20170821 - Entrevista - Asimov @ Lisboa
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Asimov and the Hidden Circus – A música como motor vital

Este ano os Asimov voltam a pisar os palcos do Reverence. Podia ser apenas e tão somente para apresentar o seu mais recente registo Truth, ou para mostrar as novas roupagens de outras músicas mais antigas porque agora ao duo composto por João Arsénio na bateria e Carlos Ferreira na guitarra e na voz, se juntou Rodrigo Vaz no baixo. Mas vai ser algo mais que isso. Aos Asimov em formato trio, juntam-se os Hidden Circus. Junta-se o guitarrista Pedro Madeira, que já colaborou anteriormente com os Asimov e que já conhece o Carlos Ferreira de outros carnavais musicais. Inusitado e a adensar a surpresa trarão com eles a violoncelista Joana Guerra.

Fomos falar com os Asimov num momento cheio de surpresas e à beira de encetarem a sua primeira saída de Portugal, numa série de datas a acontecer logo a seguir ao Reverence, por terras de Espanha.

Estivemos no cimo da Alameda à conversa com quase todos, num destes fins de tarde quentes e abafados. Sobre o inicio de tudo, as mudanças e o futuro. Os Asimov sabem bem quem são e apesar de não terem planos traçados a régua e esquadro tem construido habilmente e de forma coerente o seu caminho, sem nunca se esquecerem que o que andam a fazer é na verdade o que mais gostam. Aproveitámos para conhecer pelas palavras dos intervenientes directos como tudo começou, mudou e vai continuar.

20170821 - Entrevista - Asimov @ Lisboa

MDX  – Como é que surgiram os Asimov?

Carlos Ferreira – Os Asimov eram uma espécie de … bem as primeiras gravações de Asimov são de 2002 talvez… uma coisa que eu fazia mais ou menos a solo, músicas que não se enquadravam bem nas bandas em que tocava naquela altura como Brainwashed by Amalia.

Em 2010, 2011 mais ou menos tinha material suficiente para gravar um álbum e com a ajuda de um outro amigo nosso na bateria o André Silva, gravei. Quando tinha tudo gravado o João ligou-me, ele era de Dollar Lama e queria voltar a tocar, eles tiveram um hiato, e ele ligou me “ Olha queria voltar a tocar bateria com alguém e das pessoas todas que conheço era contigo que gostava de experimentar!” –  “Calha mesmo a jeito porque tenho isto gravado e não tenho ninguém com quem tocar!”. Este amigo com quem gravei o álbum, o André, a ideia era “Desenrasco-te isso mas não faço parte”, foi uma espécie de músico de estúdio.

O João ouviu o que estava gravado, gostou e entretanto já tinha mais umas ideias e a partir daí começou a rolar tudo, de há mais ou menos seis anos para cá. Nesse ano demos o primeiro concerto a abrir para Pink MountainTops, a banda paralela do Stephen McBean de Black Mountain.

Temos agora o Rodrigo no baixo, finalmente temos mais um membro connosco, porque a ideia de sermos um duo foi um bocado acidental, não foi uma coisa planeada nem pensada: “Ah vamos ser só um duo!”

A nossa ideia era mesmo arranjarmos alguém que sentíssemos que se enquadrava bem no espírito da música que estávamos a fazer, no nosso mundo, aí sim inseríamos alguém mais. E seis anos depois aparece o Rodrigo.

MDX – Quais foram as maiores diferenças que surgiram na gravação deste segundo disco?

Carlos Ferreira – O Overseas foi uma bocado mais clássico, aquilo surgiu tudo sem pensar muito, depois para o Truth pensámos em arranjos e onde é que aquilo iria dar.

Começamos sempre por fazer uma jam nos ensaios para aquecer, todas ou quase todas as músicas que surgiram apareceram quase sempre nessas géneses iniciais de ensaio, numa cena de jam livre mesmo, “ah este riff é fixe, ou isto parece-me bem, ou como é que vamos daqui para aqui?”  E a partir daí começamos a limar um bocado o processo.

