Nova sessão de Jameson Urban Routes, desta vez com o modo rock ligado. Com o Musicbox esgotado, a sala do Cais do Sodré assistiu à apresentação do novo disco dos Keep Razors Sharp, Overcome e também a um regresso sempre bem-vindo dos Boogarins. A banda de Goiânia voltou a pisar solo português para apresentar mais uma vez o Lá Vem a Morte, reeditado no verão passado.
Ao desafiar as leis outonais, desabrigámos de casacos no bengaleiro e aventurámos pelo Musicbox para dar de caras com a já denominada super banda, Keep Razors Sharp. Com vários projectos dados nas suas bandas, Afonso, Rai, Braúlio e Bibi voltaram-se para os Keep Razors Sharp. Depois de terem lançado há quatro anos o álbum homónimo, este ano foi a concentração de esforços e dedicação para o Overcome.
Depois de ao longo do verão terem apresentado alguns dos temas, o Musicbox foi mesmo o palco escolhido para a verdadeira apresentação do disco. Um concerto muito completo, com passagem de temas novos com o Dead on Arrival, Overcome, que deu nome ao disco, ao Always and Forever, primeiro single, Let the Storm Rage. Ainda assim, se fez muito à base do primeiro disco com o The Lioness, I See Yout Face, Africa on Ice, By The Sea ou Cold Feet.
Uma banda que não esquece as influências das outras bandas, como por exemplo quando ouvimos Afonso, faz-nos muito lembrar a mística à volta de Sean Riley & The Slowriders, ou então a voz e o registo indiabrado de Rai, que nos recorda os The Poppers.
Vindos de Goiânia, Boogarins devem estar prestes a preencher o passaporte só com carimbos de Portugal. A somar a sétima presença em solo nacional, a banda brasileira tem vindo a colecionar uma legião de fãs ao longo dos últimos quatro anos. E a tendência é de virem cá mais vezes. Como disseram em palco, antes de voltar ao Brasil passam de novo pelo Musicbox (dia 12 de Novembro, com bilhetes já à venda). E ainda anunciaram que há novo álbum a caminho, pelo que no próximo ano a presença de Dinho & Companhia pode ser uma realidade.
Como aconteceu no MIL, no passado mês de Abril, o Lá Vem a Morte deu o mote para o concerto, sendo que este verão adicionaram três faixas ao álbum, sendo assim um bom pretexto para tê-los de volta. O Foimal foi dos primeiros temas a serem escutados numa noite recheada de temas dos albuns Manual e As plantas que curam. O psicadelismo aduçado à boa maneira brasileira compôs-se com temas como Doce, Avalanche ou o Corredor Polonês.
Não estamos na Polónia, nem estamos satisfeitos com o concerto, quando chega ao fim, passada cerca de uma hora. Como tal não pode faltar o tema, a pedido do público. “Toca a Luci“, “Luciiii”, “LU-CI-FER-NAN-DIS!”; gritos de ordem de um público que ficou com o amargo na boca, pelo concerto de sido curto. Mas Dinho, Benke, Ynaiã e Raphael deixaram o palco com a Lucifernandis do encore de quinta-feira.
Digo encore de quinta-feira porque dia 12 de novembro há mais. E estaremos cá para ouvi-los.
Fotografia (capa) – Ana Viotti | Musicbox Lisboa
Promotor – CTL | Musicbox Lisboa