Se há festival que dinamizou o mês de Março relativamente à composição do seu cartaz para a edição de 2018, esse foi sem qualquer dúvida o Vodafone Paredes de Coura. Neste festival à beira do rio Coura, tivemos desde o cancelar da presença da muito aguardada Bjork e confirmação quase imediata dos não menos desejados Arcade Fire, e à confirmação das presenças de Blaze, The Mystery Lights, Shame, Japanese Breakfast, Confidence Man, King Gizzard & The Lizard Wizard, Slowdive, Mark Lanegan, Dead Combo, Frankie Cosmos, Jungle, The Legendary Tigerman, Linda Martini, Keep Razors Sharp, Surma, e finalmente, no passado dia 28 de Março, Marlon Williams e Lucy Dacus. São muitas as novidades que referimos já de seguida.
Foi em 2005 que os Arcade Fire se estrearam em Portugal, num concerto na Praia Fluvial do Taboão. O acontecimento histórico, no palco principal do festival, vive até hoje na memória de todos os que o presenciaram, e no imaginário de todos os que o perderam.
Na altura, foi com Funeral que o grupo de Montreal presenteou o público com uma actuação explosiva, catártica, capaz de provocar epifanias a tantos que ali estiveram. A banda, e a visão muito própria que criou do rock alternativo, continua a fazer História com a intensidade de sempre e uma carreira repleta de prémios e músicas (que viram verdadeiros hinos) no topo das tabelas internacionais. Escreveu-se, na altura, que “não acontece assim tantas vezes, ouvir o som da história a fazer-se.” O regresso faz-se agora. 13 anos depois, a banda de Win Butler volta ao sítio onde foi feliz, e onde deixou fez tanta gente feliz: o palco principal do Vodafone Paredes de Coura. O concerto está marcado para sábado, dia 18 de Agosto.
The Blaze nasceram quando Jonathan pediu ajuda a Guillaume para criar um tema para o vídeo de um trabalho escolar. O nome foi adoptado por significar algo quente, forte, como o amor e a esperança, “algo capaz de destruir estereótipos”.
O resultado é um som hipnotizante, que se desenvolve lentamente, e que pode ser visto em “Virile”. Mantendo o impulso desencadeado pelo primeiro vídeo, os The Blaze começaram 2017 com o EP de estreia, Territory, onde seguiram o rito de iniciação para o qual nos convidaram em “Virile”. O vídeo de “Teritory” é mais uma produção surpreendente, com imagens poderosas e melodias pungentes e que incorpora a fúria de uma banda cuja habilidade de interpretação como produtora de vídeo e música não precisa de mais apresentações.
O que quer que The Blaze façam, sabemos que vale a pena ver, e a estreia em Portugal faz-se na 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
Apesar de estarem agora em Brooklyn, as raízes do psych-garage dos The Mystery Lights levam-nos até à Califórnia, onde os guitarristas Mike Brandon e Luis “L.A.” Solano formaram a banda durante os tempos de secundário. A distinta adaptação da sonoridade da era Nugget dos anos 60 foi apresentada em vários concertos até chegar a hora de lançarem “Teenage Catgirls & the Mystery Lightshow”, em 2009. Três anos mais tarde, mudaram-se para Brooklyn e recrutaram novos membros, adicionando elementos psicadélicos e espaciais à música que fazem. O primeiro álbum, homónimo, chegou em 2016, com uma impressionante e assertiva mensagem que trazem, em Agosto, até à Praia Fluvial do Taboão.
O Vodafone Paredes de Coura será também palco de fortes visões políticas, que chegam pelas mãos de Shame. Abraçando o post-punk do Sul de Londres, o quinteto surgiu em 2014, ainda durante a adolescência dos membros. Os concertos num pub em Brixton levaram a uma aparição no Pitchfork Music Festival de 2016, em Paris, e, mais tarde nesse mesmo ano, a banda lançou o primeiro single. Em 2017, seguiram-se músicas como “Visa Vulture”, um comentário sobre a posição da primeira-ministra Theresa May sobre a imigração. Também no ano passado, gravaram o álbum de estreia, “Songs of Praise”, um novo trabalho que a banda está pronta para apresentar na 26.ª edição da Vodafone Paredes de Coura.
