Os norte americanos Meatbodies vieram com toda a garra que lhes é característica, dispostos a não deixar pedra sobre pedra no Cais do Sodré. Com uma casa quase cheia debitaram pouco mais de uma hora de música, para um publico sinceramente entusiasmado e carregado de energia pronto a receber a descarga vibrante da banda formada por Chad Ubovich há cerca de 5 anos em Los Angeles.
Simpáticos afáveis e divertidos do primeiro ao último minuto, principalmente pela voz do guitarrista Patrick Nolan que confirma que Chad se encontra um “pouco” afónico. O gozo que tem em dar concertos extravasa completamente para o público que sorri, abana o corpo e salta.
Him, do primeiro disco a abrir as hostilidades num nível bastante elevado que mantiveram quase durante 50 minutos, onde debitaram pelo meio de risos e pedidos de rum, ( haviam eleito o rum como a bebida da noite), algumas das músicas mais pujantes da sua discografia.
Como Chad estava sem voz, Patrick declarou unilateralmente avisando o público e os técnicos de som “Now i’m singing, deal with it!” numa verdadeira descontração provocadora. O périplo pela discografia focou-se em temas musculados e com forte incidência nas sonoridades mais pesadas que apresentam, tornando-as ainda mais pesadas e distorcidas.
Disciples e Montain, muito mais pujantes que nos discos, tornando impossível não saltarmos com toda esta gente que se movia num mosh pit juvenil e sorridente. Depois de Montain não mais houve sossego na sala, com hordas de miúdos e outros mais graúdos a darem largas a toda a energia que os Meatbodies transmitem. Passaram também por Haunted History, the Master e Gold.
E depois de 50 minutos em curva ascendente havia que acalmar os ânimos! Foi a Alice, o single homónimo do último disco que coube esse papel, numa continuidade de sorrisos e corpos ondulantes e felizes, vimos toda uma sala a relaxar de toda a adrenalina que ali havia sido libertada! São concertos destes que nos mantém jovens e felizes. Intensos, enérgicos, provocadores! Não os pudemos deixar ir embora sem encore, e o encore foi dado à escolha pelos próprios Meatbodies: Tremors ou Wahoo.
Queríamos ambas, mas Wahoo era a síntese deste concerto e foi ao som de um Wahoo ainda mais intenso que terminaram o concerto. Desordenados e felizes foi assim que nos deixaram!
Texto – Isabel Maria
Fotografia – Luis Sousa