O aniversário do Sabotage Club tem sido pródigo em surpresas. O ano de 2018, em que se celebram os 5 anos cheios de concertos e dj set’s imparáveis, nunca poderia ser diferente. Se ainda não sabem quando é, se ainda não marcaram no calendário, ou se já tem planos…pensem bem nisto; Xinobi, Jiboia, Talea Jacta, KVB e Electric Moon. Aproveitámos este momento de antecipação para entrevistar os Electric Moon, que nos visitaram em 2015, no mui saudoso Reverence Valada e regressam agora para esta fantástica festa. De lá até ao momento actual os Electric Moon apenas cresceram, tornaram-se maiores que o seu próprio nome e continuaram a lançar álbuns de estúdio e concertos ao vivo com qualidades que não se medem ou quantificam realmente. Adicionalmente a toda este festival de coisas muito boas há que acrescentar que vamos ter entre nós a formação original dos Electric Moon pois Pablo Canaveral está de volta!! Esta entrevista é um pequeno pormenor, um pequeno apontamento a esta banda que tanto tem para oferecer ao seu público e isto apenas desvenda um pouco da sua mística. O verdadeiro e o real momento é aquele em que nos encontraremos no mesmo espaço que toda a sua música, no dia 5 de Maio, no Sabotage Club!
Música em DX – Gostaríamos de saber como foi a génese dos Electric Moon, como se conheceram e começaram a tocar juntos. Podem partilhar a vossa história com os nossos leitores?
Lulu Neudeck (Komet Lulu) – Fundámos a banda no final de 2009 quando o Pablo Canaveral, eu e o Sula nos encontrámos no Amöbenklangraum, que é o estúdio do Sula. Decidimos simplesmente improvisar, pelo puro prazer de tocar. Mas o que aconteceu foi surreal; foi como se nos tivéssemos fundido musicalmente num só ser. O que gravámos soou tão bem que se tornou o nosso primeiro álbum, Lunatics. De qualquer forma foi um inicio rápido e espontâneo.
MDX – Qual é a história por detrás do nome da banda?
Lulu – Electric Moon era o meu antigo endereço de e-mail e nós gostámos deste nome e tornámo-lo o nome da banda. Ou seja, já tínhamos um endereço de e-mail antes mesmo da banda existir.
MDX – Como é o vosso processo de criação? Preferem improvisar até chegar ao que pretendem ou algum de vós compõe inicialmente?
Pablo Canaveral – Ambas as coisas e muito mais. São três ideias que se surgem e se fundem para que algo maravilhoso aconteça.
MDX – Ouvimos quase tudo o que lançaram desde 2010. Lançaram quase tantos àlbuns de estúdio como performances ao vivo. Mas os vossos concertos são quase como uma experiência irrepetivél, como fazem para escolher que concertos gravar?
Dave Schmidt (Sula Bassana) – Somos uma banda que está quase sempre a improvisar. Assim, os concertos podem sair fantásticos ou nem por isso e dependem um pouco do quão inspirados estamos. Também dependemos de algumas influências externas… Quando gravamos um concerto e gostamos daquilo que fizemos sentimos que temos de o partilhar e é por isso que o fazemos.
https://www.youtube.com/watch?v=0zlT_KBoK8w
MDX – O vosso último albúm de estúdio, Stardust Rituals, saiu no passado ano, e perguntar se já teriam algo novo em mente poderia parecer precipitado..mas depois olhamos para a vossa profícua discografia. Já estão a trabalhar em coisas novas?
Dave – Isso depende um pouco do quão rápido podemos começar e terminar as novas gravações. Não é algo que conseguimos realmente planear, mas vamos tentar gravar coisas novas em breve.
MDX – Durante o vosso percurso quais foram os maiores desafios que enfrentaram enquanto banda?
Pablo – Essa é uma questão complicada…mas creio que para mim foi quando tive de deixar a banda em 2010.
Dave – Sim isso foi de facto dificil. E também algumas tours terem sido muito longas.
MDX – Como é que se posicionam, neste momento em relação ao que já fizeram e ao que estão a fazer neste momento? Há quem fale em kraut rock, há quem fale em prog rock ou space rock… o que pensam disto?
Pablo – Psychedelic Space Kräutertee.
Dave – Ahahahah!, nada mau!!, mas resumidamente nós normalmente chamamos-lhe Acid rock.
MDX – Habitualmente quem trata do design das vossas capas? Aparentemente não é apenas uma capa…
Dave – Normalmente quem trata de todo o design das nossas capas é a Lulu ( Lulu Artwork). o design do split com os Glowsun foi feito pelo Johan Jacob dos Glowsun. As pinturas para o álbum Doomsday machine e para o LP Innside/Outside foram pintadas pelo pai da Lulu, Ulla Papel.
https://www.youtube.com/watch?v=4hQBR6moE-8
MDX – Ainda sobre o design e a inspiração, os Electric Moon parecem unidos de forma espiritual e isso de certa forma perpassa nos vossos trabalhos. É intencional e premeditado ou simplesmente acontece?
Lulu – Ambos!
MDX – Que músicos ou bandas consideram ser os vossos clássicos de sempre?
Dave – Pink Floyd, Tangerine Dream, Hawkwind, Far Out, Can, Amon Düül 2, Man, The Collectors, Gong…são tantos que acho que a lista é interminavél.
Pablo – The Who, Led Zeppelin, The Gun Club, Neil Young…
Dave – Ahh sim, Neil Young!
MDX – Qual foi o concerto mais memoravél que deram?
Pablo – O nosso primeiro concerto no Duna Jam…Todo o amor do mundo para a Lulu e o Dave, o Volker e o Martin!
Dave – Sim, isso foi verdadeiramente mágico! Começámos a tocar quando a lua apareceu no horizonte e só acabámos quando o sol nasceu!
MDX – Se tivessem uma máquina do tempo que concerto gostariam de ver ou quem gostariam de tocar?
Dave – Eu gostaria de ver os Pink Floyd, os Hawkwind e os Soft Machine mesmo no início. Ou os Gong. De certeza que quereria ver o Jimi Hendrix a tocar ao vivo… o Eric Bourdon ou os Cream ou experimentar um ácido em São Francisco no final dos anos 60…
Pablo – Eu gostaria de assistir às gravações do Live at Pompeii dos Pink Floyd.
MDX – Tocaram no Reverence Valada em 2015 e agora vão regressar a Portugal no próximo dia 5 de Maio para tocar no aniversário do Sabotage Club…
Dave – Sim! Vamos com Talea Jacta no 5º Aniversário do Sabotage Club. É uma honra para todos nós. Estamos mesmo muito ansiosos por esta viagem!
MDX – Conhecem algumas bandas portuguesas?
Dave – Sim, conhecemos algumas! Saturnia, 10000 Russos, Talea Jacta e Black Bombaim!
MDX – Qual foi a última música que ouviram?
Pablo – Cut, do álbum I Could Live in Hope dos Low.
Dave – O quarto albúm dos Ufo Över Lappland, que vai sair em pela Sulatron Records!! Uma cena completamente adictiva…
Lulu – Life Song dos Black Angels!
MDX – Obrigada por toda a vossa disponibilidade! Vêmo-nos no Sabotage Club!
Entrevista – Isabel Maria