Na passada quarta-feira, véspera de feriado nacional, o Sabotage Club recebeu os Dr. Frankenstein para a festa do lançamento do novo disco, Santo André e os Maus Rapazes.
Como vem sendo habitual as noites por aqui compõe-se devagar com uma parcimónia própria de um local que nos faz sentir em casa, numa festa rodeados de amigos e publico expectante e fiel.
Mais uma noite quente e uma casa quase cheia para receber uma banda com mais de 20 anos de história. Emergiram na margem sul em 1994 e apesar das mudanças de formação até ao momento actual, o seu registo de surf garage rock mantém-se o mesmo com que começaram.
A casa compôs-se a rigor cheia de amigos e conhecidos prontos para uma noite de rock e surf. Bastante apropriado para as temperaturas que ainda se vão fazendo sentir, quente e abafadas e que transformam o clube do Cais do Sodré no sitio apropriado para uma festa.
Um pouco hesitantes inicialmente, mas essa hesitação desapareceu assim que perceberam que tinham à sua espera uma casa quase cheia de amigos prontos para dançar e os Dr. Frankenstein encetaram um concerto cheio de energia com Jiboia, segunda faixa do novo disco que rapidamente nos leva para dentro de um qualquer filme cheio de monstros numa qualquer noite negra. Nightrain to Liverpool, You Can Go ou Sneaky Surf, com a vibração dos maus rapazes em alta e a garantir a boa disposição na pista de dança, a provocar com um ritmo quente e equilibrado. Com essa visível boa disposição prosseguiram na sua senda de músicas curtas e directas com Teenage Astro Monster e Ghost City 2056.
Dir-se-ia que pareciam surpreendidos com o público. O público pelo contrário parecia saber exactamente ao que ia; dançar e divertir-se.
Passaram também pelas músicas novas, como seria expectável e fizeram-no com o entusiasmo de quem as estreia, com aquele brilho nos olhos de quem nos oferece o que de mais precioso traz consigo, Linhas de Sangue e a História do Homem que Nunca Existiu e Tema dos Maus Rapazes.
Retomaram as mais antigas, e até um tema do primeiro disco que nos mostra que o surf garage destes rapazes já ultrapassa o cunho do tempo, já não está datado. É música para dançar como era antes, e será daqui a muito tempo.
Se por acaso se cruzarem com os Dr. Frankenstein levam calçado apropriado porque vão querer dançar, eles vão andar por aí e esta é uma daquelas oportunidades a não perder!
Há que dançar e correr atrás do que se gosta e é isso que os Dr. Frankenstein tem feito nestes mais de 20 anos. E há que dizer, os maus rapazes dançam melhor.
Texto – Isabel Maria
Fotografia – Luis Sousa