Outra coisa que também aconteceu é que há mais ou menos dois anos quando começámos a tocar as músicas ao vivo, e a inseri-las com as outras, para vermos se aquilo funcionava bem ou funcionava melhor de outra forma.

Quando fomos gravar, foi um processo de gravação curioso. Gravámos uma música por semana porque temos trabalhos e horários limitados, entre Outubro e Dezembro de 2015, fomos gravando e fomo-nos surpreendendo a nós próprios.  Talvez o facto de termos já isto tudo tocado ao vivo, ao gravar, gravámos a base muito facilmente. A base era tão completa que foi só compor o resto. Acho que foi essa a maior diferença.

MDX – Tem bandcamp, como é a vossa venda lá para fora?

Carlos Ferreira – Aparecem uns downlads de vez em quando, nada de significativo, de vez em quando lá aparece mais um. Quando saiu o álbum houve um bocado mais, agora como saiu o álbum  em vinil com uma editora espanhola acaba por haver um novo foco de interesse no ultimo álbum e houve mais umas coisas mas nada de significativo.

João Arsénio – É mais para estar disponível para se alguém quiser ouvir.

Carlos Ferreira – Mesmo o nome da página acaba por não ser o mais acessível do mundo,  não é algo a que liguemos muito.

MDX – Dá para fazer algumas medições ou achas que não corresponde à realidade do que está disponível

Carlos Ferreira – Mais ou menos, mas mesmo o primeiro álbum ainda dá para encontrar lá fora de forma relativamente fácil, os dois primeiros editámos nós, em edição de autor, private pressing e há uma distribuidora sueca que ainda tem o primeiro e há uma distribuidora holandesa  que tem o segundo. O Truth é a editora que está a tratar dessas coisas todas pelo que nem nos preocupamos com isso.

MDX – É bom retirar esse peso e não terem de se preocupar com todos esses pormenores?

Carlos Ferreira – É claro que é, porque nós somos músicos. O nosso papel é tocar não é estar preocupados com a parte da gerência da banda, temos um agente para os concertos que é o Jonas Gonçalves da Ya Ya Yeah. Mas qualquer pessoa que nos contacte a nós, passamos a ele e acabamos por funcionar todos em equipa. Acho que o que nós fazemos é trabalhar em equipa com quem ganhamos confiança, como uma mini família. A cena comercial no sentido de vendas, pensar nesses pormenores…não pensamos muito nisso.

MDX – Não estão centrados especificamente em vender?

Carlos Ferreira –  Não, claro que estamos, senão estávamos só a tocar para nós e para os amigos, nós temos esse objetivo de haver produto e para ser vendido , mas não é isso que nos move, ou que nos preocupa realmente. Ou o que é que as pessoas vão pensar ou o que é que vai funcionar com o público ou não. É um pouco, nós fazemos isto e está aqui disponível e então não estamos muito preocupados em grandes concessões ou se vai em teoria vender ou não, a música não é uma coisa  que se venda dessa maneira pelo menos para nós. Quem ouve a nossa música vai perceber aquela ideia, de que é autêntica. Óbvio que queremos exposição, mas não nos preocupamos muito com isso.

João Arsénio – Preocupamo-nos mas não é o nosso motor, o nosso motor é fazer música. Um bocado na ideia do que é que é música que nós gostaríamos mesmo que fosse outra pessoa a fazer, não vamos estar a pensar se vai soar assim ou assado.

Carlos Ferreira –  Ou vamos fazer como aquele ou o outro porque nos inserimos demasiado numa cena musical, nós fazemos um bocado aquilo que gostamos mesmo de fazer e às vezes gostamos muito da ideia de “não era fixe haver um álbum que tivesse uma música assim?”, uma coisa que o João diz muito em relação ao Truth: “Eu comprava este álbum”. Acaba por nos apanhar meio desprevenidos, a maneira como saiu o álbum não estávamos bem à espera. O facto de não termos expectativas para cumprir, e assim fazemos as coisa de um modo mais natural talvez, sem forçar nada de propósito só porque tem de ser.