Projecto a solo de Michelle Zauner, The Japanese Breakfast começou como um desafio de escrita durante um intervalo da banda Little Big League. O resultado foi “June”, um conjunto íntimo de melódicas composições. Depois de continuar a compor a solo, a paleta variada de sintetizadores, lo-fi e indie pop, transformou-se em “Psychopomp”, trabalho que lida com as consequências emocionais da morte da mãe de Zauner e que, segundo a própria, seria o único registo da banda. Rapidamente mudou de ideias e assinou com a Dead Oceans, abrindo os horizontes do projecto. Uma viagem que resultou em “Another Planet”, editado em 2017.
Confidence Man são um sopro de ar fresco para todos os que gostam de dançar. A banda australiana de indie dance começou a fazer ondas no Reino Unido com a força do single “Boyfriend (Repeat)”, de 2016. “Don’t You Know I’m In A Band’ foi anúncio do álbum de estreia “Confident Music for Confident People” que traz a mesma despreocupação que tanto sucesso gerou no Reino Unido. É essa despreocupação que transforma Confidence Man numa das bandas mais descontraídas da actualidade.
Farta de ouvir dizer às novas bandas o que devem ou não fazer, e empenhada em lutar contra esse estigma fazendo tudo o que lhe apetece, a banda surgiu em 2011 e começou desde logo a ficar conhecida pela prolífica discografia. Em seis anos, são 13 os álbuns lançados. O primeiro, “12 Bar Bruise”, de 2012, viu o seu sucessor surgir apenas cinco meses depois. Seguiram-se dois novos trabalhos em 2013 e, a trabalhar depressa, mais dois em 2015. No ano seguinte houve tempo para “Nonagon Infinity”, considerado pela banda o “primeiro álbum em loop do mundo” já que cada uma das faixas foi gravada para que iniciasse a seguinte. Depois do lançamento, o grupo teve tempo para estrondosas apresentações ao vivo e ainda para gravar os cinco álbuns lançados em 2017.
Mas não só de gravações vive a energia dos King Gizzard & The Lizard Wizard. As actuações poderosas fazem de cada concerto uma experiência irrepetível. É fácil ceder à excentricidade destes sete australianos como uma paixão muito peculiar pela música. Uma descarga de energia contagiante vinda directamente daqueles que são o expoente máximo do psicadelismo actual para ver, e sentir, na 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
Depois do memorável concerto de 2015, ano que marcou para sempre a história do Vodafone Paredes de Coura, Nick, Rachel, Neil, Simon e Christian voltam a pegar nas guitarras, nos baixos e na sonoridade sonhadora. Após duas décadas afastados dos estúdios de gravação, a banda volta à estrada e, desta vez, acompanhada de um novo álbum.
Os Slowdive nasceram no centro da explosão do movimento de rock alternativo shoegaze, em 1989, na cidade de Reading, Inglaterra. Com o primeiro single homónimo, a banda entrou desde logo para os tops do Reino Unido. Passados 22 anos da edição de “Pygmalion”, disco de estreia, chegaram com um novo álbum: “Slowdive” (2017), trabalho que surge como concretização natural do embalo dos concertos que junta os elementos da banda desde 2014.
Hinos como “When the Sun Hits”, “Golden Hair”, “Alison” ou os mais recentes “Star Roving” e “Sugar for the Pill”, que depressa receberam rasgados elogios da crítica especializada, para ouvir, em Agosto, na Praia Fluvial do Taboão.
Depois da intimista e singular actuação de 2012 a dupla portuguesa Dead Combo está de regresso ao palco do Vodafone Paredes de Coura. Com uma sonoridade incomparável, assente em ambientes e climas de fado, adicionando-lhe elementos de tango, flamenco e traços da música africana, sem esquecer o rock and roll, Tó Trips e Pedro Gonçalves conseguem unir universos musicais que normalmente se encontram afastados.
O regresso da banda à Praia Fluvial do Taboão faz-se com novo projecto, “Odeon Hotel”, o sexto álbum de originais que, pela primeira vez na história da banda, será editado em todo o mundo com o selo da Sony Music e com a produção a cargo de de Alain Johannes (associado a nomes fortes da indústria musical como Queens of the Stone Age e PJ Harvey). O destaque especial neste novo disco vai para Mark Lanegan, que dá voz a “I Know, I Alone”, poema de Fernando Pessoa. O cantor e compositor norte-americano vai juntar-se aos Dead Combo no palco do Vodafone Paredes de Coura, para uma participação muito especial. Ao vivo os Dead Combo, apresentam-se também com Alexandre Frazão (bateria), Gui (sopros e teclados) e António Quintino (baixo, contrabaixo e guitarras).
