Backstage

Entrevista com Avec, histórias de uma vida que se passeia entre o céu e o inferno

AVEC é uma cauntautora austríaca que lançou no passado mês de Setembro o seu mais recente disco entitulado de “Heaven / Hell”. Aqui conta histórias da sua vida sobre as quais quisemos saber mais alguns detalhes em entrevista.

Música em DX (MDX) – Quem é AVEC e como nasceu o projecto?

Avec – Sou uma cantora austríaca e também escrevo musicas, tendo começado quando tinha cerca de 12 anos. Lançei o meu primeiro EP em 2015, seguido do meu álbum de estreia “What if we never forget” em 2016. Eu e a minha banda fizemos um tour pela Europa e voltamos a estúdio em novembro do ano passado, para gravar o novo álbum “Heaven/ Hell”, que foi lançado no último mês.

MDX – Li que muitas das tuas músicas são inspiradas em experiências e na tua história de vida. De que forma pensas que isso pode enriquecer a tua música?

Avec – Todas as minhas canções contam histórias da minha vida, são todas autobiográficas e essa foi basicamente a razão pela qual eu comecei a escrever, eu precisava de uma espécie de fuga, uma forma de expressar os meus pensamentos e sentimentos. Eu nunca pensei em como isto podia enriquecer a minha música, honestamente nunca foi uma escolha, eu apenas comecei a escrever como forma de terapia e parece que tem o impacto certo na minha música.

MDX – O teu novo álbum, que desde já dou os mais sinceros parabéns, fala-nos da mais antiga dicotomia Céu/Inferno…ou Bem/Mal, Amor/ Ódio… que história queres contar aqui? Que emoções gostavas que, quem o escuta, sentisse?

Avec – Muito obrigada! Bem, quando eu falo sobre Céu/Inferno, é sobre esta condição, este estado entre estas duas palavras. Eu estou constantemente a tentar equilibrar a minha mente e a minha vida entre estes dois lados, por um lado “Céu” e por outro “Inferno”. Especialmente como artista ou música, escritora ou qualquer tipo de pessoa criativa nós somos colocados sobre grande pressão e eu em particular ainda acrescento muito mais pressão em mim mesma – é como viagem de montanha russa, através do céu e do inferno, todos os dias.

MDX – E quais foram as influências para o construíres?

Avec – As minhas principais influências são as minhas histórias e experiências pessoais. Eu também vou buscar muita inspiração à natureza, ao silêncio e ao meu interior.

MDX – Como tem sido a reação do público ao teu trabalho?

Avec – Foi muito bem recebido e eu estou muito contente por isso.

MDX – Sempre que estás em concerto, perto desse teu publico, procuras ter cuidado na escolha dos ambientes, por forma a quem te ouve, desfrute bem a tua sonoridade?

Avec – Sempre que possível eu tento tocar em recintos e teatros antigos, com arquitecturas bonitas e uma acústica fantástica. Também gosto muito de concertos ao ar livre – foi mágico quando tocamos no Festival Vilar de Mouros – o sol estava a pôr-se e a atmosfera foi simplesmente perfeita.

MDX – Sentes que a música é um meio de influenciar sensações, sentimentos? O que te faz sentir a música no geral?

Avec – Absolutamente, a música é muito mais do que apenas música. Eu honestamente não saberia o que fazer sem ela. Significa muito para mim, mudou a minha vida, para mim a música é como um salva vidas no meio de um oceano selvagem e tempestuoso.

MDX – Para fechar esta entrevista, lanço um desafio, esperando que aceites. Uma playlist, pequena, para que quem nos lê possa também partilhar das tuas influências.

Avec – Bon Iver, Big Red Machine, Ben Howard, Sharon Van Etten, Water Liars, Travis Is A Tourist, David Keenan, Daughter, Kings of Leon, John Mayer, The Lumineers.

Fotografia (capa) – Kidizin Sane