MDX –  Rodrigo, como é se deu a tua entrada nos Asimov?

Rodrigo Vaz  – Eu acho que os Asimov estavam bem como um duo mas precisavam de alguma coisa ou outro input diferente, não que eles estivessem a fazer coisas erradas. Eu já ouvia o que eles fazem há alguns anos e sempre gostei muito. Comecei por me dar com o Carlos e com o João, e na minha perspetiva eu achei que eles precisavam de uma coisa, de um impulso, ter um baixo, ou outro instrumento qualquer. Tenho uma perspetiva parecida, não pensamos todos igual mas de formas parecidas e acho que ter um baixo complementou o som dos Asimov, outra forma de compor, outra forma de trabalhar e fazer música.

MDX – Como foi passar  de um diálogo apenas a dois, para esta nova «situação»?

João Arsénio  –  Nós já queríamos isto há algum tempo mas nunca se tinha proporcionado, veio dar-nos mais vida, outra força e mesmo um novo caminho e estamos a gostar imenso do que estamos a fazer com o Rodrigo.

Carlos Ferreira – Até certo ponto estamos a reaprender a nossa música, porque estávamos tão habituados a fazer a coisa a dois. Cabia a nós dois fazer funcionar tudo ao vivo, e não tendo ainda chegado ao limite do que conseguíamos fazer a dois, podemos agora fazer outras coisas também. Mais como nos álbuns. Os álbuns já tem baixo, é daquelas coisas que as pessoas não se apercebem, mas eu gravava o baixo e não só.  O álbum tem mais do que parece na realidade. Parece muito cru muito sujo mas aquilo tem mais pormenores do que a primeira audição revela. Nós não fazemos ao contrário do que muita gente pensa, takes directos. Gravamos os álbuns, somos nós que fazemos tudo mas não é preciso ser só como no duo. E assim acrescentamos mais coisas, mas que depois não podemos tocar ao vivo porque não funciona.

MDX – Mas mesmo assim não deixaram de as fazer.

Carlos Ferreira– Claro que não. Há coisas que por vezes nós chegamos a um ponto e aquilo parece vazio, e pomos de parte, naquela de “um dia logo vemos o que é que acontece” e como dissemos estamos a reaprender a tocar as músicas, porque há coisas que eu agora não tenho de fazer na guitarra, não tenho de encher tanto o som, há o baixo como base, eu posso até fazer mais base para depois o João poder viajar mais com o Rodrigo, ficarem os dois um bocado mais livres.

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MDX – Vocês já estiveram no Reverence em 2014, já sabem o que é que o público está à espera mas este ano vão fazer algo mais. Podem desvendar ou ainda é segredo?

Carlos Ferreira – Nós já desvendámos um pouco em Maio na Feira Morta. Já temos algumas coisas a meio caminho. Nós estamos a compor o que será o próximo álbum, temos o calendário mais ou menos pensado na nossa cabeça, mais ou menos aquilo que tem de ser mesmo feito e temos já algumas músicas novas com mais elementos, temos o Pedro Madeira na segunda guitarra e a Joana Guerra que é violoncelista. Vamos mostrar músicas novas, algumas das que tocámos na Feira Morta em Maio.

MDX – Como é que surgiu a parceria entre Hidden Circus e Asimov?

Pedro Madeira – Nós somos todos do Cacém, com excepção da Joana que é de Rio de Mouro e eu toco com o Carlos, on e off há muito tempo. Tínhamos os Brainwashed by Amalia e eu toquei com ele nessa altura. Depois tivémos um duo que se chamava Mamute. Entretanto eu estive uns anos fora, em Espanha a fazer outras coisas e estivemos uns anos sem tocar juntos, mas esses anos foram excepção, porque há muitos anos que temos vindo sempre a colaborar juntos. Além disso, tenho feito umas coisas com guitarra acústica sozinho, sob o nome de Peter Wood, sendo que a primeira pessoa que ouviu e gravou isso foi o Carlos. As coisas vão acontecendo e um dia aconteceu e é um orgulho tocar com eles, dar uma ajudinha, que é isso que eu estou a fazer, dar uma ajudinha.

