Os 25 anos acabam por ser uma espécie de transição entre o menos consciente e a consciência de que a vida não é aquilo que pensamos dela. A prata, designação popular que marca o 25º aniversário de algum acontecimento, revela que o festejo deve ser cuidado e dotado de algum chamamento à consciência de que a segurança é foco e os pequenos pormenores deverão ser melhor aproveitados.
É isso que se espera na 25ª edição do tão aguardado Vodafone Paredes de Coura, aquele que é um dos melhores festivais em Portugal. A espera anual compensa sempre e as margens da praia fluvial do Taboão aguardam aquela que é a semana escolhida, por muitos, para ter umas férias no chamado “couraíso”.
Como já é habitual, o festival, que decorre de 16 a 19 de Agosto, é antecedido pela brisa musical que invade as ruas da pacata Vila de 12 a 15 de Agosto. O Festival sobe à Vila já é algo que se espera ansiosamente e que serve de aperitivo à degustação do festival no anfiteatro natural do recinto. Entre as paredes das casas e no centro de largos da Vila, o dia 12 contou com concertos de Eden Lewis II, The Sunflowers e o set de Mister Teaser. Hoje temos Nice Weather For Ducks, Serushio e o set do DJ Mosca. No dia 14 teremos Stone Dead, The Twist Connection e o set do DJ Sininho. Para terminar, o dia 15 recebe Alek Rein, Conjunto Corona e o set do DJ Electric Shoes.
No dia 16 dá-se a abertura das portas do recinto e o deleite auditivo inicia-se. Como já é habitual, deixamos-vos as sugestões do que, para nós, é imperdível.
Neste dia, só há um palco, o Vodafone, que vai receber The Wedding Present a banda de Leeds vai tocar o seu primeiro álbum, George Best, na íntegra e trazer-nos cheiro do ritmo dos anos 80.
De seguida, a poesia escura e de revolucionária de Mão Morta vai invadir o palco e criar-nos uma espécie de inquietação satisfatória.
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Beak> é uma espécie de super banda em forma de música electrónica. Sobem ao palco no seguimento e vão servir de introdução para o que mais se vai aguardar neste primeiro dia.
The Far Field é o novo álbum dos americanos Future Islands. É bom que nos preparemos para o furacão e turbilhão de emoções que Samuel Herring nos vai trazer à tona.
No segundo dia de festival, um dos mais intensos e esperados, o fim de tarde vai ser inundado pela energia do jovem trio Sunflower Bean e seu foco em nos fazer sonhar.
No palco principal, pouco tempo depois, mantemos o sonho e a serenidade mágica dos You Can´t Win, Charlie Brown.
Em nova correria, os Nothing esperam-nos com o seu rock alternativo de reflexão no palco Vodafone FM.
De volta ao palco principal, o tão aclamado Will Todelo com Car Seat Headrest e um indie rock que arrepia.
Não podemos deixar escapar o folk negro dos Timber Timbre e a sua melodia desconcertante e emotivamente agradável.
O menino prodígio King Krule irá, certamente, deixar-nos aos seus pés com o talento inacto e a voz voluptuosa dos quais é dono, vamos encontra-lo no palco principal.
O concerto mais esperado da noite vem a seguir. Após uma pausa perdida no tempo, o regresso aos palcos de At The Drive In vai fazer com que demos um salto à rebeldia adolescente que tanto nos faz sorrir com nostalgia. Novo álbum no forno e uma ânsia nervosa de abrir o peito e recebe-los neste quase fim de noite.
Ao terceiro dia de festival, sexta-feira – 18, o Palco Vodafone FM ganha vida com o rock alternativo dos Cave Story.
O encanto de Bruno Pernadas vai abrir o palco principal do recinto e conseguir enfeitar os mais pontuais.
No palco secundário, espera-nos a suavidade de Andy Shauf para nos guiar de galho em galho com a companhia quente dos pássaros.
De seguida, no mesmo palco, uma viagem por caminhos psicadélicos por entre o pôr-do-sol da dupla Moon Duo.
De regresso ao palco principal, um momento de relaxamento com BadBadNotGood, banda canadiana conhecida pela interpretação jazz de músicas de hip-hop.
Após 5 anos de jejum, os Japandroids regressam com novo álbum a apresentar no palco principal.
Para fechar os palcos, o dream-pop dos já habituais por terras lusas Beach House para nos embalar o caminho até ao descanso (ou não).
Porque o que é bom acaba rápido e estes dias nos vão saber a pouco, chegamos ao último dia de festival. Nada melhor que começarmos a despedida com o pop melódico dos nortenhos Toulouse, no palco Vodafone FM.
De seguida a poesia crua e ritmada de Manuel Cruz, no palco Vodafone.
No mesmo palco, a energia de Foxygen que nos vai despertar todos os sentidos.
De regresso ao palco secundário, iremos saborear uns sintetizadores elegantes acompanhados pela voz densa de Alex Cameron.
Deixamo-nos ficar para embarcarmos na viagem hipnótica do experimentalismo cru, pesado e distorcido dos Lightning Bolt.
Sairemos do meio de um furacão para nos enfiarmos no centro de uma tempestade. Ty Segall vai garantir, quase com certeza absoluta, o melhor concerto e prestação da noite. Tremam!
Para terminar com o coração mais aconchegado, os tão acarinhados Foals.
Haverá melhor maneira de terminar um festival depois de um dia assim e quatro dias plenos de intensidade? Vale a pena não perder nenhum destes concertos, é um conselho que vos deixamos!
Os passes gerais já se encontram esgotados!
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Texto – Eliana Berto