28 concertos, novos palcos, um país convidado (Áustria), mais áreas temáticas nas Conferências PRO, um Projecto de Criação, Talks, Residências Artísticas e City Showcases compõem o cartaz da 5.ª edição do Westway LAB Guimarães e Europa fundem-se em 4 dias de inovação e afirmação musical.
De 11 a 14 de Abril, Guimarães emite uma frequência sonora peculiar. Peculiar na originalidade e na surpresa. Peculiar na independência e na agregação de géneros e estilos. Peculiar na inovação, artística e do conhecimento. Na maior e mais ambiciosa edição do Westway LAB, haverá um país convidado (Áustria), novos palcos, mais áreas temáticas nas conferências PRO (Westway PRO, WHY Portugal, INES), um projecto de criação, city showcases, residências artísticas, talks e muitos concertos. 28 no total.
Ao longo de quatro dias, promove-se um encontro surpreendente de público, artistas e figuras de relevo da indústria musical nacional e internacional. Tendo o Centro Cultural Vila Flor como base de operações, o festival irá alastrar-se para diversos locais da cidade, passando por espaços culturais históricos e cosmopolitas, bem como bares e restaurantes. A maioria dos concertos é de fruição gratuita e os passes para os restantes já se encontram à venda.
O festival irá contaminar vários locais da cidade, como o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), o Paço dos Duques de Bragança e seis espaços comerciais que se associaram ao evento. Sem esquecer o Centro de Criação de Candoso (CCC) onde, aliás, tudo começa cerca de uma semana antes do contacto com o público.
De 02 a 10 de abril, este espaço (CCC) dedicado à criação irá ser vivido pelos Cari Cari, O Gajo, Ana, Perkins Sisters (Sparky In The Clouds), Vita, :papercutz, Laure Briard e Mister Roland, artistas de diversas nacionalidades e experiências culturais que pisam o palco do Café Concerto do CCVF nos dias 11 e 12 para revelar, em showcases surpreendentes e irrepetíveis, o trabalho desenvolvido nesta intensa estadia em Candoso.
Estas duas noites encerram com catuações dos Dope Calypso, banda de enorme vitalidade proveniente de Budapeste, e de Bowrain, compositor, pianista e produtor esloveno que traz calma aos dias agitados, traz paz aos tempos de caos, traz serenidade à angústia que nos consome.
O dia 13 de Abril traz novos palcos ao festival, com concertos que preenchem a tarde e a noite vimaranense. Às 17h00, a Black Box do CIAJG dá lugar ao WHY Portugal Stage: a Associação WHY Portugal, cumprindo com a sua missão de fomento de internacionalização da música portuguesa, apresenta quatro projectos portugueses – Moonshiners, Isaura, OMIRI e Stereossauro – aos profissionais estrangeiros no Westway.
A noite é dedicada à Áustria, país convidado, em foco nesta edição do festival. Às 20h00, o Paço dos Duques de Bragança serve de magnífico cenário para a Austrian Reception, um momento de networking com a presença de representantes da indústria, media e artistas daquele país. Esta ligação ocorrerá também em sentido inverso, com Portugal a ser o país em destaque no Waves Vienna 2018.
Às 21h45, o Café Concerto do CCVF recebe Cari Cari, duo austríaco composto pela envolvente e misteriosa multinstrumentista Stephanie Widmer e pelo carismático baixista Alexander Köck (também envolvidos nas residências artísticas). Às 22h30, o caminho da música leva-nos até ao palco do Grande Auditório do CCVF, para ouvirmos Avec que, com voz e alma delicada, se afirma como uma estrela austríaca em ascensão.
Pelo meio dos concertos dedicados ao país convidado, às 23h15 o Pequeno Auditório do CCVF recebe um projecto de criação comissariado pelo Westway LAB. Desenvolvido por músicos portugueses, Lobos de Barro é o encontro singular de Valter Lobo com André Barros, cujo resultado será revelado neste concerto, com direito a edição e circulação futura.
A Áustria regressa ao palco do Grande Auditório do CCVF, pela meia-noite, com Molly – uma banda que tem a capacidade de atingir o nervo do tempo e deixar o público extasiado, tantas são as camadas com que revestem a sua música – e termina no Café Concerto com MOSTSA. Em tournée pela Europa, o músico chega agora ao Westway LAB.
Com a propagação da música a atingir amplitudes geográficas (e de estilo) cada vez maiores, o festival chega ao seu último dia com 13 concertos ainda no bolso. São 8 os City Showcases que irão converter a cidade num grande palco internacional, tomado por artistas e público, que se interligam pela magia da música. Gobi Bear, Daily Misconceptions, Joana Guerra, Time For T, Elizabete Balcus, Nery, Vita and The Woolf e Mathilda actuarão entre as 15h00 e as 18h30 no Convívio Associação Cultural, no CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura), no All Guimarães e no Bar da Ramada. Esta iniciativa reafirma a abertura, inclusão e participação no evento de cada vez mais artistas, público e outros intervenientes culturais na cidade.
