco na bagagem, foi mesmo ao som do tema que dá nome a Near to the Wild Heart of Life que o concerto começou, detetando-se logo um desejo nas camadas mais dianteiras do palco em criar um estado frenético com muito mosh à mistura. Se o primeiro tema serviu para apalpar o terreno, foi com “Fire’s Highway”, um dos pontos altos de Celebration Rock, que o serão de tareia estava finalmente aberto, conquistando cada vez mais aderentes com o passar do tempo. Entretanto, os devotos fãs de Japandroids que ocupavam a fila da frente cantavam em plenos pulmões, canção seguida de canção, com as letras na ponta da língua e o peito inflamado tal não eram os encontrões que sofriam contra as grades por parte dos fãs mais expressivos.
Ao ver o estado incendiário que estavam a deixar o Parque da Cidade em, a dupla canadiense não abrandou nem um pouco e continuou a destelhar o seu repertório cheio rock apunkalhado sem compromissos, conciliando os seus três discos em igual medida. Recordando o quão acarinhados foram na sua última passagem pelo Porto, deixaram ponto assento que iriam dar o máximo para retribuir essa mesma compaixão, dando o máximo que os seus corpos conseguiam sustentar naquele que seria “o último concerto da tournée e que não poderia acabar num sítio mais bonito do que este”.
Durante os três dias do festival, os Japandroids andaram pela cidade do Porto a gravar o próximo videoclipe da banda, “North East South West”, levando um pouco da cidade consigo. Contudo, este ainda precisava de uns retoques, o que levou à dupla a pedir ao público que os ajudassem, ao dar o máximo de si, na última música do concerto: “The House That Heaven Built”. Dito e feito, o palco Super Bock entrou no descalabro total, com mosh a romper por todos os lados, fãs a gritarem o refrão da música – a voz de Briank King já estava demasiado cansada para tal – e até público às cavalitas uns dos outros, os Japandroids encerraram o palco Super Bock da melhor forma imaginável; a casa pode ter sido feita no céu, mas foram os Japandroids que a mandaram abaixo.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Japandroids
Com o marco da meia-noite finalmente atingido, o fim de mais uma edição do NOS Primavera Sound deixara de ser uma miragem e estava a breves momentos de se concretizar. Para aqueles desejosos por algo que os fizesse perder noção do tempo, a resposta vinha ao som dos The Black Angels, cujas vibes psicadélicas sombrias já se faziam ouvir pelo palco Ponto acima.
Depois da sua última passagem por Portugal remeter-nos ao Reverence Valada em 2014, os The Black Angels estavam de volta para enfeitiçar o NOS Primavera Sound com o seu rock psicadélico obscuro e penetrante. Ao longo de uma hora de concerto, o grupo oriundo de Austin, Texas, apresentou os temas mais marcantes de uma carreira que já conta com bem mais de dez anos de existência, com “Currency”, “Bad Vibrations” e “The Prodigal Sun” a darem início a uma sessão de terapia em formato musical. Ao contrário daquilo que se foi experienciado pelo palco Ponto ao longo de todo o festival, os cenários de adrenalina frenética foram substituídos por uma tranquilidade ofuscada pelo negrume que a sonoridade psicadélica dos The Black Angels apresenta, experienciando-se momentos de reflexão e de introspeção que contrabalançavam os momentos mais explosivos vividos por aquela zona em outros concertos.
“Grab As Much (as you can”, “Half Believing” e “The Sniper at the Gates of Heaven” iam induzindo muitos festivaleiros em estados de transe absoluto, saboreando todos os detalhes existentes na sonoridade apocalíptica de The Black Angels; mais facilmente teriam deambulado por esses mundos se o sistema de projeção de imagens da banda não tivesse ido abaixo. Por mais bem encaminhado estivesse este reinado situado na linha que separa os sonhos dos pesadelos, a turbulência que se ouvia pelo palco NOS levava a alguns membros da plateia a abrirem os olhos com desconforto misturado com curiosidade por saber o que ali se passava. Todavia, os The Black Angels mantiveram grande parte do seu público durante todo o concerto, garantido que não haveria qualquer tipo de ressentimento naqueles que optaram por caminhar nas fronteiras delineadas pelo grupo oriundo de Texas.
+ Galeria completa em NOS Primavera Sound’17 Dia 10 The Black Angels
Saindo dos estados incumbidos no palco Ponto, a terapia de choque que esperava pelos festivaleiros no palco NOS era também o nome mais aguardado da noite: Richard David James, o senhor Aphex Twin.