MDX – Se pudessem viajar no tempo, com quem gostariam de tocar ou partilhar o palco?

João Arsénio – Tanta gente, mas Neil Young. Tenho muito respeito pela pessoa dele, pela carreira dele. Acho que é um deus do Rock

Rodrigo Vaz – Hey, essa era a minha resposta!

Carlos Ferreira – 2-0 para o Neill Young! (Risos) Essa questão é um bocado curiosa, porque há algum tempo estava a pensar na ideia do tempo, “Ah se isto fosse os anos 70 é que era”…mas na verdade eu acho que isso é uma falsa questão, estamos a viver é agora. Acho que no fundo tudo ia ser um bocado a mesma coisa.

MDX – Então e se tirássemos da questão a viagem no tempo? Com quem gostarias de partilhar o palco?

Carlos Ferreira – Mudhoney, que é uma banda que respeito bastante, a banda que mais respeito que ainda existe. Uma banda que fez as coisas à sua maneira. Não creio que seja sorte, nestas coisas existem oportunidades e ou as aproveitas ou não. Há que criá-las e aproveitá-las. E é uma banda com a qual ainda hoje me identifico, mesmo a própria gestão da banda. Eles também tem empregos como nós. Estive a ler o livro sobre eles, e eles estão limitados para tudo pelos horários do baixista que é enfermeiro. O primeiro baixista tinha saído para se tornar marceneiro, deixou mesmo a música, fartou-se. Acho que eles gerem aquilo tudo à volta do baixista. Uma semana de férias com a família e o resto é para gravações e tours. Acho que é uma banda que tem os pés bem assentes na terra, algo com que nos identificamos.

João Arsénio – São fieis com eles próprios, são coerentes nas escolhas que fazem.

Carlos Ferreira – Se eles viessem cá e nós pudéssemos fazer a primeira parte, acho que ficava contente só de tocar um acorde. Ok, já toquei, podem tocar os Mudhoney!!!

Rodrigo Vaz – Eu ia responder Neil Young, mas o João já respondeu, por isso seriam os Rush. É uma banda que admiro muito e por mais anos que passem, por mais coisas que oiça eu vou sempre lá parar outra vez, aos Rush. Foram das primeiras bandas que senti mesmo. Mais pelas letras. Quando ouvi pensei; “Eh lá, afinal não estou sozinho!” Por mais anos que viva vou sempre lá dar.

Pedro Madeira – Isso é sempre difícil. Como o Carlos diz, a cena do antigamente é que era bom..isso não é bem assim!

MDX –  Não te sintas limitado pela questão do tempo, no fundo a viagem no tempo serve apenas para poderes escolher quem quer que seja. Passado, presente ou futuro!

Pedro Madeira – Ah não te preocupes que isto era só estilo, eu não me perdi! (Risos) Mas já que o que me interessa é o presente eu gostava de tocar com uma banda com a qual eles já tocaram, com os Bardo Pond que ainda andam aí. Ainda mexem e profissionalmente não devem de ser um caso muito diferente dos Mudhoney. Os Asimov já tiveram a sorte de tocar imediatamente antes dos Bardo Pond no primeiro Reverence. E eu acho que não foi uma coincidência, acho que foi alinhamento cósmico e pode ser que eu ainda tenha essa sorte.

MDX –  O que é que andam a ouvir actualmente? O que é que ouvem no carro, no leitor mp3 ou no telemóvel, ou tem no gira-discos ou no leitor de CD’s?

Carlos Ferreira  – Neil Young, Bardo Pond, Mudhoney e Rush!! (Risos) Ainda hoje de manha estava a ouvir uma banda chamada Spirit of Jonh Morgan, uma cena obscura dos anos 70. eu vou sempre dar um bocado ao mesmo sitio…bandas semi-obscuras dos anos 60 e 70, que tem ali uma coisa qualquer meio fora…

João Arsénio – A última coisa que ouvi, pode parecer um bocado estranho mas ontem estava a ouvir Carlos Paredes e estava a gostar bastante.

