Num dia em que até a chuva quis entrar no festival, o segundo dia do NOS Alive foi pródigo em rock, com Foo Fighters e The Kills na cabeça do pelotão que também incluiu The Cult, Warpaint ou Parov Stelar.
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Nesta edição da volta ao NOS Alive, as primeiras etapas se fizeram no palco Clubbing que arrancou com os sempre poderosos Killimanjaro e os eloquentes Cave Story, numa altura que no palco principal surgia o Tiago Bettencourt. Esta comitiva nacional deu embalo para mostrar que não há cá brincadeiras e mostrar lá fora (a parte dos 22 mil estrangeiros) do que se é capaz de fazer cá dentro. Afinal de contas, há um ano que somos campeões europeus de alguma coisa.
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Quando se tenta descrever The Courteeners, há uma comparação que surge que é “são parecidos com os Imagine Dragons, mas ingleses”. Liderados por Liam Fray, uma voz que não cativava, mas o beat divertido e alegre fizeram com que pudesse fazer uma atuação digna e competente para um público que estava à frente, mas para guardar lugar para os últimos concertos do dia do palco principal. Ou então para fugir ao sol, que embora estivesse a ficar tímido ainda marcava presença àquela hora. Claro que para o fim ficou guardado o Not Nineteen Forever, o maior êxito da banda até agora.
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The Cult fizeram mesmo juz ao nome. Poderá ser desconhecido para uma grande parte das gerações mais novas ali presentes, mas foram um dos nomes que marcaram a geração do rock dos anos 80 e 90. E mesmo assim, tal como outros nomes lendários que já passaram pelo Alive, mostraram que estão em forma.
Love, Electric ou She Sells Sanctuary, temas mais velhos que a presença de Portugal na CEE, marcaram num concerto que ainda teve cheirinho a Stooges com o I Wanna Be Your Dog ou ainda a Polly dos Nirvana. Esta viagem no tempo fez valer a pena para que tudo ficasse em ponto de rebuçado para os restantes concertos.
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10 da noite e marcava o cronómetro para a primeira grande etapa da noite com os The Kills. A toda energética Alison Mossheart, acompanhada do seu fiel companheiro Jamie Hince, deram o seu NONO (!) concerto em Portugal, sendo que em 2012 tinham atuado no palco Heineken. Em abono da verdade, o palco secundário seria mais indicado por questões sonoras, visto as grandes dificuldades no início. Não obstante não foi desculpa para o duo se extrapolar no seu tamanho e tentar conquistar um público que já estava em modo Foo Fighters.
Ao som de Ash & Ice, lançado ao ano passado, e com o gostosinho do Echo Home revelado ao público há poucos meses, foi em Hard Habit to Break, Black Balloon ou Siberian Nights e No Wow que a chama dos The Kills ardeu mais. Não houve espaço para The Last Goodbye, fica para a décima vinda deles cá.
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Não houve espaço, até porque a Alison voltou a aparecer em palco em Foo Fighters, mas estou a adiantar-me. O concerto que todos esperavam no dia era da banda liderada pelo “gajo mais fixe do rock”, frase que já se tornou uma instituição. Depois de uma vinda atribulada para Portugal, devido ao temporal que aconteceu na terra dos Nuestros Hermanos, não foi justificação para a entrada a todo o gás do Dave Grohl e os seus amigos. Numa celebração ao rock que durou 2h30, o público delirou, cantou, fez jus à paixão e também à verdade que o Dave tinha dito no início. “It has been a long time”. Por isso mesmo, um início a rasgar com All My Life, Learn To Fly e The Pretender nas primeiras faixas, vemos quase que um registo best of, imaculado ao longo do alinhamento.
Pelo meio, ainda uma breve referência aos Queen e ao Another Bites The Dust num concerto que fez mais menção ao Wasting Lights de 2011, mas claro com referência ao novo single, Run, que deverá fazer do novo álbum que será lançado ainda este ano. La Dee Da serviu de pretexto para voltarmos a ver a sempre muy bela Alison. Best of You e Everlong fizeram o fim à festa do camisola amarela desta etapa do NOS Alive.
Se o vencedor do palco principal estava encontrado, o prémio do palco secundário tem de ir para Parov Stelar que praticamente partiu o chão da plateia. Completamente cheio, houve uma grande movimentação para assistir ao austríaco e à sua banda, 3 anos depois da última presença, no mesmo palco.
Desta vez com novo álbum, The Burning Spider, mas com o mesmo clima de festa e euforia que tanto caracteriza a banda e se calhar o motivo pelo qual Paulo Portas tanto gosta (aqui está a referência da internet, para quem não sabe: https://www.youtube.com/watch?v=U9aQPWO1-co). A pergunta que impera: será que esteve lá presente?
Se estiver, com certeza que como toda a gente, delirou ao som de Booty Swing ou All Night (que terminou o espectáculo). Mas se pudéssemos, tínhamos ficado a noite toda com eles que ninguém se importava.
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Texto – Carlos Sousa Vieira
Fotografia – Nuno Cruz | Hugo Macedo (NOS Alive)
Evento – NOS Alive 2017
Promotor – Everything is New