Sexta-feira, quarto round do Jameson Urban Routes, desta feita com Stone Dead e Black Lips. Foi o round do Rock n’roll duro, sujo e apocalíptico num Music Box esgotado! Quem veio até ao Cais do Sodré, veio sem medos e sem peneiras, veio viver o rock n’roll na pele e nos pés.
Os Stone Dead abriram a noite com a sua energia característica que tem vindo a crescer de concerto para concerto. É inevitável comentar o descarado crescimento como banda. São descendentes daquela parte do rock n’roll sujo e que pisca o olho a gente crescida como os Stooges e outros que tais. A garra provocadora com que se apresentam não para de aumentar de concerto para concerto e mostram-se determinados a não deixar pedra sobre pedra por onde passam. Equilibrados, bem dispostos e sem falhas. Onde houver um concerto de Stone Dead, não falhem, vai sempre valer a pena e nesta noite fez todo o sentido.
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Após uma pausa mais ou menos prolongada, a entrada dos Black Lips em palco mostrou sem dúvida que o que ali estávamos a fazer ia muito além de um concerto de rock n’roll…
Jared Swilley, Cole Alexander e companhia…nunca sabe que o que vai acontecer num concerto dos Black Lips e o público não parece nada afectado com o factor imprevisibilidade da banda. Aliás o público veio preparado para tudo, e não pareceu de todo surpreendido e pede mais e mais. Ainda a primeira música não ia a meio e já os Black Lips tinham clientela para stage diving. Rolos de papel higiénico pelo ar fornecidos pela equipa dos Black Lips, alegria e euforia generalizada. Com um set desenhado para a loucura generalizada onde pudemos contar com os clássicos Family Tree e Modern Art quase a abrir o concerto e a deixar a sala em estado de sitio em menos de 10 minutos de concerto. Os Black Lips mantiveram do principio ao fim um ritmo elevado e poucas vezes o afrouxaram, nem mesmo com músicas menos impetuosas em termos de ritmo como Boys in The Wood ou Funny ou Stone Cold os ânimos acalmaram. Passaram pela maior parte dos êxitos e mantiveram-nos a cantar em uníssono a maioria do tempo.
A confusão generalizada que se gerou e continuou sem interrupções culminou no lábio de Jared Swilley a sangrar por um toque mais agressivo ao microfone de serviço, ou algo arremessado a partir do público. 17 ou 18 músicas depois e um público nada cansado e que sorria e pedia mais. No meio de uma troca de cumprimentos entre banda e público após o final e depois de várias vezes ter sido pedido o mergulho na multidão, Jared Swilley não conseguiu resistir à força do público que literalmente o puxou para o meio da confusão quando já se despediam. Épico, curto,duro, intenso assim foi o concerto dos Black Lips. De tal forma intenso que não poderia ser mais, de tal forma curto que não os queríamos deixar ir.
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Texto – Isabel Maria
Fotografia – Luis Sousa
Evento – Jameson Urban Routes