Rodrigo Vaz – Eu ouvi The Clash, tenho ouvido bastante Kadavar…Rush. Neil Young.

Pedro Madeira –   Eu esta semana tenho ouvido Stevie Wonder e ando outra vez a ouvir os Canned Heat que são a melhor banda do mundo e que é uma banda a que vou sempre voltando…

MDX – Vai acontecer um registo oficial desta colaboração dos Asimov com os Hidden Circus?

Carlos Ferreira – Sim, mas depende um bocado dos horários… com os Hidden Circus isto é um bocado a banda completa, mas há a questão dos horários e resolvemos fazer isto e juntar-nos quando vale mesmo pena. Fizemo-lo em Maio e depois alinhámos todos os nossos calendários para o Reverence. A Joana não está hoje, só volta para os ensaios mais perto do Reverence. Estamos já a gravar aos poucos mas é um bocado ver quem está disponível e quando para gravar

O Pedro vai agora para fora 4 meses a seguir ao Reverence, e quando ele voltar, grava também. E vamos ver o que é que vai dar. Depende um bocado do que é possível fazer ou não com os pés assentes na terra. Pesar bem o que é possível e se vale a pena, se dá tudo bem, se não dá fica para a próxima.

Pedro Madeira – Se der para meter um solo de harmónica, dá. Se não der não se mete!

Carlos Ferreira – O Pedro já tem um solo de harmónica no segundo álbum. Não está creditado mas ….está lá na primeira música.

Pedro Madeira  – devia de ser em todos!

Carlos Ferreira –  Aliás eu acho que devíamos fazer um álbum todo; Asimov em Harmónica!

MDX – Vão tocar no Reverence, mas também vão ficar para ver algumas bandas! O que é que querem mesmo não perder no Reverence?

João Arsénio – Hills!

Rodrigo Vaz – Hills!

Carlos Ferreira – Hills! E os Träd Gräs Och Stenar…Mas aqui como noutros festivais a parte divertida da coisa acaba por ser deixares-te apanhar pela situação de não conheceres as bandas e seres surpreendido. A ideia para mim é depois ir explorar. Como há dois anos os Dewollf, que estávamos a ouvir ao longe e depois acabei por explorar um bocado porque o concerto me chamou a atenção.

Pedro Madeira – Os Hills e os Träd Gräs Och Stenar  também, mas no fundo é uma oportunidade para conhecer coisas novas, eu não oiço muitas coisas novas por isso…

20170821 - Entrevista - Asimov @ Lisboa

MDX – Umas palavras sobre este que não é oficialmente a vossa ocupação principal, a música, mas que na verdade acaba por ser.

João Arsénio – Para mim a música é sentir-me vivo, é o que me faz andar para a frente em muitas situações da minha vida. É amor.

Carlos Ferreira – Um bocado um escape também!

João Arsénio – Também um escape, sim.

Carlos Ferreira – Ás vezes eu não me sinto muito à vontade. Enquadro-me bem na sociedade mas não sou necessariamente a pessoa que melhor se enquadra. É um pouco “Ok, pode ser, estão a falar de isto ou daquilo ou de futebol ou do trabalho e tudo bem, pode ser, só sabem falar disso? Não há problema!” Eu dou-me convosco e percebo a vossa perspectiva, mas depois tenho um bocado na ideia fazer a minha cena….ou fazer com que um pouco de mim saia cá para fora sem que tenha de dar satisfações a ninguém.

Rodrigo Vaz – A música não é nossa actividade principal mas é o que dá sentido a tudo o resto. É o meu grande escape da vida e como o Carlos disse, também não sou nem de perto a pessoa que se enquadra melhor nisto tudo e acaba por ser um escape.

Pedro Madeira –  Eu subscrevo tudo…a música é uma coisa excelente, e o melhor é mesmo podermos estar uns com os outros e trabalhar, mas sem ser trabalho e acho que isso é divertido.

+info em asimovstenarmusik.bandcamp.com | facebook.com/Asimov.Pt

Entrevista – Isabel Maria
Fotografia – Luis Sousa