O Festival A Porta não pára de abrir caminho para a semana de 16 a 24 de Junho, na cidade de Leiria. O festival propõe uma verdadeira experiência multidisciplinar na cidade do Lis que envolve a comunidade, é intergeracional, inclusiva e se ativa em vários espaços e lugares carismáticos da cidade. Depois de confirmados Dead Combo, Bonga, Conan Osiris, The Parkinsons, Memória de Peixe, Filho da Mãe, Marco Franco, Emperor X, Nice Weather for Ducks, FUGLY, Primeira Dama, Urso Bardo, Blue Crime e Lovers & Lollypops Soundsystem, juntam-se agora à festa mais 14 nomes musicais.
Os leirienses First Breath After Coma com convidados especiais, os espanhóis Mohama Saz, e os portugueses Miami Flu, Ricardo Martins, G Combo, Jibóia, Cosmic Mass, Debut, After 3000 e KOYAANISQATSI. A festa fica assegurada por DJ Quesadilla, DJ Tu Escolhes Eu Meto, Paulo Cunha Martins apresenta Rádio Popular e Casota Collective DJ set . O festival apresenta também a Casa Plástica, secção de artes visuais, que em 2018 se organiza sob o tema “Esta casa já deu luz”, uma exposição colectiva com vários artistas visuais, um programa de performance, e um serviço educativo com workshops e visitas guiadas. Finalmente e à semelhança de anos anteriores, há 4 jantares temáticos com sabores do mundo e sobremesas musicais, em várias casas particulares de Leiria.
CASA PLÁSTICA
A Casa Plástica é a grande exposição colectiva de artes visuais do Festival A Porta. De 16 a 24 de Junho, a exposição “Esta casa já deu luz” ocupa um espaço novo, o Antigo Edifício da EDP ao Jardim Vala Real. Fotografias que levam aos palcos barulhentos de concertos, esculturas de cera com pavios escondidos, palcos de luz ou memórias de um espaço que um dia foi o escritório de uma central de distribuição eléctrica. Os trabalhos reunidos em “Esta casa já deu luz” são ensaios para abordar a luz como ponto de partida e chegada. A exposição inclui trabalhos de dezenas de artistas visuais como Francisca Veiga, Luísa Passos, tem a colaboração curatorial da Electricidade Estética, bem como um amplo programa de performances de artistas como Tiago Gandra ou Diana Pinto, e ainda um serviço educativo dirigido às escolas com workshops de cinema e desenho e visitas guiadas.
FIRST BREATH AFTER COMA nomeados pela Associação Europeia de Editoras Independentes para melhor disco europeu lançado em 2016; passagens por Paredes de Coura, Reeperbahn, Eurosonic ou Primavera Sound; salas cheias em Leiria, Porto, Coimbra e Lisboa. Não haverá melhor resumo para o caso sério de ascensão e afirmação dos leirienses First Breath After Coma. Com dois álbuns, aclamação crítica e um follow impressionante país e continente europeu fora, a música da banda situa-se no interstício pós-rock com o formato canção, naquele lugar em que um sopro se confunde com um arrepio. “Drifter” é exemplo disso mesmo: música meticulosa feita em laboratório, emoção que suspende o tempo e nos deixa a planar, e proposta simultânea de voo e lucidez com pés no chão. Na Porta, a banda tem honras de palco na histórica Vila Portella, e para tal, concebe um espectáculo total tendo como convidados um Quinteto de Sopros, o Coro Juvenil de Alintém e a Escola de Dança Clara Leão.
MOHAMA SAZ são quatro suspeitos do costume da cena musical madrilena que fazem um cocktail de rock psicadélico da Anatólia, com infusão de sons do oriente e free jazz norte-americano. Com os álbuns “More Iran” (2015) e “Negro Es El Poder” (2017) apontaram a sua música para o eterno Mediterrâneo, para criar canções banhadas pelo mar, inebriadas pela magia Tuareg, as cores árabes e o flamenco duende. É música sem fronteiras, experiência sensorial de aromas e sabores, ritmos para dança e ponte entre rocks progressivo e antigo.
MIAMI FLU é a nova banda de Pedro Ledo e Tiago Sales, metade dos benditos Lululemon, num encontro com Rui Martins e Tiago Campos. Pedro Ledo não larga a sua guitarra Surf Green e empresta a sua voz a canções carregadas de ansiolíticos. É música minada por psicadelismo anos 70 e por videogames anos 80. A música de Miami Flu tem a glória do Super Mário, o heroísmo do Street Fighter e a onda cool e relaxada do surf rock. Ei-los agora em Leiria, diretamente de Vale do Cambra, para uma dose de “Too Much Flu Will Kill You”.
RICARDO MARTINS não é um baterista convencional. Ele é a bateria de Adorno, Lobster, Cangarra, mas também de Jibóia, e na sua história guarda-se uma Tormenta gravada a meias com Filho da Mãe. Podíamos poupar-lhe o elogio, mas Ricardo Martins é um animal de palco, artista livre e um poeta na composição de canções para a bateria. Em 2016, colocou-se um desafio: um disco a solo de bateria. E assim foi, uma canção nova todos os meses. De “Janeiro” até “Dezembro”, 12 meses, 12 canções. Do samba ao subterrâneo, transe, tribalismo e minimalismo, desconstrução e suspensão jazz, a viagem bate no limite da imaginação, pois o horizonte é uma linha aberta para um dos músicos e performers mais generosos de toda uma geração da música portuguesa.