A menos de um mês do lançamento de “Vessel”, o novo álbum, Frankie Cosmos partilhou “Apathy”, o terceiro single do disco que tem data de lançamento marcado para o final deste mês. O projecto é liderado pela cantora e compositora Greta Kline, que começou a escrever músicas e a explorar a gravação independente quando foi apresentada a uma pequena comunidade de artistas corria o ano de 2010 e, em 2011 surgiu como Frankie Cosmos.
As curtas e melódicas músicas foram lançadas em dezenas de gravações caseiras até, em 2014, se formar uma banda completa e ser gravado o primeiro álbum de estúdio. O segundo LP, “Next Thing”, foi escrito durante a entrada da compositora na idade adulta e chegou em 2016. Com os singles conhecidos do próximo álbum, é possível ouvir uma abordagem mais colaborativa, com detalhes de cada um dos instrumentos utilizados a criarem uma coerente e exuberante peça final.
Jungle são um duo original de Londres, cuja música é descrita como uma actualização do funk e do soul dos anos 70. Liderada por dois amigos de infância, Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland (ou J e T), a banda surgiu em 2013 e, nesse mesmo ano, apresentou os primeiros hipnotizantes singles, “Platoon” e “The Heat”. Desde essa estreia que Jungle são aclamados pela crítica especializada. Ao lado de nomes como Banks, Sampha e Chance the Rapper os britânicos foram nomeados para o prémio BBC Sound de 2014. A sonoridade é uma complexa mistura, onde encontramos percussão tropical, ruídos da vida selvagem, gritos em falsete, composições psicadélicas e baixos alucinantes.
Nos frenéticos espectáculos ao vivo, a dupla transforma-se num elaborado puzzle de sete peças, já que nunca quiseram reduzir as suas actuações a temas reproduzidos através de um computador.
A passagem pela 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura marca o regresso de Jungle aos palcos. O duo, que editou o disco de estreia, “Jungle”, em 2005, ainda não confirmou um segundo álbum, mas já apresentou um novo single: “House In LA”.
Representantes do melhor da música nacional, os portugueses The Legendary Tigerman, Linda Martini, Keep Razors Sharp e Surma são as mais recentes confirmações para a 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
Diz Paulo Furtado, conhecido a solo como The Legendary Tigerman que, por vezes, para se criar algo de novo é necessário destruir as bases de tudo o que se construiu ou conheceu antes. Este desejo de sair da zona de conforto fez nascer a viagem de um homem chamado MISFIT, que se dirige de Los Angeles a Death Valley, com o intuito de se perder (ou encontrar) no deserto. Em Maio de 2016, Paulo Furtado fez essa viagem e, durante todos os dias, escreveu uma nova entrada no (falso, ou não tão falso) diário desse homem. Entradas que viraram canções directamente influenciadas pelo deserto, pelo calor, pelo sofrimento e prazer da viagem. Depois de regressar, tentou definir o som que teria este disco e encontrou-o ao voltar ao deserto, em Dezembro, por mais doze dias passados entre o Rancho de La Luna, o Joshua Tree Sallon e o Pappy and Harriets. O sucessor de “True” é um ponto de viragem no percurso do alter ego de Paulo Furtado, já que, pela primeira vez, abandona o formato de one man band e conta com a participação de Paulo Segadães na bateria e João Cabrita no saxofone barítono, aos quais se junta o contributo do baixo de Filipe Rocha. The Legendary Tigerman chega à Praia Fluvial do Taboão orgulhoso e apaixonado pelo novo disco e com o desejo de passar essa paixão ao público.
