O Rama em Flor é um festival comunitário que se compromete a celebrar os feminismos e a cultura queer, através de uma programação transdisciplinar, heterogénea e inclusiva. A 2.ª edição do festival ocorre entre 27 de Junho e 1 de Julho na Galeria Zé dos Bois, Trienal de Arquitectura de Lisboa, Damas, Lounge, Museu do Aljube, UMAR, FBAUL.
A festa de enceramento do Rama em Flor na Trienal de Arquitectura de Lisboa, dia 30 de Julho, traz, em parceria com a Galeria Zé dos Bois e a Brave, The Raincoats, Vaiapraia e As Rainhas do Baile, Caroline Lethô (live), Deena Abdelwahed, Candy Diaz e Intera Collective (DJ Set).
The Raincoats pertencem ao plano das lendas de culto. Apesar de, inicialmente, terem passado despercebidas, o tempo permitiu que o mundo acordasse e as The Raincoats viram-se elevadas à condição de musas inspiradoras de pessoas não conformadas, que vêem guitarras e violinos, baterias e microfones como ferramentas de uma urgente expressão e que entendem que o ruído pode ser outra medida para a beleza.
Looking in the Shadows (1996) foi a derradeira consequência do tardio reconhecimento do talento que originalmente tinha rendido um trio de álbuns hoje encarados como clássicos: The Raincoats (1979), Odyshape (1981) e Moving (1984) são autênticos hinos de liberdade, de afirmação de uma condição feminina progressista, de imaginação e superação, de quebra de barreiras e de preconceitos.
Vaiapraia e As Rainhas do Baile são um trio punk empenhado em criar imagens poéticas através de canções pop sinceras e imediatas. “1755” (2016), o LP debutante, é fruto de um trabalho de simbiose em banda. Esta é uma música que por vezes nos anima e apela à acção, e por outras nos leva no caminho errante do desejo.
Para além da lírica explícita e honesta a que alguns alinham com a tendência musical a que se dá o nome de queercore, o trabalho do trio extravasa essa categoria adoptando, por exemplo, tanto a energia do garage rock, como a da pop de pastilha elástica. As aparições ao vivo da banda são ocasiões especiais nas quais estes temas e as histórias trazem ganham uma nova vida. Recentemente, foi lançado o single Amor Duro.
Uma das compositoras e DJs mais inovadoras da cena da dance music de vanguarda de Lisboa, Caroline Lethô representa para muitos uma mudança de paradigma na cidade.
Tendo tocado em algumas das principais discotecas e eventos de Portugal, além de realizar os seus próprios projetos criativos, Lethô é uma das representantes portuguesas na edição de 2018 da Red Bull Music Academy, em Berlim.
O trabalho da produtora tunisina Deena Abdelwahed, radicada em Toulouse, é uma referência internacional para a dance music. Klabb (2017), traduz o protesto cultural da Tunísia em hinos surreais, entrelaçando ritmos mecânicos, agudos nebulosos e graves profundos.
Uma tapeçaria sonora de concepções de género e nacionalidade, num futuro pós-oriental, pós-bullshit, pronto para um futuro aos solavancos.
Candy Diaz (tcp Ana Farinha) é a co-autora do programa “A Floresta Encantada” na rádio SBSR e também ex Les Baton Rouge e Women Non Stop.
Para a festa de encerramento do Rama em Flor explorará o universo das The Raincoats, sob influência da punk fervilhante e hiperactiva dos X-Ray Spex, o dub atmosférico das New Age Steppers e inúmeras referências que serão o pretexto ideal para o início da festa.
Intera Collective (DJ Set) é um colectivo de produtores de música electrónica que trabalha para criar um espaço seguro para projectos colaborativos entre diferentes gerações e formas de arte.
Um convite à liberdade musical (e muito mais), afastado de rótulos ou julgamentos, e envolvendo alguns dos talentos mais originais da noite de Lisboa. A sua abordagem ao som e statement cultural transmite um sentido de liberdade na era da saturação.
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Fotografia – Rama em Flor