A iniciativa da passada sexta-feira, 13 de abril, que uniu mais de 300 artistas e agentes culturais de norte a sul do país com o objetivo de dar a conhecer ao público o verdadeiro impacto da reposição do IVA da cultura nos 6%, foi um sucesso sem precedentes. O número de bilhetes adquiridos ao longo das 24 horas de adesão triplicou, mostrando que há uma enorme vontade do público português de consumir mais cultura. Os bilhetes foram vendidos como se o IVA fosse a 6%, tendo os envolvidos assumido a diferença do preço.
Esta iniciativa visa a reposição do IVA da Cultura nos 6%. O acesso à cultura é um direito constitucional, pelo que o Estado o deve garantir a todos os portugueses.
É de conhecimento público que as políticas culturais desenvolvidas em Portugal não têm atingindo os seus objetivos. Os últimos números conhecidos do sector pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), em 2016, revelam que, nesse ano, foram vendidos em Portugal apenas 4,9 milhões de bilhetes para espetáculos ao vivo, o que significa que cada português só compra um bilhete de dois em dois anos. Estes dados podem ser facilmente justificados pelo facto de Portugal ter o 5.º IVA de bilhetes de espetáculos ao vivo mais alto da Europa, ao mesmo tempo que tem um dos mais baixos poder de compra, entre os 28 estados-membros.
A Petição Pública da reposição do IVA dos espetáculos nos 6%, lançada pela APEFE (Associação de Promotores, Espetáculos, Festivais e Eventos), na passada semana já conta com mais de 5000 assinaturas, estando pronta a ser entregue e debatida na Assembleia da República.
A APEFE solicitou igualmente uma reunião com o Primeiro Ministro.
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