Ao nosso redor, um em cada dez festivaleiros usava uma t-shirt do irlandês, o que tornava como dado certo que aquele era o grande nome a reter do último dia do NOS Primavera Sound. Ao longo dos anos da sua ilustre carreira, Aphex Twin foi pioneiro na moldagem da eletrónica nos dias de hoje, experimentado a mesma como ninguém e impulsionando os estilos de IDM e acid techno. Ao saber-se que estávamos perante um génio que tanto experienciava na busca da perfeição, sabia-se, desde início, que Richard James iria apresentar um set muito eclético, mas ao mesmo tempo inesperado.
Nos ecrãs gigantes – e no próprio palco – imagens dos tempos de hoje e de figuras públicas são emitidas, onde nem Portugal ficou esquecido, com Salvador Sobral a arrancar uma salva de pausas na sua breve aparição. Em Aphex Twin, as luzes e os visuais são tão vibrantes como o próprio músico, com um jogo de luzes tão forte que alcançava mesmo o palco Pitchfork, com muitos a tentarem captar o momento através dos seus telemóveis. Todavia, aquilo que realmente importa em qualquer concerto é a música e nesse aspeto, Aphex Twin foge à rotina: a generalização de que a música eletrónica tem que ser necessariamente dançável é posta de lado para criar polos completamente opostos: momentos ambientais são alternados por segmentos de drum’n’bass violento e original, reunindo momentos tantos de ‘calma’ como ‘tempestade’. Por vezes, há vislumbres de um ou outro reflexo no nosso corpo que exige ser ouvido e demonstrar, fisicamente, aquilo que está a sentir, mas em Aphex Twin, a palavra de ordem é mesmo ‘sentir e apreender’ e não ‘sentir e demonstrar’.
Com um set que se estendeu noite dentro, com cerca de duas horas de duração, muitos foram aqueles que não cederam ao cansaço e quiserem aproveitar todas as surpresas que Aphex Twin tinha guardado para dar como terminada mais uma edição do NOS Primavera Sound. Quando as luzes do palco NOS finalmente se abriram, foi com sentimento agridoce que enfrentámos a noção de uma despedida, de um fim.
Para o ano, muitos serão aqueles que vão querer viver o NOS Primavera Sound novamente como se da primeira vez se tratasse: acima de um festival, o evento do Parque da Cidade chega mesmo a ser uma experiência muito capaz de mudar vidas. Em Dia de Portugal, entre os milhares de sentimentos que pairavam pelo ar, aquele que reunia consentimento de todos os festivaleiros, independentemente das suas nacionalidades, foi a certeza que, apesar do dia ser de Portugal, a festa de aniversário tomou lugar no Parque da Cidade.
Toda a informação sobre o NOS Primavera Sound’17 está disponível no nosso website em Reportagens > Festivais > NOS Primavera Sound 2017 .
Os artigos e fotografias de cada dia estão disponíveis em:
Dia 8
+ NOS Primavera Sound 2017, Dia 8 – O Porto Seguro da Natureza e da Música
+ Nome de Código: R.T.J. (Run The Jewels)
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Ambiente
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Cigarettes After Sex
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Rodrigo Leão & Scott Matthew
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Miguel
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Arab Strap
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Run The Jewels
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Flying Lotus
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 8 Justice
Dia 9
+ NOS Primavera Sound 2017, Dia 9 – O Esplendor de uma Diversidade Pintada em Tons de Verde
+ A Serenata Monumental de Bon Iver
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Ambiente
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 First Breath After Coma
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Pond
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Whitney
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Angel Olsen
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Sleaford Mods
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Teenage Club
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Swans
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Hamilton Leithauser
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 King Gizzard & The Lizard Wizard
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 9 Cymbals Eat Guitars
Dia 10
+ NOS Primavera Sound 2017, dia 10 – No Dia de Portugal, a Festa fez-se no Parque da Cidade
+ O Estado de Guerra de Death Grips
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Ambiente
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Evols
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Elza Soares
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Wand
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 The Growlers
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Shellac
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Death Grips
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Metronomy
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Weyes Blood
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Japandroids
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Operators
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 The Black Angels
+ NOS Primavera Sound’17 Dia 10 Against Me!
+info em nosprimaverasound.com
Texto – Nuno Fernandes
Fotografia – Luis Sousa
Evento – NOS Primavera Sound’17
Promotor – Pic-Nic Produções