O dia mais intenso de Barreiro Rocks estava prestes a começar! A festa ansiava-se maior até porque a despedida tem de ser sempre em grande!
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Para abrir a noite, os Palmers e uma sede genuína de querer fazer borbulhar a pele. Um trio de guitarra, baixo e bateria vem das Caldas da Rainha e tem o selo Pointlist bastante demarcado. A voz, robusta e grave, sai do mesmo corpo que toca bateria e juntas empurram-nos para um mosh mental de garage enérgico. As cordas acompanham o ritmo e a timidez bonita de quem dá os primeiros passos cria a dualidade entre o agri e o doce. A aposta num instrumental completo e, ao mesmo tempo, cru e distorcido é notória e tudo parece formado para nos fazer passar um bom momento de agitação nos diversos sentidos.
+ fotos na galeria Barreiro Rocks’18 dia 03Nov Palmers
Os Kings Of The Beach voltam a confirmar que em Espanha se faz muito bom punk-rock e que os ares dos nossos vizinhos trazem sempre mais calor para cima de um palco. Subiram, tocaram e encantaram! A energia e presença que têm contagia qualquer um e parar era impossível. Eles e nós! A sonoridade dos KOTB é intensa, estrondosa e extremamente viciante. A festa subiu para cima do palco e todos festejámos ao mesmo nível, a música e o lado selvagem de cada um. A rapidez da bateria, o rasgar das cordas e a brutalidade da voz fizeram maravilhas e terminou com Adrian a passar por cima das cabeças de um público em êxtase e suor, deixando-nos com sede e fome de mais.
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A surpresa da noite ia recair nos franceses Howlin’ Jaws e na magia que nos ofertaram naquele momento, entre aquelas quatro paredes. Todos eles transpiram a elegância dos anos 50 e a capacidade de nos comprarem à primeira nota musical! De pentes em punho, quando não nos encantavam com a sua música, iam compondo os cabelos moldados já descompostos pela avidez que transmitem. Uma injecção de adrenalina, sensualidade, elegância, bom gosto e energia tudo na mesma seringa! O espaço deixou de existir naquele momento e todos nós dançávamos ao som da maravilhosa vaga anos 50 que saia pelas colunas. O trio de Paris tem o encanto genuíno e próprio de enfeitiçar os instrumentos com sabedoria e nos enfeitiçar a nós com uma ginga que há muito não se via! Por momentos fomos colocados no baile de finalistas do “Regresso ao Futuro” e, na verdade, o regresso não era nada desejado. Um contrabaixo com poderes sobrenaturais faz a diferença em cima de palco e quando acompanhado por uma voz extremamente bem desenhada e riffs quentes e bem trabalhados deixa-nos rendidos no chão! Euforia maior com as versões de “The Girl U Want” de Devo e “Tutti Frutti” de Little Richard e a anca não parava. Houve tempo para um encore e mais tivesse havido!
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Depois disto, a loucura sã e tão desejada dos Lisbon South Bay Freaks no bar. Uma insanidade única de boas vibrações e puro rock’n’roll que terminou com Jota (Vinil Experience) e Beatriz (The Dirty Coal Train e Tiger Picnic) a cantarem com eles! Uma agressividade e rapidez de nos fazer saltar sem parar, sempre com um sorriso de satisfação nos lábios.
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Os Magnetix eram os seguintes e os que encerrariam o palco #CroonerVieira, no entanto, depois do trio anterior, tornou-se mais difícil sermos captados e envolvidos como fomos momentos antes. O duo igualmente francês tinha um som forte e pesado, carregado de fuzz e distorções. Uma voz densa e que vem das vísceras era acompanhada por riffs hipnotizantes e electrizantes que nos davam abanões e nos empurravam contra as paredes à nossa volta, ainda que só na nossa cabeça. A voz da baterista, bagacenta, acompanhava a perícia instrumental e juntava-se ao todo o conjunto endiabrado a que assistíamos. Um concerto cheio de poder que podia ter tido mais impacto se colocado antes.
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A festa ia continuar madrugada dentro e, para fechar os concertos, o Rei do rock’n’blues Fast Eddie Nelson à nossa espera no bar. O calor intenso que este senhor consegue transpor a cada acorde que toca e a cada palavra cantada rapidamente nos deixou inquietos de desejo de mergulhar nas ondas sonoras que se faziam ecoar. Imensos convidados se juntaram à festa como Cafajeste, Zé Mendes, Ricardo, Beatriz, Marcus e ouviu-se Stooges, Crise Total e Creedence Clearwater Revival. Pessoas no ar, emoção e muita adrenalina se viveu neste momento que terminou com os The Act-Ups no palco em forma de agradecimento.
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Já fora de horas mas ainda com muita energia a gastar o DJ Set Wap Shoo Wap encerrou esta grande festa que é o Barreiro Rocks.
Um muito obrigada a toda a equipa por detrás que nos dá o melhor ambiente possível e a melhor música, também.
Até para o ano!
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Evento – Barreiro Rocks 2018
Promotor – Hey, Pachuco – Associação Cultural