Na última noite do festival, a música alastra-se por todas as salas do CCVF numa grande celebração. Às 21h45, o Pequeno Auditório recebe os portugueses Dear Telephone, que trarão com eles as músicas do último trabalho, “Cut”.
Chegadas as 22h30, é tempo de dar o palco do Grande Auditório aos Leyya, duo austríaco de electrónica pop, de quem se espera um concerto cativante com músicas que, sem perderem profundidade, são impossíveis de deixar os corpos inertes. A sonoridade dos Leyya, que chegam ao festival com novo projecto lançado no início deste ano, parte da premissa dos opostos como caos vs. rotina, homem vs. mulher, arte vs. pop para criar um ambiente estranho mas, ao mesmo tempo, familiar, esférico e fluído mas também violento e impulsivo.
Às 23h15, são os Toulouse que assumem o palco, desta vez no Café Concerto. A tocarem em casa, deixarão marca no festival com um concerto cheio de força e energia ao som das músicas de “Yuhng”, o seu primeiro álbum.
O penúltimo concerto deste Westway LAB chega na hora certa (00h00) com Manel Cruz a aterrar no palco do Grande Auditório do CCVF. Se lhe é atribuído o cunho de ser um dos mais naturais contadores de estórias, também detém a patente de fazer das tripas coração desde o início da sua carreira, já desde os tempos de Ornatos Violeta e de quando o seu nome saía naturalmente das bocas do mundo. Foram várias as paragens que se foi obrigando a fazer para assentar os pés e calcar a terra.
Pluto, Super Nada, Foge Foge Bandido e Estação de Serviço foram alguns dos projectos em que nos foi mostrando recortes, vozes e memórias da viagem. Não é certo qual será a próxima estação em que Manel Cruz sairá. Mas sabemos, ainda assim, que será uma inesquecível. Lança em 2018 novo álbum de originais em nome próprio. Por agora, podemos ouvi-lo no Westway LAB.
O festival acaba em clima de festa, no Café Concerto do CCVF, com o japonês Stereociti, nome incontornável do universo electrónico, amplamente aclamado tanto pelos fãs de música de dança como pelos críticos, sendo já considerado um marco neste género musical pela amálgama de influências que consegue reunir com profunda mestria. É desta forma, em espírito festivo, que encerra a 5.ª edição do Westway LAB.
O programa de Conferências PRO desenrola-se ao longo dos 4 dias do evento. O Westway PRO nasceu há 5 anos com a primeira edição do Westway LAB Festival. Na altura, as suas conferências, co-organizadas em parceria com a AMAEI – Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes, afirmaram este evento como a mais pequena conferência profissional de música da Europa – mas sempre com excelentes oradores como Peter Jenner, keynote speaker da primeira edição.
Este ano, o festival traz a Guimarães Peter Smidt, fundador do Eurosonic. Contudo, as conferências não ficam por aí, triplicando-se no Palácio Vila Flor em 3 salas temáticas: Westway PRO, WHY Portugal Event e INES Sessions, esta última fruto da recém criada INES – Innovation Network of European Showcases, uma nova rede de cooperação originada por oito parceiros europeus, entre os quais o Westway LAB Festival, para potenciar a descoberta de artistas e o desenvolvimento da indústria da música.
A juntar às Conferências PRO, a 11 e 12 de Abril o festival promove, em locais emblemáticos da cidade, as já habituais Talks no Cor de Tangerina e no Tio Júlio (sempre às 18h30), momentos em que os artistas em residência, depois de uma jornada de trabalho no Centro de Criação de Candoso (CCC), se abrem à conversa com o público e profissionais da área musical para testemunhar a importância de criar em Guimarães e trocar ideias sobre a experiência.
Anuncia-se, assim, a 5.ª edição do Westway LAB. O crescimento, que tem sido contínuo ano após ano, é, nas palavras do seu director artístico (Rui Torrinha), “o resultado de uma evolução natural, estruturada e comandada por uma visão criativa sem precedentes. Mas também fruto de uma rede de parceiros nacionais e internacionais, que têm acreditado e investido no projecto sem reservas”. Hoje, o festival é cada vez mais um corpo vivo instalado na cidade, constituído por um público transversal e artistas locais, que acolhem e trabalham com as comitivas nacionais e internacionais, confirmando o Westway LAB como fonte de conhecimento e experiência inesgotáveis.
Rui Torrinha atesta ainda sobre o festival: “O factor surpresa, a descoberta, o intercâmbio, o empoderamento artístico, o cosmopolitismo e o lugar ao sonho, cabem neste território de criação e fruição chamado Westway LAB. E cabe aqui também o enorme magnetismo gerado pelos vários momentos singulares, que possibilitam regressos ou novos caminhos conjuntos. Afinal, a criação é o grande motor do mundo.”
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Fotografia – Westway LAB, Mais Guimarães, Peter Smidt