Também de regresso ao festival, e com disco novo, estão os Linda Martini. Gravado na Catalunha entre Outubro e Novembro de 2017, o quinto e homónimo longa duração da banda chega depois de “Sirumba” (2016), álbum aclamado pelo público e crítica. O novo disco, “LINDA MARTINI” traz à memória “Casa Ocupada” pela sua urgência e descontrolo, mas revela um equilíbrio cada vez maior desses elementos com o ritmo, a melancolia e o intimismo do seu antecessor. Os Linda Martini de hoje são uma mistura de sons que ainda assim nunca soa a outra coisa que não eles e chegam, sem medos, à 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
Afonso (Sean Riley & The Slowriders), Rai (The Poppers), Bráulio (ex-Capitão Fantasma) e Bibi (Pernas de Alicate, entre outros) surgiram em 2014 com uma sonoridade entre o psicadelismo, o shoegaze e o pós-rock. Após o sucesso do álbum de estreia os Keep Razors Sharp regressam com “Always And Forever”, o single que antecipa o próximo disco. Defensores do rock and roll, a chegam à Praia Fluvial do Taboão para apresentar o novo registo, que mantém o seu característico “psicadelismo” e “guitarras sonantes” e os afirma com uma das de maiores bandas de amplificação nacional.
Inspirada no silêncio e rodeada de teclas, samplers, cordas, vozes e loop stations, Surma leva-nos para paragens mais ou menos incertas, com paisagens desconhecidas. O disco de estreia, “Antwerpen”, lançado no final de 2017 figurou na maioria das listas de melhores do ano, correu dez países em digressão e foi nomeado melhor disco independente europeu do ano pela Associação Europeia de Editoras Independentes, ao lado de nomes como The XX, Ibeyi, King Krule, ou Fever Ray. Sonoridades que vão do jazz ao post-rock, da electrónica ao noise numa viagem à qual nos poderemos juntar em Agosto, no palco do Vodafone Paredes de Coura.
O versátil Marlon Williams e a jovem artista Lucy Dacus juntam-se ao cartaz do Vodafone Paredes de Coura, de regresso à Praia Fluvial do Taboão de 15 a 18 de Agosto.
Da Nova Zelândia chega Marlon Williams e as suas sonoridades country, soul, folk e pop, em temas carregados de narrativas rodeadas por atmosferas indie. Em “Make Way for Love”, o mais recente álbum, Marlon Williams canta de coração partido. Nos onze temas, o compositor descreve o fim de uma relação amorosa e todos os sentimentos que daí surgem. Uma viagem na qual navega por diferentes emoções, desde o desejo em “Come to Me”, à vingança em “I Didn’t Make a Plan” passando pela saudade em “Can I Call You?”, até chegar à aceitação em “Nobody Gets What They Want Anymore”. O desamor por uma das vozes mais extraordinárias e distintas da sua geração, para ouvir no Vodafone Paredes de Coura.
Lucy Dacus iniciou o percurso profissional como estudante de cinema na Universidade Commonwealth de Virginia, mas rapidamente passou para o universo musical. Aclamada pela crítica especializada, a cantora e também compositora foi considerada uma das vozes mais promissoras da música rock. Dois anos após o seu álbum de estreia, “No Burden” (2016), regressa com “Historian” (2018), uma assertiva declaração de intenção. Ao longo das dez faixas, a jovem norte-americana assume o total controlo de todo o seu poder. “Historian” é um disco carregado de objectivos alcançados, emocionantes declarações e momentos de paz que foram dificilmente conquistados, tudo isto em temas que estão destinados a ficarem na memória do público.
Pela 26.ª edição do Vodafone Paredes de Coura vão também passar os já confirmados Arcade Fire, Fleet Foxes, Skepta, Jungle, King Gizzard & The Lizard Wizard, Slowdive, The Blaze, Big Thief, … And You Will Know Us By The Trail Of Dead, Curtis Harding, Shame, The Mystery Lights, Dead Combo, Japanese Breakfast, Confidence Man, Frankie Cosmos, The Legendary Tigerman, Linda Martini, Keep Razors Sharp e Surma.
Os passes gerais para o festival podem ser adquiridos no site oficial e ainda em bol.pt, Ticketea e locais habituais (FNAC, CTT, El Corte Inglés,…) pelo preço de 100€, com campismo incluído (limitado ao espaço existente). Está também disponível o travel package da Festicket que inclui, para além do passe geral, outras opções de alojamento durante os dias do Vodafone Paredes de Coura.
Os passes gerais também podem ser adquiridos na APP oficial do festival, com um desconto de 20% exclusivo para clientes Vodafone (stock limitado).
+info em paredesdecoura.com .
Promotor – Ritmos Lda.