Nos dias 23 e 24 de novembro, as melhores propostas musicais vão ser distribuídas pelos palcos do Super Bock em Stock espalhados pela Avenida da Liberdade e arredores. Johnny Marr, Elvis Perkins, Conan Osiris, Charles Watson e The Harpoonist and the Axe Murderer são alguns dos nomes já anunciados e há novos nomes que confirmam a aposta do Festival nos artistas e nas bandas que garantem o futuro da música: U.S. Girls, Natalie Prass, The Saxophones e Jungle.
Meghan Remy começou a fazer música no início dos anos 2000, emprestando o seu talento a algumas bandas de Chicago e Portland. Só mais tarde começou uma aventura a solo, gravando os seus primeiros embriões musicais com um gravador 4 pistas e um microfone. Quando o talento é mais do que evidente, os meios ajustam-se às coisas que o artista tem para dizer – e foi isso que aconteceu no início de U.S. Girls. Esta primeira fase criativa resultou em dois discos: “Introducing” e “Go Grey”, editados em 2008 e 2010. Os discos “U.S. Girls On Kraak” e “GEM” foram os passos seguintes, registos que chamaram a atenção de mais gente e que marcaram uma mudança no som de U.S. Girls, com a crescente utilização de samples. Mas as coisas só ficaram mais sérias a partir da assinatura com a editora 4AD e com o lançamento dos discos “Half Free” e “’In a Poem Unlimited”, este último já na calha para ser um dos melhores discos de 2018. A música de U.S. Girls oferece-nos uma pop que tem tanto de estranha como de irresistível, que tanto nos faz dançar como pensar, e também há política nas canções de Meghan. Temas como “Mad As Hell” não enganam, estamos diante de uma artista que vai marcar o cenário indie dos próximos anos. Um talento para ver e ouvir em novembro, no Super Bock Em Stock.
Natalie Prass nasceu em Richmond, na Virginia, mas foi em Nashville que deu os primeiros passos na música, escrevendo e atuando na sombra de outros artistas. Não demorou muito até que a voz delicada e as composições sofisticadas de Natalie começassem a chamar a atenção do meio em que se movimentava. O primeiro EP foi lançado em 2009, com o título de “Small & Sweet”, um nome que também poderia ser uma descrição da própria música de Natalie. E logo a seguir chega “Sense of Transcendence”, editado em 2011. No regresso a Richmond, Natalie Prass começou a trabalhar no álbum de estreia com a ajuda do amigo, também músico e uma influência para Natalie, Matthew E. White. Por motivos burocráticos, ainda demorou algum tempo até este disco homónimo ver a luz do dia, um facto que só fez crescer as boas expectativas do público e da crítica, totalmente correspondidas quando o álbum foi finalmente editado, em 2015. Na altura, lia-se no site da cantora: “Ela é uma alegria para qualquer ouvinte e tem uma energia genuína com uma mistura de sinceridade e insolência cósmica (…) Ela oferece tudo isso com o charme despreocupado e intuição quase divina”. Neste ano de 2018, Natalie regressou aos discos com “The Future and the Past”. O encanto continua a ser o mesmo e o som parece ser cada vez mais dançante, apesar de este ser um registo assumidamente confessional. As canções, essas, são algumas das melhores de 2018. “Short Court Style” é um single para ouvir com toda a atenção – e para fazer dançar ao mesmo tempo, como se espera que aconteça no Super Bock em Stock.
The Saxophones é uma dupla da Califórnia formada pelo casal Alexi Erenkov e Alison Alderdice. Ele é um multi-instrumentista, formado no jazz; ela é uma baterista que também empresta a sua voz às belíssimas canções que chegam agora até nós. Depois do EP “If You’re On The Water”, editado em2016, deixar excelentes indicações, “Songs of The Saxophones” é o álbum de estreia, editado este ano, e que posiciona este duo como um dos projetos mais originais a surgir no cenário indie nos últimos tempos. O nome remete para o jazz, mas a música dos Saxophones está mais próxima de rótulos como “dream pop” ou até mesmo “ambient folk”. As canções deste novo disco foram escritas quando o casal vivia num barco, na Baía de São Francisco, num inverno particularmente húmido. As condições meteorológicas inspiraram a atmosfera do disco, com canções melancólicas, que revelam um interesse pelas sombras da existência, sem nunca perder uma suavidade muito característica deste duo californiano, que contrasta com a pungência de algumas das letras, diferentes capítulos de uma mesma história. Canções como “Mysteries Revealed” provam que estamos diante de um caso sério de talento – algo que o público português poderá confirmar em novembro, num dos palcos do Super Bock em Stock.
Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland são os amigos de infância que lideram os Jungle, uma banda formada em 2013 e que, desde aí, têm sido uma das referências quando se fala na melhor música soul dos nossos dias, recheada de elementos funk, falsetes irresistíveis e um gosto especial pelo palco. E como estas ideias musicais pediam mais do que dois homens atrás dos seus computadores portáteis, a formação cresceu – hoje são sete músicos em palco, a dar tudo em cada canção e a fazer uma festa capaz de fazer mexer até a plateia mais empedernida.
Quando se diz que os Jungle são uma das melhores bandas do mundo ao vivo, não se está mesmo a exagerar. Nasceram em 2013 e, no mesmo ano, logo impressionaram o público com singles tão potentes como “Platoon” ou “The Heat”. O disco de estreia só poderia estar para breve e foi mesmo isso que aconteceu com a edição de um registo homónimo, editado em 2014. O público e a crítica ficaram rendidos à atmosfera proposta pelos Jungle neste álbum.
Dentro de uma ideia neo-soul e com pitadas de psicadelismo, os Jungle não negam as influências do melhor funk da década de 70, mas também se ouvem os ecos de bandas mais recentes, como TV On Radio ou Gnarls Barkley. E ao som de canções como “Busy Earnin” ou “Time”, passamos a acreditar que o corpo humano foi feito para dançar e pouco mais. “For Ever”, o novo disco, tem data prevista de lançamento para setembro de 2018, o que quer dizer que se espera um concerto cheio de novidades no Super Bock em Stock. “Heavy, California” e “Happy Man” são as melhores provas de que a festa vai continuar, com a mesma alma e uma energia verdadeiramente contagiante.
O bilhete único válido para os dois dias do Festival encontra-se à venda nos locais habituais, pelo preço de 40€ até 31 de agosto, passando para 45€ a partir do dia 1 de setembro e 50€ nos dias do Festival.
Já confirmados:
Birds Are Indie, Cavalheiro, Charles Watson, Conan Osiris, Elvis Perkins, Éme, Iguanas, Johnny Marr, Jungle, Natalie Prass, Saxophones, The Harpoonist and the Axe Murderer, U.S. Girls
Informação de Bilhetes
Passe único dois dias:
Até 30 de agosto: 40€
Até 22 de novembro: 45€
Nos dias do Festival: 50€
Locais de Venda
Blueticket – Call Center 707 780 000, lojas FNAC, lojas Worten, Centros Comerciais Dolce Vita (Amadora, Porto, Vila Real, Ovar, Coimbra e Funchal), Galerias Campo Pequeno, ABEP, lojas Media Markt, Turismo de Lisboa, BOL, Coliseu dos Recreios, Festicket .
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Fotografia (capa) – Jorge Buco