G COMBO são ritmos latinos, dub e rumba, uma banda ao vivo e um soundsystem. São o cruzamento da modernidade com a tradição e festa garantida. G Combo é o resultado do encontro de Owem-G (voz e guitarra), Joel Pinto (saxofone e voz) e João Maia (percussão), em Lisboa, no inicio de 2015. São cheiros e cores de diferentes culturas: Cuba, Colômbia, Brasil, Jamaica e Espanha, tudo junto para formar um circo contagiante onde se dançam e se celebram os cruzamentos de uma festa.
JIBÓIA trocou tantas vezes de pele quanto é fisicamente possível a um réptil mundano. Metamorfoseando-se do 8bit até ao detalhe sónico do dub, de algoritmos arábicos até aromas indianos, de ritmos ternários dos trópicos africanos até às suas expressões latinas. Em 2016, chegou à sua maior e melhor forma com a edição de “Masala”, o seu registo mais negro, lânguido e enigmático. Depois, o tapete voador de Óscar Silva levou-o a novas alturas e deu-lhe escamas duras, em conjunto com os prodígios de Ricardo Martins e Jonathan Saldanha (HHY). Em Leiria, aguarde-se ritual de encantar cobras, chamuças dançantes, pés a saltar do chão, canções psicadélicas com nomes de cidades do mundo e outros temas a serem editados brevemente em novo álbum.
COSMIC MASS, de Aveiro, são um quarteto de stoner rock inspirado na década psicadélica de 60. Nos seus concertos concentram-se em criar uma sonoridade construída à volta de riffs pesados e melodias hipnotizantes cheias de fuzz. A experiência é direta, poderosa, frenética e sem rodeios e transpira influências de King Gizzard & The Lizzard Wizard, com toques de Syd Barret e garage-rock.
DEBUT foram forjados no Barreiro em 2004. Rock visceral de tensão punk com imprevisibilidade no jogo de tempos, desconstrução e reencontro em harmonia numa fração de segundos. Editaram pela saudosa Merzbau o EP “Stop Complaining, Music is Dead” e um Split CD com os Lobster e fizeram uma pausa de 10 anos. Agora ressuscitados, pisam terras surpreendentemente dançáveis como quem carrega um baile da new wave nova iorquina às costas e induzem ondulações cósmicas dominadas por poliritmias e rifagens cortantes.
AFTA 3000 é o trabalho musical do designer e artista multidisciplinar André Santos. Entusiasta do midi hardcore, a sua música flutua em liberdade entre o space jazz e a electrónica, e propõe um mundo de colagem, quebra, glitch e desconstrução. Não dá para não pensar em futuro quando entramos nesta e fusão de electrónica com hiphop, funky, baixos manhosos, rhodes clássicos e o diabo a 4. Obrigatório é Leiria desvendar esses caminhos, e saber onde AFTA 3000 nos leva a seguir.
KOYAANISQATSI quer dizer “a vida em desequilíbrio”, em vocabulário HOPI. A banda de Leiria faz a sua primeira aparição pública na edição 2018, do Festival A Porta. Trio pós-rock que procura nas canções outro modo de viver. São linhas de guitarra viajantes, repletas de influências e muito desejo de se fazer ouvir.
Para fazer a festa, o festival propõe um conjunto de DJ sets estrelados por: DJ QUESADILLA, o encantador de serpentes, um mariachi sedutor, um Kenny Rogers a cavalo, um Tom Selleck mergulhador, uma volta ao mundo em vinil raro e rico. É o Fábio Costa, o homem do boné, um incendiário nacional e internacional de pistas, um troll, um querido e uma festa garantida; DJ TU ESCOLHES EU METO, isto é o Sr. Capitão, designer, festeiro e agitador cultural leiriense, João Rino que mete música como o seu nome de serviço – discos pedidos, silêncio proibido, o público é que manda; PAULO CUNHA MARTINS apresenta RÁDIO POPULAR, um convívio com a mais fina seleção de música Portuguesa para miúdos, graúdos e todos os cépticos no meio. Música para juntar à festa e dançar com uma Rádio Popular 100% vinil e um microfone com efeitos; e finalmente, o CASOTA COLLECTIVE DJ SET é o colectivo atual mais criativo de Leiria. Autores da imagem do Festival A Porta, imaginem agora a companhia de dança em fatos zentai pretos e modo-karaoke a polvilhar o éter com as suas músicas preferidas.
JANTARES TEMÁTICOS
Os Jantares Temáticos do Festival A Porta já se tornaram imagem de marca do festival. 4 jantares com sabores do mundo e com direito a sobremesa musica. Os convivas reúnem-se em casas privadas e celebram um encontro às cegas, fazem novos amigos, conhecem música e aproximam-se da generosidade e diversidade dos 1001 mundos e comunidades que vivem na cidade. Dias 18 e 19 de junho, a Porta convida a 4 jantares com lotação limitada em 4 casas diferentes. O jantar francês e nepalês ( dia 18), e jantar mexicano e japonês ( dia 19). As sobremesas musicais serão anunciadas brevemente.
O Festival A Porta revela o melhor de Leiria, propondo vários roteiros culturais com artistas locais, nacionais e internacionais, fortalecendo a inclusão de diversas comunidades e experiências, numa verdadeira plataforma intergeracional e multidisciplinar. De 16 a 24 de Junho, Leiria recebe música, exposições, jantares temáticos, arte nas ruas e atividades infantojuvenis. Meia Dúzia e Meia de Gatos Pingados, o coletivo que põe de pé o festival, promete ainda mais novidades e o fechar do cartaz no decorrer das próximas semanas.
+info em www.festivalaporta.pt