Backstage

Entrevista com os Dapunksportif, “Continuamos a trilhar os mesmos caminhos do Rock e seus derivados”

Os Dapunksportif editam este mês o seu quarto longa-duração, intitulado “Soundz of Squeeze’o’Phrenia”, através da Rastilho Records, seis anos depois de “Fast Changing World”, o disco anterior. Pelo meio, os músicos que compõem esta banda de rock puro e duro, surgida em Peniche nos finais de 2004, não estiveram parados, para além de continuarem a tocar ao vivo, envolveram-se também noutros projetos. Este sábado, dia 17 de fevereiro, será a vez dos Dapunksportif fazerem a apresentação oficial do novo registo, com um concerto no Sabotage Club, um dos locais de Lisboa onde o rock continua a ser rei e senhor.

Música em DX (MDX) – O novo álbum tem mais continuidade ou mais inovação?

Dapunksportif – Continuamos a trilhar os mesmos caminhos do Rock e seus derivados, no entanto, julgamos ter um estilo, e forma, característico e definido enquanto banda, mas também há inovação porque neste trabalho exploramos novos ambientes e novas sonoridades.

MDX – Depois desta pausa de seis anos – em que andaram envolvidos noutros projetos como os Lena d´Água & Rock’n’Roll Station e os Ladrões do Tempo –, o que vos motivou a regressar às edições com os Dapunksportif?

Dapunksportif – Dapunksportif é a casa mãe de todos os projetos paralelos em que nos envolvemos. Tinha chegado a altura ideal para nos concentrarmos no material que já tínhamos gravado e guardado no nosso Riff Bank. Com tanta celeuma em redor do sempre anunciado falecimento do rock, pareceu-nos ser este o momento ideal: seguir em contra mão!

MDX – De onde veio o título Soundz of Squeeze’o’Phrenia?

Dapunksportif – Este título já tem alguns aninhos, mas estava guardado para o momento ideal de sair cá para fora. Nos dias em que vivemos, tudo parece um bocado “ora maluco, ora absorto” e por vezes esquizo, como o clima instável. É o reflexo de uma sociedade em constante mutação, que se debate com novas formas de tecnologia que alteram as relações sociais, criando novos paradigmas.

MDX – O falecimento recente do Zé Pedro é referido de alguma forma no novo trabalho?

Dapunksportif – Sim, não podia deixar de ser homenageado. Temos uma pequena dedicatória no inlay do disco. Foi sempre um fã e amigo pessoal. Teve a par de tudo o que fazíamos, inclusive ouviu o disco logo que o terminámos e deu-nos os parabéns. É uma enorme perda para o rock.

MDX – Atualmente há quem diga que o rock morreu – derivado de outros géneros musicais, como o hip-hop e o R&B, serem agora mais consumidos – o que têm a dizer sobre isso e como poderá o rock voltar a ser o eixo central da cultura ocidental?

Dapunksportif – Não sabemos!!! Isto é tudo um grande negócio de muitos milhões e a indústria tem que ter lucros chorudos anualmente. São modas cíclicas. Agora é mais isto ou aquilo, para o ano já não presta e já vem outra cena qualquer. No entanto, parece-nos que existe uma certa manipulação dos dados estatísticos, basta ver como os concertos de Rock e afins estão sempre esgotados… há qualquer coisa que não bate certo!

MDX – Como analisam a nova forma de vivenciar um concerto, em que uma parte significativa das pessoas olha mais para o smartphone do que para o palco?

Dapunksportif – É o início da passagem do mundo real para o virtual… Qualquer dia quem vai aos concertos são os avatares e as pessoas ficam em casa no quentinho…!!!

MDX – O concerto de apresentação no Sabotage Club será totalmente focado no novo trabalho ou tocarão também temas dos álbuns anteriores?

Dapunksportif – Vamos ter um alinhamento com mais incidência no novo trabalho, à mistura com temas antigos. Vai ser uma hora e picos de energia rock’n’roll…!!!

MDX – O ano de 2018 terá muitos concertos dos Dapunksportif? O que é que podem já adiantar em relação à tour deste ano?

Dapunksportif – As coisas estão a correr muito bem e a agenda já está a ficar preenchida… Vamos andar a tocar, sem parar, praticamente em todos os sábados, até meio de maio. Serão 14 datas de apresentação do novo disco, um pouco por todo o país. Depois, na época alta, no verão, já temos alguns festivais de média dimensão agendados.

Entrevista – João Catarino
Fotografia (Capa) – Hugo Laje | Dapunksportif