Niki Moss é o alter-ego de Miguel Vilhena, músico multi-instrumentista, fundador da editora Pontiaq, vocalista da banda Savanna e produtor de um punhado de bandas portuguesas. A partir de agora, podemos conhecer também o seu trabalho individual.
Niki Moss anuncia o seu disco de estreia com o single “Soylent Green” e promete dar-nos a conhecer a sua colecção de trabalhos compostos, produzidos, gravados e misturados exclusivamente pela sua mão num exercício solitário. Quanto à origem do nome, os aficionados do desporto motorizado estarão aptos para a tentar desvendar.
“Soylent Green” é o primeiro impacto do álbum que se avizinha e introduz-nos à arquitectura textural do disco de estreia de Niki Moss que verá a luz após o Verão. Em “Soylent Green“, os contrastes sónicos são evidentes já que podemos escutar uma multiplicidade de ambiências na estrutura deste single. Versos melancólicos culminam em refrões explosivos que sofrem metamorfoses acutilantes. O universo analógico convive com um futurismo vincado de distorções refinadas e arranjos obsessivamente detalhados que desvendam uma estética fora do comum.
O filme para o tema “Soylent Green” é uma incursão a um mundo paralelo de criaturas geométricas, sentimentais e miseráveis cujos movimentos estão matematicamente dependentes do som. De feições simétricas e com um estranho sex appeal, vão ao longo do filme desabafando por entre gradients aquilo que lhes vai nas layers mais profundas. O cansaço que o groove lhes causa contrasta com o vigor incessante das máquinas, confirmando a evidente necessidade de nos convertermos todos em autómatos individualistas. O vídeo é da autoria da Raquete Studio (Sílvio Teixeira e Afonso Gonsalves).
“Soylent Green is people” é a frase que o cinema imortalizou e este tema fala-nos efectivamente sobre pessoas e das suas desavenças. É uma canção sobre desilusões, expectativas e oportunismo.
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Fotografia – Niki Moss
